quinta-feira, 28 de março de 2013

O dia que durou 21 anos – sinopse e trailer

 

Apesar do tema intrigante (a influência norte-americana no golpe militar brasileiro, em 1964), o primeiro elemento que chama a atenção neste documentário é a estética. Começamos o filme com uma imagem digital, dentro de uma sala de detetive feita em animação. A câmera passeia pelos detalhes no mural, com documentos sigilosos, enquanto vozes em inglês falam sobre gestões governamentais. Poderíamos estar em um episódio de CSI, em um jogo de videogame sobre segredos de Estado, ou em uma grande produção de detetives norte-americana. A aparência high-tech e virtual domina a cena, até o título brasileiro aparecer na tela.

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Enquanto alguns documentários históricos desejam informar ou persuadir, preocupando-se mais com a pedagogia do que com a estética, O Dia que Durou 21 Anos chama a atenção pelo próprio uso da linguagem cinematográfica. O emprego de fotografias de arquivo animadas, de trilha sonora pulsante durante as imagens de manifestação, ou ainda a montagem acelerada sugerem uma preocupação em seduzir o espectador, entretê-lo. Este é um dos raros filmes sobre a ditadura que oferece ao público mais do que exige dele.

 

 

Por um lado, esta escolha traz suas vantagens. Com a curta duração de 77 minutos, o ritmo da produção é acelerado, envolvente. A sugestão de que um filme deveria ser exibido nas salas de aula costuma equivaler a uma insinuação depreciativa por parte da crítica, como se a obra fosse limitada ao didatismo e às boas intenções, mas neste caso, as instituições de ensino poderiam fazer bom uso da exposição empolgante deste episódio central do passado brasileiro. Poucas vezes a História foi tão agradável de assistir, não devendo nada a grandes ficções americanas em termos de suspense e requinte de produção.

Foto - FILM : 213237

Por outro lado, esta não é uma grande ficção americana, e é justamente o uso típico de ferramentas de ficção que gera os maiores problemas de O Dia que Durou 21 Anos. O filme manipula digitalmente imagens de John F. Kennedy, como se ele estivesse olhando preocupado para as declarações do presidente João Goulart, e em outros momentos inclui uma trilha digna de Rocky - Um Lutadorpara mostrar a chegada do reforço americano ao Brasil. Em outro momento, pobres trabalhadores do campo movem suas enxadas ao som de um bom samba. Os grãos das fotos antigas e o som ruidoso dos registros telefônicos de época ajudam a compor o ambiente sombrio e fetichista. O limite entre ficção e realidade, entre representação e espetacularização da realidade é muito tênue neste caso.

Da mesma maneira, é curioso que a maior parte da explicação histórica sobre a ditadura brasileira venha de peritos norte-americanos, enquanto aos brasileiros ficam reservadas principalmente as lembranças pessoais. De um modo geral, são eles que explicam, e nós confirmamos, através de passagens históricas de antigos políticos e militares envolvidos na ditadura. Neste documentário de estética americana e abordagem brasileira, os yankees são o cérebro, e os brasileiros aparecem como o coração. Até um historiador brasileiro, uma das únicas autoridades locais a discursar sobre o assunto de um ponto de vista externo, o faz dentro da Biblioteca Nacional, com uma fotografia amarelada, pouco cuidadosa, enquanto os entrevistados americanos são banhados em luzes precisas, bem trabalhadas.

Foto - FILM : 213237Mesmo assim, é louvável que o cineasta Camilo Tavares, filho de um militar que lutou na ditadura, consiga ouvir de maneira respeitosa os dois lados da história, incluindo personalidades que defenderam (e ainda defendem) o golpe militar. Existe complexidade neste discurso, que não se limita à denúncia nem ao saudosismo da ideologia militante dos anos 1960. O teor político é abordado de maneira equilibrada pelo cineasta, mas a linguagem cinematográfica vai longe demais em sua tentativa de conquistar o espectador.

De Bruno Carmelo

Indicação de Ricardo Pignatti

Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-213237/criticas-adorocinema/

domingo, 24 de março de 2013

Caminhada Contra Feliciano - PSC

Começou com uma foto convite de Egbonmy Conceição Reis. Uma proposta de caminhada no sábado contra a permanência do pastor e deputado Marco Feliciano. Uma ação do Povo de Santo e do Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra do Estado de São Paulo.

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Para mim um convite dessa ordem é uma intimação. Participei da criação do Conselho de Participação, fui Conselheiro sou um ativista contra o preconceito, o racismo, machismo, e a homofobia.

 

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Velhos amigos se reunem no encontro do momento. Pai Valter e João Bosco estavam de passagem e se integraram à caminhada.

Sou ou era católico das antigas onde a “teoria da libertação” mostrava o caminho da igreja junto aos humildes, onde catolicismo e umbanda misturavam-se. Onde ter religião era respeitar e fazer o bem aos outros.

Guardo até hoje a medalha de São Jorge/ Ogum que minha mãe me colocou no pescoço. Minha mãe Dona Jadyr carioca, de riso fácil tomava suas bênçãos e ia à igreja, sem culpas ou ressentimentos.

Para mim hoje a umbanda e o Candoblé são formas de resistências da africanidade brasileira, nossa cultura e religião resistindo conta a intorlerância. Tenho amigos evangélicos, não importa a religião mas o respeito e a tolerância religosa.

O pastor Marco Feliciano, com suas declarações é racista, homofóbico e machhista. Suas fotos antes e depois colocadas na internet mostram o cuidado pessoal de tirar as sobrancelhas, fazer chapinha ou sei lá o quê no cabelo para alisar, já vi comentários que até plásticas no nariz já fez para afinar. Defende-se dizendo ter uma mãe de “matriz africana”... Com todos esses predicados é racista, machista e homofóbico.

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Uma alegria no s encontros.

É um exemplo certo de um país que não se olha no espelho e sonha ser descendente de europeus. Mestiços de indígenas com pele escura, de africanos com várias tonalidades de peles, é esse o nosso Brasil que ri da Adelaide do Zorra Total, faz trotes com a “caloura Xica da Silva’ com saudações nazista.

Como o pastor Marcos Feliciano que não sabe que é negro, é a maioria do povo brasileiro. Tem vergonha de suas origens, nativas e africanas.

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Hugo Ferreira ativista e militante.

Tenho a pele pouco escura, como fazem questão de salientar algumas pessoas “com pouca tinta”,ou negro claro demais nesses tempos onde ser negro ou afrodescendente abre caminho para as universidades públicas através do sistema de cotas raciais. Não passaria talvez num teste de DNA, ou de cor como agora fazem, mas minha identidade e militância ocorrem há mais de 45 anos onde “eramos poucos e loucos” e tirávamos dinheiro do nosso bolso para nossa militância. E a maioria ainda investe seu dinheiro e tempo de forma voluntária na militância. Sou negro por origem, afirmação e postura social, e me orgulho de minhas raízes. Feliciano tem raiva e ódio de negro, tem raiva de si próprio.

 

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Juntos somos mais fortes

Carrego os traços da minha mãe descendente de mouros de Portugal, onde e quando nem existia o estado português. Dominadores da Península Ibérica por volta do ano de 711, tenho jeito e ar de mouro quilombola. Meu pai trazia nos seus traços o ar Banto de Angola, nascido e remanescente de quilombo no norte de Minas Gerais, militar revolucionário nas décadas de 20 e 30, me deu “régua e esquadro|”.

Perfil Ferreira 

São Vicente -Tenente Ferreira, meu pai no ano de seu falecimento 1958.

Tenho orgulho de em 1978 ter ajudado a fundar o Movimento Negro Unificado, em plena Ditadura, em 1985 lutar pela redemocratização do país. Como o prefeito cassado de Santos, o saudoso Esmeraldo Tarquínio falo em voz alta. “NEGRO, MAS NÃO SOMENTE NEGRO!” Este é o nosso país e somos cidadãos plenos, exercendo nossa cidadania.

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Marcando presença na Secretaria de Justiça

A eleição do deputado, conhecido por suas declarações consideradas racistas e homofóbicas, deflagrou uma onda de protestos pelo país. A indignação reuniu no mesmo coro as vozes do movimento LGBT, da parcela da comunidade gay que geralmente é alheia aos fatos políticos e do movimento negro. além disso, está causando uma mobilização social com número cada vez maior de participantes.

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Cada manifestação é uma ação de encontros e reencontros. Quem luta mostra sua garra e o lado em que luta.

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FORA MARCOS FELICIANO DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS

DIGA NÃO AO RACISMO, HOMOFOBIA, MACHISMO, E INTOLERÂNCIA RELIGIOSA.

Bombrill na cabeça o nada cordial racismo

 

“Racismo pouco é bobagem: o desfile de Ronaldo Fraga e a defesa do indefensável”

Muito bom artigo, que estamos divulgando agora. Agradecemos, é importante estarmos atentos. Muita coisa ocorrendo, é sempre bom mais olhares como o da La Vie En Rosa ChezDeleuze, nos alertando sobre esse artigo da jornalista Jeanne Callegari.

Vinicius o poeta dizia que “a vida vem em ondas como o mar”. O racismo também, depois da “homenagem” da revista francesa com a “rainha africana” uma modelo branca, loira e de olho azul, pintada e photoshopada como negra, a caloura “xica da silva”  e a saudação nazista do trote em Minas Gerais, ataca agora o desfile do racismo “bombrill”. Fica evidente que hoje ser racista “CAUSA E DÁ IBOPE”. Depois é só pedir desculpas ou usar a velha fórmula: “VOCÊS ESTÃO EXAGERANDO!”

Enquanto isso na Comissão de Direitos Humanos, um deputado louco de pedra, racista e xenófobo que tira a sobrancelha, faz chapinha e tem “a mãe de matriz africana”.

No “Zorra Total da Globo” impera a imagem deturpada da mulher negra…

“Brasil! Mostra tua cara. Quero ver quem paga. Pra gente ficar assim. Brasil! Qual é o teu negócio? O nome do teu sócio?” Cazuza

 

“Das horas em que dá vontade de rasgar o diploma: ler na Marie Claire, uma revista que já publicou tanta coisa bacana e fez história no jornalismo, uma nota parcial e cheia de fatos falsos, apenas pra defender o estilista Ronaldo Fraga. Vamos lá:

Leia a nota original: “Meu desfile foi capturado pelo ‘politicamente correto’”, afirma estilista Ronaldo.

Modelos desfilam coleção de Ronaldo Fraga durante a SPFW, março/2013. Foto de AFP/Yasuyoshi Chiba.

Modelos desfilam coleção de Ronaldo Fraga durante a SPFW, março/2013. Foto de AFP/Yasuyoshi Chiba.

1) A nota afirma que os padrões de beleza caucasianos não despertaram “grandes sanhas anti-racismo, contra a discriminação”. “Neste momento, talvez, os defensores dos direitos dos negros tenham cochilado”, diz a nota, em tom debochado e desrespeitoso. Gente. Não sei quem escreveu essa nota, mas a maior representação dos negros na moda, na mídia e em tudo o mais é uma demanda MUITO antiga. Se isso não aparece mais, é porque ninguém dá espaço pra isso. Né? É um INSULTO às pessoas que lutam por representação dos negros HÁ ANOS afirmar que eles “cochilaram”.

2) A nota usa a habitual desculpa de quem fala ou diz coisas racistas para se justificar. Afinal, o pai de Ronaldo Fraga era negro, foi até jogador de futebol. Essa é a desculpa clássica, gente. Sempre, SEMPRE que alguém diz ou faz algo racista, pode apostar que a pessoa irá se justificar citando alguém que ela conhece que era negro. “Não sou racista, minha empregada é negra!” “Não sou homofóbico, meu cabeleireiro é gay!”. Essa foi inclusive a desculpa usada por Marco Feliciano para se defender de acusações racistas: “Não sou racista, minha mãe é negra”. Sim, gente. Ter um parente negro não te isenta do racismo. Ninguém está isento do racismo, pois a questão é estrutural.

3) Aí a nota apela, ao comprar, sem nenhum senso crítico (e jornalístico), os argumentos de Ronaldo Fraga. “Foi um recurso estético, uma licença poética”, diz Fraga, e a revista assina embaixo. Claro. As blackfaces (quem não sabe o que é, google, gents) também eram uma licença poética, um recurso estético. Exagerar traços e características físicas dos negros não é algo novo, que o trote na UFMG ou Ronaldo Fraga inventaram: é antigo. É esse peso que as palhas de aço carregam. Elas não surgem no vácuo. Vêm na esteira de algo que foi usado para humilhar e estigmatizar os negros por muito tempo. Se os negros nunca tivessem tido seus cabelos associados a bombril ou assolan, isso não seria um problema.

4) Aí, a revista apela para uma falácia completamente sem pé nem cabeça: “Os detradores de Ronaldo Fraga, provavelmente, não entendem nem de arte e nem de negros. Acusá-lo de racista seria o mesmo que dizer que Tarsila do Amaral é jocosa em seu “Abaporu”, ao retratar o povo brasileiro em linhas modernistas.”  Sério, Marie Claire? Primeiro, não é verdade: muitas das pessoas que se manifestaram contra o desfile entendem MUITO de arte e de negros. De um lado, escritores, músicos, artistas. Do outro, pessoas do movimento negro, gente que MILITA NISSO HÁ ANOS. E claro, muita intersecção entre os dois grupos. Não que isso importe; no fundo, o argumento é o que vale. E esse vale. Afinal, os negros e negras que tiveram seus cabelos chamados de “ruim” e “bombril” a vida inteira é que podem dizer se o recurso das palhas de aço foi ofensivo. Pelo que vi por aí, eles não gostaram nada. Pois é.

5) E a Tarsila do Amaral, gente? Sério que vocês tão comparando uma coisa com a outra? Que tal comparar com o Monteiro Lobato, então? O fato de ser arte não impede que seja racista, a gente sabe.

6) “E achar que a defesa dos negros e de seus direitos se dá em uma arena histriônica, em um compêndio de acusações e ofensas desprovidas de ligações com a realidade é no mínimo ingenuidade, senão má-fé.”Nossa. Em uma frase, conseguiu chamar os negros e negras que se sentiram ofendidos de ingênuos, de agirem com má-fé e de fazerem acusações DESPROVIDAS DE LIGAÇÃO COM A REALIDADE. Histéricos, lunáticos. É. Pois tem alguma negra aí na redação, Marie Claire? Pergunte se ela já teve seu cabelo associado a bombril. Vamos ver se isso tem ou não ligação com a realidade.

7) E a cereja do bolo: “Será que esses que se levantam para apontar o dedo a Ronaldo já se mobilizaram para ajudar a sociedade a garantir os direitos dos negros? É irônico que não tenham produzido contra o deputado Marcos Feliciano (atual presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara), abertamente racista, a mesma enxurrada cibernética de críticas que destinaram ao estilista brasileiro.”  HELLO. Gente! Talvez o pessoal da revista estivesse mesmo MUITO ocupado vendo desfiles esses dias, porque protestar contra o Feliciano é SÓ o que as pessoas têm feito, há semanas, desde que ele assumiu a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. Em São Paulo, as pessoas foram para as ruas duas vezes já, assim como em diversas cidades do país. Em Brasília, militantes do movimento negro estão lado a lado com o pessoal LGBT nas reuniões da comissão, protestando. Fora as milhares de manifestações online, em blogs, redes sociais e petições. Não precisa nem entrar em um site de notícias pra ver isso, gente. Tá em toda parte, até eu já tou cansada de olhar pra cara dele. Ou seja: o pessoal da Marie Claire só presta atenção quando o assunto tem a ver com moda. Se saiu desse universo, não sabem de nada. Esperava mais da revista, de verdade. Já quis até trabalhar lá. Mas trabalhar em um veículo racista acho que não rola. Que pena.

8) Tudo isso pra quê, né? O Ronaldo Fraga podia ter pedido desculpas. Era só isso, sabe. Admitir que não teve intenção de ofender, mas que, como ofendeu, sente muito mesmo. Se o pai dele é negro, ele devia saber como essas coisas doem. E quando a gente machuca alguém, mesmo sem querer, a gente pede desculpa, sabe. Imediatamente. Pisei no seu pé? Desculpa. Não foi por querer, mas desculpa. Agora, dizer que a dor que você sente por eu ter pisado no seu pé é ingenuidade, má-fé ou algo que não tem ligação com a realidade, é ofender mais. É cravar o salto agulha até o fundo. Se o Ronaldo Fraga quer insistir em ficar na defensiva e culpar o mítico “politicamente correto” em vez de ter responsabilidade (accountability, gente!), OK. A revista não precisa fazer isso. O jornalismo tem que ficar um pouquinho mais distante das coisas que cobre, sabe. Não precisa fingir que é isento, a gente sabe que isso não existe. Mas um pouquinho de distância faz bem.

Enfim, desculpem o desabafo. Gosto demais dessa profissão, sabe. Não quero ter que rasgar a porcaria do diploma de jornalista.

Texto de Jeanne Callegari.

22/03/2013

sábado, 23 de março de 2013

Encontro de Afroempreendedores(as)

Afroempreendedorismo - Encontro de Afroempreendedores(as) São Paulo.

 

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Um clima extremamente cordial e amigável, uma forma de encontro e formação de rodas de negócios ocorreu nessa sexta-feira dia 22 de março de 2013 o Encontro de Afroempreendedores (as) no CEABRA Coletivo de Empresários e Empreendedores Afro-Brasileiros na Avenida São João, 313,11º andar, Centro, São Paulo/SP.

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A organização e a articulação do encontro foram efetuadas pela Sandra Sagrado, Jornalista e educadora, Consultora em Projetos Sócio-culturais e Ambientais, Editora da Revista “Reciclar Já Comunicação S/C”, e teve um desenrolar magnífico.

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Primeira apresentação de Ana Paula da empresa “Xongani” Arte em Tecidos que nos maravilhou com sua beleza, e sua forma didática e articulada de mostrar o desenvolvimento da sua empresa. Uma mostra de eficiência e charme da mulher.

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Colar tipo Masai da África do Sul – produção Xongani

Apresentou um ótimo vídeo mostrando como a empresa foi iniciada.

 

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Depois a apresntação da IP - Investimentos e Parcerias com Leandro Dias falando sobre Afronegócios, Afrocomércio e Afro-empreendedorismo. Uma visão de formação de negócios e parcerias.

 

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Antonio Carlos Arruda do Conselho e Desenvolvimento da Comunidade Negra, e fundador do CEABRA Coletivo de Empresários e Empreendedores Afro-Brasileiros, contou da “Lista Preta” relação de empresários e profissionais liberais negros efetuada na sua gestão como presidente do Conselho há 17 anos.

 

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Houve várias intervenções procurando um rumo, de aprofundar os contatos e uma próxima reunião.

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No coquetel de encerramento houve troca de informações, contatos e muita alegria. A reunião se prolongou ao máximo, sinal da necessidade de um novo e rápido encontro. E um maior contato entre os participantes, maneira de se consolidar novos negócios e oportunidades de parcerias.

Parabéns à mesa aos expositores, ao CEABRA, aos participantes e principalmente à Sandra Sagrado mola e estimuladora do encontro, CONTE CONOSCO.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Discussão da discriminação racial em São Paulo

Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial Câmara Municipal de SP

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Realizado o Simpósio Contra a Discriminação Racial na Câmara, uma cerimônia emocionante com a abertura do Simpósio com apresentação do HINO À NEGRITUDE pelo Coral da Unegro.

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O Hino foi composto pelo saudoso professor e vereador Eduardo de Oliveira um símbolo de resistência falecido ano passado.

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Presente a primeira vereadora negra Theodosina Ribeiro, eleita em 1968 pelo antigo MDB, depois eleita deputada estadual, que recebeu aplausos e homenagens.

 

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No Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, 21/03, os vereadores Orlando Silva (PC do B) e Floriano Pesaro (PSDB) e promoveram um simpósio na Câmara Municipal de São Paulo

 

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Vereadores, advogados e representantes de instituições que trabalham contra a discriminação racial vão discutir sobre as conquistas e lutas do movimento negro no Brasil, desde a Lei Afonso Arinos, de 1951, até o Estatuto da Igualdade.

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Apesar de o Brasil ter uma lei que proíbe a discriminação racial desde 1951, ainda hoje os negros sofrem preconceito. Enquanto existir esta desigualdade temos que tratar deste assunto e conscientizar as pessoas de que todos têm direitos iguais, independentemente de raça e gênero”, disse o vereador Floriano Pesaro, líder da bancada do PSDB na Câmara.

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Programação Simpósio Contra a Discriminação Racial

Da Lei Afonso Arinos ao Estatuto da Igualdade – Impactos Sociais, Avanços e Perspectivas.

Debatedores

Marco Antônio Zito de Alvarenga - Presidente do Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra

Elisa Lucas - Coordenadora de Políticas Públicas para a População Negra e Indígena

Padre Enes - Presidente do Instituto do Negro Padre Batista

Mauricio Pestana – Diretor Executivo da Revista Raça Brasil

Floriano Pesaro - Vereador e sociólogo

Orlando Silva – Vereador e advogado

quinta-feira, 21 de março de 2013

Indenização terá de ser paga pelo Governo

Justiça manda governo paulista indenizar família de vítima de crimes de maio

São Paulo – O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) determinou que o governo paulista indenize a família de Mateus Andrade de Freitas morto em 2006 na série de assassinatos conhecidos como crimes de maio. O jovem de 22 anos foi executado junto com um amigo em uma pizzaria após saírem da escola onde cursavam o ensino médio no período noturno.

O pai e a mãe de Mateus deverão receber R$ 171 mil por danos morais e materiais. O pedido de indenização de Mateus foi o segundo atendido pelo TJSP entre oito ações do mesmo tipo movidas pela defensoria. O governo estadual ainda pode recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Os ataques da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) contra policiais militares e civis desencadearam, segundo especialistas e militantes de direitos humanos, uma reação de grupos de extermínio com a participação de agentes do Estado. De acordo com o Movimento Mães de Maio, que reúne famílias das vítimas, quase 500 pessoas, principalmente jovens negros foram mortos na periferia da capital paulista e na Baixada Santista.

Na sentença, o relator do processo, o desembargador Guerrieri Rezende, reconhece que o estado de São Paulo tem responsabilidade sobre as mortes ocorridas no período. “Além disso, impende [imperativo] ressaltar que a causalidade aqui tem uma especial qualificação, pois nascida a obrigação de ressarcir pelo exercício de uma atividade perigosa que o próprio estado criou, não conseguiu controlar por seus órgãos ou por seus agentes públicos”, ressalta o texto do acórdão.

Para o defensor público que atua no caso, Antonio José Maffezoli, a sentença, apesar de estar na área cível, pode ajudar no pedido de federalização dos crimes feito pela defensoria e pelo movimento Mães de Maio. “Acho que contribui para esse entendimento mais claro do que efetivamente aconteceu naquele momento histórico vivido por São Paulo”, disse à Agência Brasil.

O defensor considerou prematuro os arquivamento dos inquéritos que, na grande maioria dos casos, não apontaram os responsáveis pelos crimes. “Não teve vontade política, na época, para investigar corretamente. Os inquéritos estão cheios de falhas, todas elas apontadas por nós detalhadamente no pedido de federalização”, disse ao explicar o motivo do pedido para que os crimes sejam investigados pela Polícia Federal.

O inquérito policial sobre a morte de Mateus foi, segundo a defensoria, arquivado com a justificativa de que ele era usuário de drogas e provavelmente foi morto em um acerto de contas. Um pedido da família reabriu as investigações que indicaram, então, que Mateus e seu colega de escola foram mortos por engano.

A mãe de Mateus, Vera Lúcia Andrade de Freitas, disse à Agência Brasil que precisará de algum tempo de reflexão para falar sobre a decisão da Justiça.

O governo de São Paulo informou que ainda não foi comunicado oficialmente da decisão, mas que recorrerá, se for o caso.

via Ricardo Pignatti

21/03/2013 - Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil

Edição: Aécio Amado

Anúncio racista “vende negro africano”

Uma série de atitudes racistas, vem sendo publicadas na internet e em sites de anúncios. Corria na WEB agora é crime e está sendo apurado.

 

Anúncio vende "negro africano em bom estado de saúde"; polícia apura

 

Anúncio que vende "negro africano legítimo" em bom estado de saúde; caso chegou à polícia no Paraná

  • Anúncio que vende "negro africano legítimo" em bom estado de saúde; caso chegou à polícia no Paraná

Um anúncio publicado há pelo menos dez dias no site de comércio eletrônico Mercado Livre oferece, por "preço a combinar", um "negro africano legítimo, em bom estado de saúde". Na descrição do produto, o vendedor, que não é identificado, diz tratar-se de "negro negroso, bom para serviços domésticos, braçais, pedreiro etc.". Um suspeito de Irati (145 km a oeste de Curitiba) é investigado pela polícia.

O anúncio 465763746, que nesta quarta-feira (20) tinha status de "finalizado", foi curtido por 5.000 pessoas no Facebook, informava o Mercado Livre às 17h30.

 

ESTUDANTE ENTRA NA JUSTIÇA CONTRA ANÚNCIO QUE "VENDIA NEGRO"

Um suspeito de publicar o anúncio vive em Irati. Trata-se de um jovem que o usou para provocar um colega negro. O caso chegou à polícia. O delegado da cidade, Jorge Luiz Wolker, abriu inquérito e irá indiciar o suspeito, Luiz Henrique Seco Jacomel, por "injúria, agravada por ter sido difundida via meio de comunicação".

A lei 7.716/89, em que Wolker irá basear o indiciamento, trata de "crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional". A pena prevista para quem "induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça" é de um a três anos de reclusão e multa. Como foi cometido via meio de comunicação, a pena pode chegar variar de dois a cinco anos de prisão, além de multa.

"Trata-se de preconceito discriminatório", disse o delegado. "Além de responder a inquérito policial, o autor poderá ser réu em uma ação de danos morais. Foi uma brincadeira de péssimo gosto, pela qual ele irá pagar caro."

No último dia 10, Jacomel postou no perfil de João Victor dos Reis Neto o anúncio do Mercado Livre, precedido do seguinte comentário: "Alguém precisa de um escravo, porra? Baratinho, único dono".

No dia seguinte, o suspeito voltou à carga, em seu perfil no Facebook: "Promoção do dia", escreveu, sobre link para o anúncio no Mercado Livre.

Jacomel deverá depor à polícia na próxima terça-feira (27). Procurado pela reportagem, ele se recusou a comentar o caso, e negou ser autor do anúncio do Mercado Livre. "A foto que está no anúncio não é do meu cliente. Não sabemos quem fez o anúncio, nem quem postou", informou o advogado da vítima, Saulo Henrique Boff.

Conhecidos da igreja

Aluno do segundo ano do ensino médio, João Victor dos Reis Neto, 18, contou que conheceu Jacomel no grupo de jovens que ambos frequentam numa igreja católica da cidade. "Mas não somos amigos, só tínhamos contato lá."

Além de resolver ir à polícia, a família dele contratou advogado, que promete ingressar até o fim da semana com ação reparatória por danos morais.

Após as publicações, pelas quais foi duramente criticado nas redes sociais, Jacomel decidiu se desculpar com João Victor. "Quando ele chegou aqui em casa, eu estava saindo para ir à delegacia registrar boletim de ocorrência. Aceito as desculpas, mas não tenho como não levar o caso adiante. Estou falando não só em meu nome, mas de todos os negros. Muita gente sofre calada com isso. Se houver indenização, vou doar", disse.

Sem castigo

Titular do Núcleo de Combate aos Cibercrimes, em Curitiba, o delegado Demétrius Gonzaga foi informado do caso pelo UOL e afirmou que não há certeza que o site seja punido.

"Entendo que quem oferece esse serviço precisa oferecer alguma depuração do conteúdo publicado, e é co-responsável por ele. Mas essa é uma questão ainda muito discutida, sequer há consenso sobre ela na discussão da futura lei de crimes cibernéticos", disse.

"É óbvio que os provedores de serviços são contra tal responsabilidade, pois aí teriam que fazer um controle mais rigoroso do que é postado em seus serviços", explicou o delegado. "Mas já temos algumas decisões judiciais os responsabilizando em casos parecidos."

Uma delas, que ficou famosa durante a campanha eleitoral de 2012, levou à prisão o diretor-geral do Google no Brasil, Fábio José Silva Coelho. A empresa foi responsabilizada pela Justiça por manter no YouTube vídeos em que um candidato a prefeito era acusado de crimes.

O Mercado Livre informou, por meio de nota, que é "uma empresa de tecnologia que oferece ao usuário um espaço para que este anuncie seus produtos e/ou serviços para a venda, fazendo a aproximação entre vendedor e comprador, os quais deverão negociar diretamente". "Para utilizar a plataforma MercadoLivre.com, tanto vendedores como compradores devem seguir os Termos e Condições de Uso, que definem as práticas adequadas para se manter ativo no site."

A empresa informou ainda que oferece "um botão de denúncia em todos os anúncios do site para que qualquer pessoa possa denunciar ações que sejam contra a lei, os Termos e Condições de Uso do MercadoLivre.com, ou ofereçam à comunidade qualquer dano aparente". "Os usuários que infringem as regras do site têm seu cadastro cancelado."

De acordo com a nota da empresa, o Mercado Livre "tem como prática colaborar permanentemente com as autoridades e colocamo-nos à disposição das mesmas sempre que solicitado".

fonte

Rafael Moro Martins
Do UOL, em Curitiba

20/03/201318h31

Prática de cidadania: Secretário Grella não compareceu

 

Aula prática de cidadania: Secretário Grella não compareceu na audiência pública marcada para as 18h dia 19 de março, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

Mesa vazia causada pela ausência do secretário ocupada por fotos das vítimas da violência em São Paulo. Representantes de diversos órgãos e movimentos populares, aguardaram o ausente secretário.

Audiencia Publica Secretario 034

Assessor Eduardo Dias não pôde substituí-lo. Há tempos de desculpas, há tempos de ação.

Idoso e me restabelecendo de uma doença me pego relembrando velhos fatos. Desses que não estão escritos nem relatados. Fico com saudades de velhos tempos, onde construímos o momento atual. Hoje um momento sem diálogos do governo estadual de São Paulo com os movimentos, mas democrático.

A fundo mesa vazia com a ausência do seretário, a voz da periferia na voz do Rapper Pirata falando para os representantes presentes.

Autoridades aguardando a presença do secretário ausente

Um jovem companheiro a quem respeito muito, escrevia para mim que “VIVEMOS TEMPOS AINDA MAIS DIFÍCEIS”, democraticamente discordo. Só quem viveu na Ditadura Militar e lutou contra ela, sabe como eram difíceis aqueles tempos. Muito mais que hoje. Temos uma liberdade de ocupar o saguão da Secretaria de Segurança Pública, e sair pacificamente sem haver conflitos isto se chama construção democrática que vem de longas conquistas.

Tenho profunda admiração e concordância pelos manifestantes do Comitê Contra o Genocídio da População Preta, Pobre e Periférica, tanto que estava com eles no momento da ocupação. A ocupação e a tentativa de diálogo foram justas e corretas. O ausente foi o Fernando Grella Vieira, em audiência pública marcada para as 18h na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), no largo São Francisco.

Audiencia Publica Secretario 151

Saguão da Secretaria de Segurança Pública, manifestantes pedindo a presença do secretário, não foram atendidos nem por assessores…

Na Ditadura Militar, “sumiam” deputados, diretores de jornalismos, militantes e pessoas comuns. A corrupção estava instalada, os chamados “esquadrões da morte”, matadores circulavam soltos, até hoje quando passo na Avenida Sabará na Zona Sul, olho bem se não vai surgir o lendário “Maverick preto” do matador “Cabo Bruno”.

Minha formação política foi numa frente o Movimento Democrático Brasileiro – MDB, sempre fui de posições de esquerda. Independente, fruto das posições políticas de meu pai, negro, militar, revolucionário (participou em mais de quatro revoluções nas décadas de 20 e trinta) um homem com posições revolucionárias e populares, mas independente de partido organizado.

Toda essa história para falar da ausência do secretário do Governador Geraldo Alckmin, ausente na aula prática de cidadania na audiência pública marcada para as 18h na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP)

Audiencia Publica Secretario 012

Auditório Nobre da Faculdade São Francisco. Representantes dos movimentos sociais presentes

A redemocratização do país foi construída em São Paulo, nos movimentos de rua nos grandes comícios pelas Diretas na Praça da Sé e no Vale do Anhangabaú. A antiga frente do MDB (o Manda Brasa) teve continuidade no histórico PMDB na época do bipartidarismo.

A eleição em 1982 do Governador Montoro com suas Proposta de Participação Comunitária dos Movimentos Populares foi o inicio da derrubada da Ditadura Militar. A eleição de Tancredo em 1985 o final.

Um velho amigo comunista há pouco dizia que fôramos e éramos românticos. Defendíamos ideias que não se aplicam mais. E quem se lembra de velhos ideais?

Assessor insistindo em participar no lugar do secretário ausente. Democracia exige presença de quem decide.

Lembro-me de um jovem promissor e idealista, professor de um cursinho comunitário, defensor de pobres e oprimidos, eleito aos dezenoves anos como vereador pelo “MDB” em Pindamonhangaba, sei disso estudei no Vale da Paraíba- São Paulo.Nome Geraldo Alckmin, hoje Governador do Estado de São Paulo, herdeiro dos ideais de Montoro e Mário Covas. Seu secretário de Segurança Pública Fernando Grella não comparece numa audiência marcada há quatro meses, e envia seu assessor para representá-lo. Onde estão as lições de participação democrática?

Tempos difíceis onde o governo corta o diálogo com os movimentos sociais e apresenta desculpas esfarrapadas.

Talvez as pessoas mudem seus ideais e poucos quando idosos continuem românticos como foram na juventude. Ou eu talvez eu esteja vivendo numa realidade paralela como propõe as teorias dos universos quânticos. As pessoas e as ideias não são as mesmas.

Audiencia Publica Secretario 083

Mãe parente de vítima da violência. Fico com a alegria e a promessa das crianças de dias melhores.