sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Mãe Stella lança livro na ALB

Mãe Stella lança na ALB livro sobre a sabedoria do destino

Quando alguém é iniciado no candomblé, além de ganhar um novo nome, também fica sabendo o nome do seu orixá e o seu destino (odu). A sabedoria sobre o que a vida reserva a cada um e a melhor forma de os seres humanos conduzirem-se é o assunto que Mãe Stella de Oxóssi, 88, trata em seu novo livro lançado na Academia de Letras da Bahia (ALB).

Mãe Stela

Mãe Stella quer, com o livro, preservar o saber oral e evitar distorções na essência da religião

 

Ofún, dedicado ao odu de Oxalá, foi lançado nesta quarta-feira, 18, às 18 horas, na Academia de Letras da Bahia (ALB), e inaugura a Coleção Odu Àdajó (Coleção de Destinos). Cada um dos 16 volumes vai contemplar um odu, tal como são representados no oráculo de Ifá, transposto para o Brasil como Jogo de Búzios.
A ialorixá do Ilê Axé Opô Afonja e imortal da ALB, que tomou posse em 12 de setembro deste ano,  aprofunda seu conhecimento sobre o oráculo desde que foi iniciada, aos 14 anos.

Ela conta no prefácio que, assim como Bida de Iemanjá, numa época em que este saber era transmitido apenas oralmente pedia que ela anotasse as orientações, ela própria pediu que uma filha de Iemanjá do Opô Afonjá, Graziela Domini, recolhesse e organizasse o conhecimento que acumulou.

Assim, o livro preserva a energia da  tradição oral, com informações de Mãe Stella, e a sistematização da tradição escrita, a cargo de Graziela.

"Optei por fazer uso da tradição escrita para, respeitosamente, oferecer a riqueza da filosofia yorubá, que nos foi transmitida pela tradição oral (ìpita), sem, no entanto, expor fundamentos que não são de interesse de todos", escreve Mãe Stella.

A ialorixá também enfatiza que as informações que dissemina dizem respeito à prática  no Opô Afonjá, com objetivo de preservar a tradição, na modernidade, de "deturpações na essência da religião milenar".

Graziela explica a complexidade que envolve os odus: "É o caminho que a gente deve seguir e que coisas  deve fazer para que esse caminho seja o melhor possível, para   ter uma longa vida e cumprir a missão que tem na terra".

O odu, de acordo com a filha de Iemanjá,  também vai revelar  o seu gênero, em que ponto cardeal as oferendas devem ser depositadas, quais são os seus mitos e dizer quais os orixás que falam neste odu. Além disso, identificam elementos relacionados do reino mineral, vegetal, entre outras particularidades.

Na introdução, as autoras explicam a magnitude do odu  Ofún Méjè: "Öfun Méjì é o odu da unidade e, por isto, tem como instrumento a Cabaça-da-Existência, correspondente ao Ovo Cósmico de outras tradições, que comporta tudo o que foi ou que há de ser criado através do movimento dos diversos pares de opostos".

Fonte: Portal A Tarde

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Aperto de mão histórico entre Obama e Raúl Castro

Aperto de mão histórico entre Obama e Raúl Castro após 35 anos de rompimento de relações diplomáticas.

(COM VÍDEO) O Presidente dos EUA, Barack Obama, apertou a mão e trocou breves palavras com o seu homólogo cubano, Raúl Castro, durante a homenagem a Nelson Mandela, na África do Sul.

Aperto de mão histórico entre Obama e Raúl Castro

As relações entre EUA e Cuba estão cortadas desde 1961, depois da Revolução Cubana de 1959 e das nacionalizações dos bens norte-americanos na ilha. O embargo norte-americano total foi decretado em 1962, pelo então presidente John F. Kennedy, existindo ainda hoje sanções económicas contra a ilha.

Nos últimos anos tem havido contudo uma aproximação, tendo Obama defendido uma revisão da política com Cuba - mantendo sempre o objetivo de ajudar a uma liberalização da ilha.

Obama cumprimentou Raúl Castro depois de subir à tribuna, antes do seu discurso na cerimónia. O líder cubano irá também discursar.

O Presidente norte-americano cumprimentou ainda com dois beijos a sua homóloga brasileira, Dilma Rousseff, que tem sido crítica em relação ao programa de espionagem dos EUA e cancelou uma visita oficial a Washington em outubro.

 

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

O adeus do gigante Nelson Mandela

Nelson Mandela pediu há alguns anos para que na sua lápide apenas se escrevesse : "Aqui jaz um homem que fez o seu dever na Terra." A sua humildade cabe realmente numa frase gravada na última morada. Mas o seu exemplo de vida, esse, é incomensurável. Perdurará para a história muito mais tempo do que a sua lápide. Ontem morreu um homem cuja memória será eterna.

Camiseta Mandela (303x374)

Quando o Presidente Jacob Zuma veio anunciar ao mundo a morte do herói da luta contra o apartheid logo se sucederam as homenagens e os elogios de líderes mundiais e de tanta outra gente pelo mundo fora. Todos sabem o que significou para a evolução do mundo e das sociedades. A história dos homens registará um antes e um pós-Mandela. Algo que muito poucos conseguiram até hoje.

Nascido em Mvezo numa família de 13 irmãos de etnia xhosa, o primeiro presidente negro da África do Sul morreu aos 95 anos, após longos meses de luta contra a doença. Mas na memória de todos e para a história fica o homem que em 1990 saiu da prisão onde passara 27 anos (18 dos quais na temida Robben Island) de punho erguido. Enganou-se quem viu nesse gesto um desafio ao regime que o colocara atrás as grades. O antigo líder da ala armada do ANC deixara definitivamente para trás os tempos de violência e provou que o perdão também pode ser uma arma poderosa quando se procura alcançar a paz.

Empenhado em unir uma África do Sul dividida entre a minoria branca privilegiada e a larga maioria negra discriminada durante anos por um regime racista, quando chegou ao poder em 1994, nas primeiras eleições democráticas naquela que é hoje a maior economia de África e um gigante em termos de influência diplomática, não hesitou em recorrer ao seu engenho para acabar com as divisões. Até usou o râguebi, esse desporto de elites, através do qual conseguiu pôr todo um país a torcer pela vitória dos Springboks no campeonato do mundo organizado pela África do Sul em 1995.

Cumprido um mandato, Mandela voltou a mostrar porque é um dos políticos mais admirados em todo o mundo: decidiu deixar o poder. Um gesto ainda demasiado raro em África, mas que não tirou em nada a sua influência a "Madiba", o nome tribal que os sul-africanos usam com carinho para se referir ao seu primeiro presidente negro. Respeitado de forma quase unânime e globalmente, elogiado pela forma como soube unir a África do Sul, o Nobel da Paz 1993 (partilhado com Frederik de Klerk, o último presidente do apartheid) soube também revelar grandeza na sua vida pessoal. O homem que lançou as bases do que o arcebispo anglicano Desmond Tutu chamou a Nação Arco-Íris teve a seu lado, nestes últimos tempos de doença, toda a família.

Adorado pelo povo sul-africano, Mandela era visto como o cimento que mantinha a nação unida. Com a sua morte, surgem dúvidas sobre como vai ser o futuro de uma África do Sul onde a violência racial ainda não parece ter desaparecido totalmente, mas onde o exemplo conciliador de Mandela é um argumento tão forte que poucos ousam ignorar. Por agora, é tempo de o mundo chorar um grande homem, um exemplo tremendo para a humanidade. É tempo de dizer adeus a "Madiba", de dizer adeus a Mandela, um gigante e um herói.

Fonte Diário de Notícias PT

Desocupação em Belo Monte

Esta foto registra o momento que uma índia da etnia sateré-mawé, com uma criança no colo, se coloca na frente da tropa de choque, durante a reintegração de posse em Manaus.(Foto: Luiz Gonzaga de Vasconcelos / A Crítica - Manaus)
Manaus

Vale mais do que mil palavras ...

Uma mulher indígena segura seu filho enquanto tenta resistir ao avanço de policiais do estado do Amazonas que foram expulsar a mulher e cerca de 200 outros membros do Movimento dos Sem Terra a partir de um aparelho de propriedade privada da terra, nos arredores de Manaus, no coração do Brasil Amazon 11 março de 2008. Os camponeses sem terra tentaram em vão resistir ao despejo, com arcos e flechas contra a polícia usando gás lacrimogêneo e cães treinados. - [REUTERS / Luiz Vasconcelos-A Crítica / AE].

Cabelo crespo e blackpower proibido em colégio

Colégio em Guarulhos pede que aluno corte cabelo crespo. Mãe não cortou

Mãe não cortou cabelo diz que não conseguiu fazer rematrícula em escola. Colégio Cidade Jardim Cumbica diz que mãe perdeu prazo para matrícula.

Cabelo Black Power

Um colégio em Guarulhos, na Grande São Paulo, pediu que um dos seus alunos cortasse o cabelo crespo, a mãe não cortou e o filho não conseguiu fazer a rematrícula na escola Cidade Jardim Cumbica. A Polícia Civil abriu inquérito por racismo.

Segundo a mãe Maria Izabel Neiva, ela recebeu em agosto um bilhete da professora do filho Lucas Neiva, 8 anos, para que ele usasse um corte de cabelo mais adequado. Izabel decidiu não cortar o cabelo e mandou um bilhete para diretora que respondeu dizendo que “[esse tipo de] cabelo [black power] não é usado no colégio pelos alunos”.

“Vim conversar com ela [diretora] pessoalmente, passei umas duas ou três horas com ela porque eu falei pra ela assim ‘não atrapalha em nada o cabelo dele. Ele enxerga normalmente, o cabelo não está no olho, não atrapalha em nada’ e ela disse ´atrapalha os colegas a enxergar a lousa. Ela [diretora] falou ‘é crespo e é cheio. é inadequado esse cabelo. Venhamos e convenhamos, mãe’”, disse Izabel ao Bom Dia Brasil.

Ainda de acordo com a mãe, ela disse que não recebeu nenhum aviso sobre a rematrícula do filho e ao procurar a secretaria da escola foi informada que já não havia mais vaga para o menino.

Colégio Guarulhos

O colégio ainda anuncia que as matrículas estão abertas

Para o delegado do 3º Distrito Policial, Jorge Vidal Pereira, a conduta da escola pode ser qualificada como racismo.

“Toda vez que a pessoa é impedida ou é tolida de entrar em algum estabelecimento, inclusive estabelecimento de ensino, que tenha a conotação que é por causa da cor ou do cabelo está caracterizado dentro da lei que apura os crimes raciais”, disse Pereira .

De acordo com a polícia, a diretora da escola já foi notificada do inquérito e deve comparecer segunda-feira na delegacia para prestar depoimento.

Em nota, a direção do colégio Cidade Jardim Cumbica disse que a mãe perdeu o prazo da rematrícula e que foi orientada a colocar o nome do filho na lista de espera. Ainda de acordo com a escola, a professora havia orientado a mãe a cortar o cabelo do menino porque a franja estava atrapalhando a visão dele, mas que isso não tem relação com o fato do menino não poder ser rematriculado. A direção considerou o inquérito policial como “absurdo”.

Fonte G1

Veja o vídeo em http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2013/12/policia-vai-investigar-escola-que-pediu-para-aluno-cortar-cabelo-black-power.html

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Raça - Um Filme Sobre Igualdade

II Festival de Filmes Africanos leva produções de jovens cineastas à UFRN

O Núcleo de Antropologia Visual da UFRN promove, do dia 3 ao 5 de dezembro, debates, exibição de filmes e palestras com entrada Catraca Livre

Divulgação

Rastros, Pegadas de mulher’ aborda as pinturas murais das mulheres kassenas de Burkina Faso, perto da fronteira com Gana

Produções de novas gerações do universo cinematográfico africano desembarcam, de 3 a 5 de dezembro, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN.

Promovido pelo Núcleo de Antropologia Visual, o II Festival de Filmes Africanos traz trabalhos do Senegal, Níger, Burkina Faso e Tunísca, além de debates e palestras com entrada Catraca Livre.

Filmes como “Yiri Kan”, “Rastros, Pegadas de mulher” e “Uma risada a mais”, de jovens cineastas com destaque nos principais festivais do continente, integram a programação.

Raça – Um filme sobre igualdade

O primeiro dia da mostra conta com o lançamento do documentário “Raça” de Joel Zito Araújo e Megan Mylan às 19h00 no auditório da reitoria da UFRN. Em seguida, o público conta com a presença do Prof. Dr. Mahomed Bamba da Facom/UFBA, um dos organizadores do livro “Filmes da África e da Diáspora”, para ministrar um debate sobre a produção de documentários pelas novas gerações da África.

Fonte Catraca Livre

A morte do cacique Kaiowá

A morte de Ambrósio Kaiowá

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ambrósio Vilhalva, liderança Guarani Kaiowá do acampamento Guyraroká, morreu. Foi assassinado a facadas às oito e meia da noite do domingo, 1, em sua própria aldeia, a caminho de casa.

Sua morte é triste e complexa. Propomos aqui três apontamentos para refletir e para tentar compreender a morte de Ambrósio - e seus últimos anos de vida.

O primeiro está relacionado à terra. Guyraroká é um território retomado pelos Kaiowá. Em 1990, um grupo de 30 famílias que viviam confinadas na reserva Tey'kue, em Caarapó, conseguiu ocupar 60 hectares de uma das fazendas. Dali foram expulsos e permaneceram por quatro anos na beira da estrada, até que conseguiram voltar para a área.

Estudos antropológicos confirmaram a tradicionalidade do Guyraroká: 12 mil hectares foram identificados como terras originariamente ocupadas por àquelas famílias. Em 2009, o Ministério da Justiça publicou uma portaria declaratória, reconhecendo a área como efetivamente indígena.

O segundo apontamento está relacionado aos impactos do processo histórico imposto aos Guarani Kaiowá de perda de território e do confinamento nas reservas. Estas experiências foram traumáticas, transformaram abruptamente seus modos de viver a vida. Diminuiram e alteraram profundamente a qualidade e o sentido da vida destas pessoas.

Nesse contexto, bem como o suicídio, o uso compulsivo de bebidas alcoólicas proliferou com bastante força, atingindo centenas de Kaiowá desde então. Para suportar as tentativas de disciplinamento por parte do Estado e do capital, embriagar-se ou se matar forjaram-se como saídas. E Ambrósio bebia muito.

O terceiro apontamento tenta dar cabo do elemento mais trágico e grotesco da história: Ambrósio, segundo informaçãoes preliminares, teria sido assassinado por indígenas - e não por pistoleiros. No último período, a liderança vinha sendo alertada pela comunidade sobre os problemas que o uso compulsivo de bebidas alcoólicas traziam. Ambrósio vinha se tornando cada vez mais hostil com os indígenas da aldeia.

As memórias dão conta de que antes ele não era assim. Ambrósio era um bom yvyra'ja (aprendiz e auxiliar) do pai, seu Papito, tekoa’ruvixa (ou ñanderu, o rezador tradicional Kaiowá) da comunidade. Em 2008, Ambrósio foi um dos protagonistas do longa de ficção Terra Vermelha, co-produção italiana e brasileira sobre a tragédia Kaiowá. Bastante elogiado, o filme teve cinco nominações (entre elas, para o Festival de Veneza) e duas premiações. Ambrósio viajou bastante em função das agendas extensas de divulgação do filme (busque "Ambrósio Vilhalva" no Google para ter uma ideia).

Depois da exposição e da circulação do Kaiowá em festivais, espaços políticos e outras esferas, em diversos países, ele teria ficado assim, avesso, conforme indígenas que conviveram com Vilhalva. Sob severas privações em seu tekoha diminuto, a circulação de Ambrósio pelas extensas arenas por onde Terra Vermelha o levou teria acentuado as dissociações causadas pela invasão das terras Guarani Kaiowá, alçando Vilhalva a uma imagem difusa de si próprio.

Outros atores do filme também têm sofrido problemas semelhantes. Os produtores de Terra Vermelha possivelmente desconhecem esse fato, e muito menos anteviram os efeitos que a velocidade estonteante com que Ambrósio foi solapado provisoriamente de seu universo social causariam.

Expor grosseiramente os fatos relacionados à morte de Ambrósio apenas fragiliza a imagem dos indígenas e reforça os estereótipos que a hegemonia da elite agrária sul-mato-grossense insiste em vincular aos povos Guarani, com o intuito de reduzir as razões e a justeza que os levam a reivindicar seus territórios tradicionais. É preciso ser mais complexo e justo com a história, porque é exatamente o contrário disso.

Ruy Sposati, de Campo Grande (MS)

Fonte da notícia: Assessoria Cimi/MS

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Imigrantes bolivianos em São Paulo

Imigrantes bolivianos vivem como escravos em São Paulo

‘Morrer antes que viver como escravos’. Este é o lema da Bolívia, cantado no refrão do Hino Nacional do País. No entanto, é como ‘quase’ escravos que cerca de 50 mil bolivianos trabalham em fábricas de roupas em São Paulo.

Imigrantes bolivianos fazem jornada de trabalho de até 16 horas, em confecções escuras e com pouca ventilaçãoOs imigrantes fazem turnos de até 16 horas em confecções de roupas nos bairros do Brás, Pari e Bom Retiro. O ambiente de trabalho é fechado, sem janelas e com pouca luz. Os bolivianos moram nas fábricas e precisam pagar tudo para o patrão, desde a máquina de costura que trabalham até a água, luz e comida. Por isso, acabam endividados e ‘presos’ nas confecções. Para garantir que os imigrantes não fujam, além de trancarem as portas das fábricas, os patrões ameaçam chamar a Polícia Federal para deportar aqueles em situação ilegal.

A Bolívia ocupa a 113ª posição no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU, a pior da América do Sul, e vive uma crise política e econômica que força seus habitantes a imigrarem. Assim como os brasileiros que vão ilegalmente aos Estados Unidos, na ilusão de melhorar de vida, os bolivianos são recrutados por ‘coiotes’, que oferecem trabalho, moradia e um salário de 300 a 400 dólares por mês. As portas de entrada para o Brasil são as cidades de Corumbá (Mato Grosso do Sul), Cáceres (Mato Grosso), Guajará-Mirim (Amazonas, por via fluvial), Manaus (Amazonas, por via fluvial) e mais recentemente Foz do Iguaçú (Paraná), por onde entram ilegalmente pela Ponte da Amizade.

“Eles vêm porque a situação, apesar de precária no Brasil, chega a ser, muitas vezes, melhor que na Bolívia. Alguns poucos mandam cerca de cem reais por mês para a Bolívia, mas muitos ficam sem comunicação com os parentes de lá, o que facilita a vinda de mais bolivianos para São Paulo”, disse Paulo Illes, coordenador do Centro de Apoio ao Migrante, entidade ligada à Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) da Igreja Católica.

De acordo com Illes, o sonho de todo boliviano é poder abrir a própria confeccção, algo que poucos conseguem. O Centro de Apoio ao Migrante, além de ajudar os estrangeiros com assistência jurídica, cursos profissionalizantes e apoio às famílias, também promove uma campanha para a regularização dos ilegais.

Existem três maneiras para o cidadão estrangeiro tornar legal a sua permanência no Brasil. Casando com um(a) brasileiro(a), tendo filho brasileiro ou se tiver pais brasileiros. Recentemente, houve um acordo assinado pelo Brasil e pela Bolívia, o tratado prevê a legalização de todos os bolivianos que chegaram no País antes de 15 de agosto deste ano. Até agora nenhum boliviano se legalizou ajudado por esse acordo por causa do alto custo, de aproximadamente R$ 1.200 por pessoa. “O acordo foi de interesse puramente econômico e não humano. Estamos fazendo um abaixo-assinado para o Governo diminuir esse valor, ou cobrá-lo por família. Pedimos a regularização para eles poderem mudar de vida”, afirmou Illes.

A imigração boliviana começou nos anos 60. Os árabes, donos das confecções, empregavam os coreanos que começaram a abrir suas próprias confecções e a contratar bolivianos. No começo, os bolivianos eram só empregados. Hoje alguns já são donos de fábricas. “Muitos bolivianos conseguem superar, se inserir na sociedade brasileira e trazer valores culturais para o Brasil”, contou Illes.

Mas não são só bolivianos que entram ilegalmente no Brasil para trabalhar nas confecções. Muitos paraguaios e peruanos também estão vindo. “Os paraguaios, geralmente, vão morar em favelas e os peruanos alugam quitinetes para seis ou sete pessoas”, explicou o coordenador do Centro de Apoio ao Migrante.

Para Illes, os bolivianos são desprezados pelos brasileiros. Antigamente, a colônia se reunia todos os domingos na praça Padre Bento, no Pari, para fazer festa, vender comidas típicas e se divertir. Porém, os moradores do lugar os expulsaram, acusando-os de bagunça e de sujar o espaço. Hoje, a praça Cantuta, também no Pari, é o lugar escolhido por eles para promover sua festa, todos os domingos. “É uma praça menor, mas a festa é bonita. Tornouse símbolo do desprezo brasileiro pela cultura diferente”, disse Illes.

Thiago Varella

Fonte: Espaço Cidadania - Universidade Metodista de São Paulo

Imigração em massa de Haitianos no Acre

Imigração em massa de Haitianos é tratada por comissão de senadores que chega ao Acre

Hatiano Senadores

De acordo com o senador Jorge Viana, o objetivo da comissão é tentar minimizar o impacto que as cidades vêm sofrendo devido a imigração
O presidente da comissão de relações exteriores e defesa nacional do senado, senador Ricardo Ferraço, do Espírito Santo, lidera a comitiva no Acre

Para conferir a situação e solucionar a grande massa de imigrantes haitianos no acre, uma comissão formada por senadores chegaram ao estado nesta segunda-feira, 2, e visitaram a cidade de Brasiléia. Haitianos têm chegado ao Brasil e se instalado de forma precária nos municípios acreanos. O presidente da comissão de relações exteriores e defesa nacional do senado, senador Ricardo Ferraço, do Espírito Santo, lidera a comitiva no Acre e expõe quais medidas serão tomadas em relação à problemática.

De acordo com o senador Jorge Viana, o objetivo da comissão é tentar minimizar o impacto que as cidades vêm sofrendo devido a imigração, buscando uma forma de abrigar os haitianos sem malefícios para o Estado.

Senador Aníbal Diniz, que também participa das reuniões com a comissão, diz que o lado da população das cidades de Brasileia e Epitaciolândia, com maior número de imigração, também deve ser levado em consideração, já que segundo ele, há mais de três anos moradores dessa região sentem na pele as dificuldades encontradas depois da imigração em grande massa e providências serão tomadas.

Seg, 02 de Dezembro de 2013 18:21 Thais Farias

Fonte Agencia Senado

Imigrantes participarão no Conselho Municipal de SP

Imigrantes terão cadeiras no Conselho Participativo Municipal de São Paulo

Prefeitura faz eleição paralela para driblar regras do TSE que impedia a participação de estrangeiros. Prefeitura estima que 400 mil pessoas de outras nacionalidades vivam na cidade

 

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Festa popular boliviana em São Paulo, cidade que tenta ampliar reconhecimento da cidadania de imigrantes

São Paulo – Foi publicado  (30/11) no Diário Oficial da Cidade de São Paulo decreto do prefeito Fernando Haddad (PT) que possibilita que imigrantes residentes na capital paulista possam integrar os Conselhos Participativos Municipais das subprefeituras. Os representantes estrangeiros poderão votar e ser votados para cadeiras de conselheiros extraordinários das administrações regionais em que mais de 0,5% da população tenha outra nacionalidade. Vinte das 32 regiões administrativas da cidade devem eleger representantes. A escolha deles será realizada em 30 março, em um processo eleitoral posterior ao dos conselheiros ordinários, que será realizada no domingo (8).

A medida dribla as exigência do Tribunal Regional Eleitoral – que irá ceder 10 mil urnas eletrônicas para a realização da eleição do domingo –, de que todos os participantes do pleito estivessem inscritos como eleitores. Como o Brasil é o único país da América do Sul que não dá direitos políticos aos imigrantes, eles não podem ser inscritos em zonas e ter título de eleitor, o que impedia que os cerca de 400 mil estrangeiros residentes na capital cumprissem a regra.

O processo eleitoral que escolherá os imigrantes, no entanto, será realizado pela secretaria Municipal de Relações Governamentais. Vinte e dois conselheiros devem ser eleitos. As regiões com população entre 0,5% e 1% de estrangeiros poderão eleger um representante; as que tiverem mais do que isso, dois. Segundo o secretário municipal de Direitos Humanos, Rogério Sottili, apenas a Subprefeitura da Sé se enquadra nisso e deve eleger um par de conselheiros extraordinários.

A participação no Conselho era uma reivindicação dos imigrantes da cidade, que lutam por políticas públicas específicas e conquista de direitos políticos, dois dos principais temas que estão sendo discutidos na 1ª Conferência Municipal de Migrantes, que ocorre neste fim de semana, onde foi divulgado em primeira mão que o decreto havia sido assinado pelo prefeito no final da tarde de ontem.

Cada conselho participativo terá entre 19 e 53 pessoas, incluindo os representantes dos imigrantes. Todos os conselheiros terão mandatos de dois anos, não serão remunerados e terão a prerrogativa de fiscalizar a execução orçamentária e o cumprimento das metas para cada subprefeitura.

Desde o início de sua gestão, Haddad tem demonstrado interesse pela questão, ao criar uma coordenadoria específica para o assunto e incluir, em seu plano de metas, a elaboração de uma política municipal para imigrantes. Além disso, São Paulo deve engrossar uma campanha de mudanças na lei eleitoral para que os estrangeiros residentes no país possam participar de eleições.

Para a boliviana Mônica Rodriguez, uma provável candidata, a medida representa um grande avanço. “É só o primeiro passo para que o imigrante deixe de ser invisível”, acredita.

Para participar das eleições, os candidatos a conselheiros extraordinários terão que cumprir as mesmas regras que os brasileiros: ter mais de 18 anos, apresentar um comprovante de residência que ateste que reside na região da sub que quer representar, apresentar 100 assinaturas endossando a candidatura e um documento de identidade, que pode ser emitido no Brasil ou em seu país de origem. Para votar, os estrangeiros também têm de apresentar documento de identidade, comprovante de residência e assinar um documento garantindo que só irão votar em uma subprefeitura.

por Gisele Brito, da RBA - 30/11/2013

Fonte Rede Brasil Atual

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

A rota do escravo - a alma da resistência

 

A UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, o  Ensino e a Cultura - é um orgâo que visa promover a educação e cultura pelo mundo. No Brasil, é um escritório nacional da região da América Latina. Seu principal objetivo é auxiliar a formulação e operacionalização de políticas públicas que estejam em sintonia com asestratégias acordadas entre os Estados Membros da UNESCO. Disponibiliza em seu canal no Youtube vários vídeos que contribuem para essa objetivo.

A seguir veja o vídeo: A rota do escravo - a alma da resistência. Produzido pela UNESCO

A rota do escravo - a alma da resistência síntese do tema escravidão, detalhando todos os caminhos que levaram a humanidade a cometer essa crime até a sua abolição em vários países, com foco na América Latina.

A história do comércio de seres humanos é contada através das vozes de escravos, mas também dos mestres e comerciantes de escravos.
Cada um conta sua experiência: da deportação de homens e mulheres para as plantações até o cotidiano do trabalho e os movimentos de abolição.

A nova e a velha escravidão comparações

Comparação entre a nova escravidão e o antigo sistema

Nova escravidão 02

A assinatura da lei Áurea, em 13 de maio de 1888, decretou o fim do direito de propriedade de uma pessoa sob outra, porém o trabalho semelhante ao escravo se manteve de outra maneira. A forma mais encontrada no país é a da servidão, ou ‘peonagem’, por dívida. Nela, a pessoa empenha sua própria capacidade de trabalho ou a de pessoas sob sua responsabilidade (esposa, filhos, pais) para saldar uma conta. E isso acontece sem que o valor do serviço executado seja aplicado no abatimento da conta de forma razoável ou que a duração e a natureza do serviço estejam claramente definidas.

Nova escravidão 01

A nova escravidão é mais vantajosa para os empresários que a da época do Brasil Colônia e do Império, pelo menos do ponto de vista financeiro e operacional. O sociólogo norte-americano Kevin Bales, considerado um dos maiores especialistas no tema, traça em seu livro “Disposable People: New Slavery in the Global Economy” (Gente Descartável: A Nova Escravidão na Economia Mundial) paralelos entre esses dois sistemas que foram aqui adaptados pela Repórter Brasil para a realidade brasileira.

brasil

antiga escravidão

nova escravidão

propriedade legal

permitida

proibida

custo de aquisição de mão-de-obra

alto. a riqueza de uma pessoa podia ser medida pela quantidade de escravos

muito baixo. não há compra e, muitas vezes, gasta-se apenas o transporte

lucros

baixos. havia custos com a manutenção dos escravos

altos. se alguém fica doente pode ser mandado embora, sem nenhum direito

mão-de-obra

escassa. dependia de tráfico negreiro, prisão de índios ou reprodução. bales afirma que, em 1850, um escravo era vendido por uma quantia equivalente a r$ 120 mil

descartável. um grande contingente de trabalhadores desempregados. um homem foi levado por um gato por r$ 150,00 em eldorado dos carajás, sul do Pará

relacionamento

longo período. a vida inteira do escravo e até de seus descendentes

curto período. terminado o serviço, não é mais necessário prover o sustento

diferenças étnicas

relevantes para a escravização

pouco relevantes. qualquer pessoa pobre e miserável são os que se tornam escravos, independente da cor da pele

manutenção da ordem

ameaças, violência psicológica, coerção física, punições exemplares e até assassinatos

ameaças, violência psicológica, coerção física, punições exemplares e até assassinatos

Observação: As diferenças étnicas não são mais fundamentais para escolher a mão-de-obra. A seleção se dá pela capacidade da força física de trabalho e não pela cor. Qualquer pessoa miserável moradora nas regiões de grande incidência de aliciamento para a escravidão pode cair na rede da escravidão. Contudo, apesar de não haver um levantamento estatístico sobre isso, há uma grande incidência de afrodescendentes entre os libertados da escravidão de acordo com integrantes dos grupos móveis de fiscalização, em uma proporção maior do que a que ocorre no restante da população brasileira. O histórico de desigualdade da população negra não se alterou substancialmente após a assinatura da Lei Áurea, em maio de 1888. Apesar da escravidão ter se tornado oficialmente ilegal, o Estado e a sociedade não garantiram condições para os libertos poderem efetivar sua cidadania. Por fim, as estatísticas oficiais mostram que há mais negros pobres do que brancos pobres no Brasil. Outro fator a ser considerado é que o Maranhão, estado com maior quantidade de trabalhadores libertos da escravidão, é também a unidade da federação com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e a que possui a maior quantidade de comunidades quilombolas.

Fonte Reporter Brasil

"Iyalode - Damas da Sociedade",

"Iyalode - Damas da Sociedade",

Canal Curta! documentário sobre mães-de-santo de SP

No Canal Cura! documentário "Iyalode - Damas da Sociedade", dirigido pela jornalista e cineasta Maria Emília Coelho e pelo cientista social José Pedro da Silva Neto.
O filme histórico relata a vida de algumas das mães-de-santo mais antigas de São Paulo --Mãe Pulquéria, Mãe Juju, Mãe Ada e Mãe Sessu--, que no final dos anos 50 trouxeram o candomblé para a cidade. Elas contam como iniciaram na religião e como conseguiram fincar raízes na metrópole.
De dentro dos terreiros, os documentaristas mostram a rotina dessas mulheres e gravam depoimentos, mostrando como a escolha pelo candomblé determinou e transformou suas relações familiares e também com a sociedade que, segundo elas, não está acostumada a ver a mulher à frente de algo tão delicado como a religião.
O retrato dessas trajetórias de vida exprime também o crescimento da religião em São Paulo. Na época em que chegaram à cidade, incompreendidas pela maioria dos paulistanos, instalaram seus terreiros em casas, casebres e casarões, todos afastados da região central. Hoje eles são, além de lugar sagrado para seus adeptos, ponto de referência e de culto a uma das religiões mais tradicionais da cultura brasileira.
Ponto alto do filme é o inédito encontro das quatro mães-de-santo em uma praia paulista. Emocionadas, elas trocam experiências, cantam e homenageiam a mulher e os orixás, à beira do mar.

Dia internacional da Abolição da escravatura e…

Os novos escravos

Dia 2 de dezenbro

Hoje é o dia internacional que evoca a abolição da escravatura. Mas esta não pertence apenas ao passado. Por tradição, porque um dia contraíram uma dívida ou porque foram vendidos pelas famílias os escravos modernos estão condenados a uma existência que não lhes reconhece quaisquer direitos.Há alguns anos li „Gente Descartável” do sociólogo Kevin Bales. Trata-se de uma monografia sobre escravatura moderna. Conta histórias terríveis como a de Bilal, que vende água em Noualchott, a de Siri, vendida pelos pais e obrigada a aceitar 15 ou mais clientes por noite no bordel onde trabalha e as histórias dos meninos que trabalham em fábricas de fogo de artificio na Índia. Nessas fábricas a pólvora queima-lhes os dedos e as bolhas que se formam são rebentadas com carvão ou cigarros acesos para que as crianças não parem de trabalhar.

Alguns nunca viram uma casa,  nem uma cidade, nem o mar, nem um jardim. Dignidade, compaixão ou afecto são palavras desconhecidas nesse mapa de desumanidade.

Em pleno século XXI há ainda quase trinta milhões de pessoas condenadas a uma existência em que não lhe são concedidos quaisquer direitos. Abandonadas nos cantos mais inóspito do planeta : em África, na Ásia e, para nossa vergonha maior,  na Europa. Abominável.

Vozes de África

(…)

Qual Prometeu tu me amarraste um dia

Do deserto na rubra penedia — Infinito: galé! …

Por abutre — me deste o sol candente,

E a terra de Suez — foi a corrente

Que me ligaste ao pé…

O cavalo estafado do Beduíno

Sob a vergasta tomba ressupino

E morre no areal.

Minha garupa sangra, a dor poreja,

Quando o chicote do simoun dardeja

O teu braço eternal.

Castro Alves

Por Helena Ferro Gouveia

em Domadora de Camalões


“Noel Rosa, Poeta da Vila e do Povo”

Filme “Noel Rosa, Poeta da Vila e do Povo”, coproduzido pela TV Brasil, será lançado em DVD no Dia Nacional do Samba

Obra é resultado de reportagens musicais sobre Noel Rosa, exibidas em série coproduzida pela TV Brasil e a Cinemar Produções, e também marca a comemoração do sexto aniversário da emissora

As comemorações pelo Dia Nacional do Samba, celebrado no dia 02 de dezembro, terão um tempero especial: o lançamento, em DVD, do filme “Noel Rosa, Poeta da Vila e do Povo”, uma coprodução da TV Brasil e da Cinemar Produções, que homenageia um dos mais importantes e populares compositores brasileiros: Noel Rosa. O lançamento também marca o sexto aniversário da emissora pública, gerida pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), festejado na mesma data.

O lançamento acontece a partir das 17h30, na livraria Folha Seca, localizada num endereço que é reduto de apreciadores do samba de raiz, a Rua do Ouvidor, 37. Embalando os convidados, sambas de Noel interpretados pela cantora Marina Iris, que tem forte ligação com o gênero. Estarão presentes o diretor do filme, Dácio Malta, o produtor Roberto Faissal, a cantora Mariana Baltar, que interpreta a canção de abertura da obra, e representantes da TV Brasil.

“Noel Rosa, Poeta da Vila e do Povo” é originário da série homônima que homenageou o centenário de nascimento de Noel, cujos cinco episódios foram ao ar na TV Brasil em 2010. A reportagem destaca a obra do compositor, morto aos 26 anos de tuberculose, e que compôs, em sua curta carreira, 227 músicas, a maioria delas sambas, alguns considerados verdadeiras obras-primas. Noel já foi gravado pelos mais notáveis intérpretes da MPB, sendo que algumas de suas músicas, como “As Pastorinhas", conta hoje com cerca de duas centenas de gravações.

Dácio Malta estava escrevendo um espetáculo sobre o centenário de Noel e foi daí que surgiu a ideia do documentário que originou a série de cinco episódios exibida na TV. Segundo ele, guardada a modéstia, o documentário é definitivo porque, quando foi feito, em 2010, não tinha nenhum contemporâneo do Noel vivo. Tudo foi de arquivo. “Eu acho que o documentário sobre a vida e obra de Noel é definitivo. Quando fiz, já não tinha nenhum contemporâneo do Noel. Usei muita coisa de arquivo. Mesmo se alguém fizer vai ser impossível encontrar alguma coisa nova de Noel”, explica Dácio.

A produção reuniu mais de 60 horas de gravações, além de outras dezenas de arquivos sonoros, fotos, partituras e originais de Noel. Resultado de 20 meses de pesquisa, foi realizada em apenas seis semanas. No filme, expoentes da MPB, como Caetano Veloso e Zeca Pagodinho, entre outros, confessam a importância de Noel em suas vidas.

Além das gravações de Zé Renato, que é o diretor musical do filme, de Mariana Baltar, e dos entrevistados, foram utilizadas imagens de arquivos da TV Brasil, TV Cultura, TV Globo, Cinemateca Brasileira, Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, Biblioteca Nacional e Fundação de Artes Alves Penteado. Oito das músicas do documentário são paródias – uma faceta de Noel pouco conhecida do público.

Fonte EBC