segunda-feira, 16 de junho de 2014

Entendendo os 400 anos de escravidão no Brasil

Reflexão sobre a formação da sociedade brasileira

Segundo episódio da série - Lutas doc, "Recursos humanos", volta-se para a escravidão e revela as cicatrizes sociais com suas tensões, ambiguidades e a dificuldade de passar das palavras a atos de transformação.

 

Recursos Humanos lutas

A série Lutas.doc, que faz uma reflexão profunda sobre a história da sociedade brasileira e o papel da violência na formação do povo. Dirigido por Luiz Bolognesi e Daniel Augusto, o documentário tem um ritmo dinâmico e utiliza recursos de animação, trechos de filmes, informação, entrevistas e análise. Os cinco episódios combinam densidade de reflexão com linguagem acessível, uma atração especial para o público jovem.

Grandes pensadores brasileiros, personalidades da política e da cultura do país, além de outros cidadãos, abordam várias facetas da violência no Brasil. Os depoimentos são intercalados por desenho animado. Essa animação é fruto do trabalho diário de uma equipe de 60 profissionais e levou três anos para ser produzido. Com um olhar crítico e ousado, duas dezenas de entrevistados passam em revista a história da sociedade brasileira. Entre eles, os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e  Fernando Henrique Cardoso.

Os diretores da série propõem um grande debate e tentam contar a história do Brasil que não se aprende nas escolas.

O mito e o senso comum, segundo o qual o brasileiro é um homem cordial, está no debate, bem como a tese de que o país é um paraíso pacífico e abençoado por Deus.

Segundo episódio da série - Lutas doc, "Recursos humanos":

Lutas. Doc é uma produção da Gullane e da Buriti Filmes.

Fonte TV Brasil

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Viva os 150 anos de Augusto Malta

 

Augusto Malta(1864-1957) um dos mais importantes fotógrafos do Brasil, no final do século XIX e início do século XX.

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Augusto Malta (1864-1957) nasceu em Mata Grande, Alagoas, no dia 14 de maio de 1864. Com 24 anos foi para o Rio de Janeiro, onde tentou várias profissões, todas sem sucesso. Só em 1900, já com 36 anos de idade, tornou-se fotógrafo amador.

Augusto Malta

Registro e memória em imagens. Mais do que registrar em imagens as transformações da cidade, ele foi um grande cronista do comportamento humano e social.

Morro do Pinto

Favela Morro do Pinto, Rio de Janeiro (1912)

Companheiro de Machado Assis na paixão pela rua, foi um andarilho, amante do ser humano em toda a sua riqueza, estranheza e amarguras da vida. Nada lhe escapou o olhar – Carnaval, famílias, trabalhadores, prostituas, funerais, eventos políticos, e claro, seu trabalho mais amplo e conhecido – a invenção da Capital da República. Sim, o Rio de Janeiro tinha deixado de ser a capital do Império.

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REVOLTA DA CHIBATA 1910

“Muito já se falou e publicou sobre os méritos do fotógrafo Augusto Malta, mas queria lembrar que esse alagoano, era um homem de paixões. Paixão pela abolição e República, juntou-se ainda no Nordeste a um grupo pró-república; paixão por desafios, trocou seu meio de transporte – uma bicicleta, por uma máquina fotográfica, arte em que foi auto-didata e, principalmente, paixão por sua prima, Laura, razão pela qual fugiu da família e acabou no Rio. Segundo a lenda familiar num almoço de domingo o patriarca da família Malta de Campos começou a designar o que cada filho seria. Coube a Augusto o papel de padre. Não tinha como. Ele já estava apaixonado pela prima. A solução? Casar e fugir.”

Cortiço

Estalagem localizada na Rua do Senado, 1906.

Nenhum recanto do Rio antigo escapou de suas lentes: os quarteirões condenados, escolas, hospitais, prédios históricos, figuras importantes etc, tudo ficou registrado em seus negativos. Foi Malta quem deu início à reportagem ilustrada sendo, talvez, o primeiro fotógrafo brasileiro a intuir a importância da fotografia como documento e veículo de comunicação com linguagem própria.

Hugo Ferreira Zambukaki

Fontes: Portal Augusto Malta; Wikipédia; e-Biografias; Augusto Malta Revolta da Chibata

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Valorizaçãode cabelos crespos naturais

 

ALÉM DO FIO - A ESTÉTICA NEGRA E O RACISMO

“Para além dos fios”, artigo da Marcelle Felix, do Observatório de Favelas, discute o uso do cabelo crespo e black power e o combate ao racismo, além de compartilhar experiências de coletivos e pesquisas que usam as representações do cabelo nas suas atuações e discussões 

Para alem dos fios

Favela 247 − Artigo publicado por Marcelle Felix , da comunicação do Observatório de Favelas, organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) localizada no conjunto de favelas da Maré, discute a estética negra por meio da representação do cabelo black power.

Além de discutir as relações sociais, o racismo e o desafio daquele que decide reafirmar a sua essência usando o cabelo afro de forma natural, Marcelle compartilha a experiência e discussões de coletivos e pesquisas na área.

Um desses coletivos é o “Meninas Black Power”, do Rio de Janeiro, que busca a valorização dos cabelos crespos naturais, apresentando diversos penteados e formas de usa-lo, além de promoverem debates e campanhas de reconhecimento e uso do cabelo afro em visitas a escolas de todo o país, priorizando os territórios periféricos.

Na área acadêmica, a pesquisa desenvolvida por Nilma Gomes e publicada no livro Corpo e Cabelo Como Símbolos da Identidade Negra (2006, editora Autência) é citada por Marcelle, afirmando que o cabelo afro e a cor da pele negra ganharam um significado supra indivíduo, atingindo o grupo étnico que pertence, em especial para as mulheres negras.

O artigo segue discutindo e apresentando visões sobre a significação do cabelo afro e o desdobramento de grupos, coletivos, indivíduos e discussões que buscam ampliar o seu reconhecimento e combater o racismo.

 

Para além dos fios

No Brasil, onde é possível perceber uma grande variedade de fenótipos, o conjunto cor da pele e cabelo se torna um dos principais divisores de água no que diz respeito à classificação do que antes chamávamos de raça. De acordo com a pesquisa de Nilma Gomes no livro Corpo e Cabelo Como Símbolos da Identidade Negra, o fenótipo de uma pessoa não pode ser considerado como um simples conjunto de elementos biológicos, porque são eles que expressam racismo e desigualdade racial.

Apesar de os brasileiros serem em sua maioria pretos e pardos, o padrão de beleza corporal é branco. Portanto, no Brasil – para além da origem – a cor da pele, a textura do cabelo e os traços físicos são características fundamentais para determinar se um indivíduo pode sofrer mais ou menos racismo. Nesse contexto, segundo os estudos de Nilma Gomes, a cor da pele e o cabelo afro ganham um significado que ultrapassa o indivíduo para atingir o grupo étnico ao qual pertence, tomando ainda maior importância para mulheres negras.

Apesar do preconceito, há um grupo de mulheres que segue na valorização da estética negra e na reafirmação do cabelo afro. A blogueira Yasmin Thayná, de 21 anos, que passava química nos cabelos desde os cinco anos de idade, explica de forma poética no seu conto Mc K-bela a sucessão de ofensas direcionadas aos seus cabelos desde a infância e sua trajetória para abandonar a química e deixar seus fios naturais.

A blogueira afirma que não gostava de passar produtos químicos no cabelo, “Nunca me senti bonita usando aquilo porque era uma sessão de horror mesmo, é muito ruim não deixar alguém escolher ser quem gostaria de ser”, disse. Para ela, o processo de alisamento dos fios se apresenta como uma imposição para as mulheres negras, enquanto deveria ser uma questão de escolha.

Hoje em dia, Yasmin usa o seu conto, sites da internet, além de fazer um filme sobre essa temática da estética negra para ressignificar e revalorizar o cabelo crespo, que costuma ser visto de forma estigmatizada. “Para mim, o cabelo afro é símbolo da minha resistência como mulher negra. Mc K-bela é um personagem que inventei e que conta a história de todas as meninas negras de periferia (várias me escreveram dizendo que passaram pelo mesmo do que eu)”, contou.

Também usando a internet como espaço para valorizar a estética negra, surgem coletivos, como as Meninas Black Power, que estimulam mulheres a valorizarem os fios crespos naturais, mostrando diferentes formas de usar o cabelo e como cuidar dele. O coletivo ainda visita escolas, principalmente em zonas periféricas, em diferentes estados do país ensinando o respeito sobre as diferenças e estimulando o uso do cabelo afro.

Segundo as Meninas Black Power, há um padrão branco de beleza que desvaloriza e oprime mulheres negras. “O coletivo surgiu por notar a forte opressão que há em torno de indivíduos negros, sempre forçando um padrão branqueado e a não aceitação de características que são naturalmente negras”, explicou. Para elas, o cabelo afro conta uma história, além de ser um símbolo de luta e resistência.

De acordo com a pesquisa “Para Ficar bonita tem que sofrer!” – A construção de identidade capilar para mulheres negras no nível superior realizada pela socióloga Luane Bento dos Santos, o cabelo ultrapassa o campo do individual para atingir o coletivo. Segundo seus estudos, o cabelo é signo de representação cultural consciente ou inconsciente em diversas sociedades. Por meio de penteados, raspagem, ou do ato de não pentear os cabelos para que embolem, as culturas exercem distinções de sexo, classe, religião e etnia.

Ainda segundo a pesquisa, o cabelo faz parte não só de um componente estético, mas também cultural, podendo atingir os campos religioso, étnico, social, político e das preferências pessoais – que estão relacionadas direta ou indiretamente à classe social. Além disso, a pesquisa mostra que os fios podem se relacionar às demarcações e às delimitações internas hierárquicas das sociedades. Sendo um dos símbolos mais notáveis de identidade individual e social o cabelo consolida o significado do seu poder por ser físico e pessoal; e também por, apesar de pessoal, ser mais público do que privado.

Dessa forma, os coletivos e militantes que se utilizam de meios de comunicação para valorizar a estética negra e sua história fazem uso de elementos pessoais que extrapolam o pessoal para chegar ao coletivo. “Essa coroa é quem me faz acreditar que precisamos estar fortes. Essa coroa foi quem me deu a chance de me olhar no espelho após mais de dois anos sem conseguir olhar para mim e dizer: como estou bonita! Como somos lindas! Porque o mais importante de ser bonita é se sentir bonita.”, concluiu Yasmin Thayná.

Fonte Por Marcell Felix para o Observatório de Favelas

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Lincoln ferido mortalmente 14 de abril de 1865

 

Somente uma semana depois da capitulação do general sulista Robert Lee, rendido com seu exército, na Virginia, terminando com a Guerra Civil americana, no dia 14 de abril Abraham Lincoln é ferido mortalmente. John Wilkes Booth, partidário fervoroso dos sulistas atira no presidente que morre na manhã seguinte. Lincoln falece antes de poder assistir à ratificação da 13ª Emenda à Constituição dos Estados Unidos que aboliu a escravidão

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Atentado Lincoln

Lincoln e a escravidão

Abraham Lincoln é muitas vezes referida como "O Grande Libertador" e, ainda assim, ele não assumiu publicamente a defesa da emancipação durante toda a sua vida. Lincoln começou sua carreira pública, alegando ser "abolicionista" - contra a expansão da escravidão, mas não pedindo emancipação imediata. No entanto, o homem que começou como "abolicionista" finalmente emitiu a Proclamação de Emancipação, libertando todos os escravos nos estados sulistas que estavam em rebelião. Apoiou vigorosamente a 13 ª Emenda, que aboliu a escravidão nos Estados Unidos, e, no último discurso de sua vida, ele recomendou estender o voto aos afro-americanos. Os discursos mostram um dos seus maiores trunfos: A capacidade de mudar sua posição pública sobre a escravidão

Funeral

Abraham Lincoln discursa em sua primeira inauguração em 04 de março de 1861 no Capitólio dos EUA, que ainda estava em construção, em Washington DC -

Uma amizade incomum -

Lincoln & Frederick Douglass

Uma das amizades mais importantes que se desenvolveram durante esse conflito (1861-1865) foi entre o presidente Abraham Lincoln e abolicionista negro Frederick Douglass.

Imediatamente após o início da guerra civil em abril de 1861, Douglass começou a apelar para o uso de tropas negras para combater a Confederação. Defendeu a criação de regimentos negros no exército da União. A primeira preocupação do presidente Lincoln foi a preservação da União, e não aceitou o pedido de Douglass.

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Escravo açoitado na Lousian, fugiu e foi lutar contra os Confederados (Sulistas 1863)

Lincoln acreditava no principal objetivo do Norte era preservar a União e não acabar com a escravidão. Ele proclamou:

" Meu objetivo primordial nesta luta é salvar a União, e não entre resguardar ou destruir a escravidão. Se eu pudesse salvar a União sem libertar qualquer escravo, eu o faria, e se eu pudesse salvá-la libertando a todos, eu o faria; e se eu pudesse salvá-la libertando alguns e deixando outros, eu também o faria. O que eu faço referente à escravidão, e à raça de cor, faço porque acredito que ajuda a salvar a União; e ao que se dá minha resistência é porque acredito que não ajudará ...”

APOIO À LINCOLN

Apesar da política pró-escravidão aparente da administração Lincoln, Douglass foi fervoroso trabalhando e apoiando o Presidente. Sábio o suficiente para entender que, se Lincoln no início, havia declarado sua política, não só para salvar a União, mas também para libertar os escravos, senão nada se conseguiria. Nos discursos Douglass enfatizava "a missão da guerra foi a libertação dos escravos, assim como a salvação da União. Reprovava o Norte que lutava só com uma mão contra a escravidão, enquanto podiam lutar de forma mais eficaz com as duas.

Apelou tanto que a guerra assumiu uma atitude antiescravagista e os negros foram convocados para lutar ao lado da União.

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Em julho de 1863, Douglass se reuniu com Lincoln na Casa Branca para aliviar o sofrimento que as tropas negras estavam sofrendo como cidadãos de segunda classe. Foi inédito para um homem negro ir à Casa Branca com uma queixa. Mas tinha muitos amigos e admiradores influentes em Washington, caminho aberto e seguro para dialogar com Lincoln. Logo descobriram que tinham muito em comum. Douglass feito um caminho longo e difícil a partir de escravo em Maryland, e Lincoln um espinhoso caminho da vida dura e áspera no Kentucky, para o alto cargo de Presidente. Um grande demais para ser um escravo, e o outro nobre demais para permanecer, em uma crise como nacional, um cidadão privado.

Antes do final da guerra, muitos soldados negros recebiam igualdade de remuneração e promoções. Durante os últimos dois anos da guerra cerca de 200 mil afro-americanos serviram em regimentos da União. Tendo chance de lutar, os negros se mostraram tão corajoso como ninguém. Mais de 30.000 morreram lutando pela liberdade e pela União (Norte).

Fontes:National Park Service, William Connery e Wikepedia

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Semana de luto em Ruanda: Genocidio de 1994

 

Genocídio de 1994 azeda relações entre a França e o Ruanda

 

 

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O verniz estalou. A França anulou a deslocação da sua ministra da Justiça ao Ruanda, para a cerimónia de evocação do genocídio de 1994, depois de o Presidente do país africano, Paul Kagame, ter acusado as autoridades de Paris e a Bélgica, antiga potência colonial, de participação nos massacres em que, há 20 anos, entre Abril e Julho, foram mortas cerca de 800 mil pessoas.

Numa entrevista publicada este domingo na revista Jeune Afrique – exactamente 20 anos após o derrube por um míssil do avião do então Presidente ruandês, o hutu Juvenal Habyarimana, a que se seguiu o início do genocídio – Kagame denunciou o “papel directo” dos dois países europeus na “preparação política do genocídio”. No caso da França foi mais longe, acusou-a de ter participado na sua “execução”.

Paul Kagame, à época líder dos rebeldes da Frente Patriótica Ruandesa, maioritariamente tutsis, acusou também soldados franceses participantes na operação militar-humanitária Turquoise, desencadeada em Junho de 1994, sob mandato das Nações Unidas, no Sul, de terem sido “cúmplices” e “actores” de massacres.

A entrevista confirma o que se sabia, que o apaziguamento entre os dois países e a reconciliação de 2010 – quando o então Presidente francês, Nicolas Sarkozy, reconheceu “graves erros de apreciação” em 1994 – era apenas aparente. E que o genocídio de tutsis, mas também de hutus moderados, continua a envenenar as relações bilaterais.

O incidente é uma espécie de repetição do que aconteceu há dez anos, quando, na cerimónia oficial, em Kigali, Kagame atribuiu a Paris a “audácia de não pedir desculpa” e a delegação francesa encurtou a permanência no Ruanda. Já depois disso, o dirigente africano aludiu, em várias outras ocasiões, ao suposto envolvimento da França.

Na sequência das declarações do dirigente africano, a França cancelou a deslocação a Kigali da ministra da Justiça, Christiane Taubira, e disse que as palavras de Kagame surgem “em contradição com o processo de diálogo e de reconciliação”. Paris informou que se faria representar pelo seu embaixador em Kigali, mas o Governo ruandês declarou-o persona non grata nas cerimónias. “O Ministério dos Negócios Estrangeiros telefonou-me à noite para me dizer que eu já não tinha acrediração”, explicou à AFP o embaixador Michel Flesch. “Quando perguntei se podia ir ao memorial de Gisozi para colocar uma coroa de flores responderam-me que não”.

Ruanda 2

O ministro dos Negócios Estrangeiros da época, Alain Juppé, denunciou uma “falsificação histórica” e apelou ao Presidente, François Hollande, para “defender a honra da França”. Juppé considera que “a comunidade internacional falhou, é um facto”, porque foi “incapaz e prevenir e travar o genocídio” mas – acrescentou – “a comunidade internacional não é apenas a França”.

 

Já depois da reacção francesa, a ministra dos Negócios Estrangeiros do Ruanda, Louise Mushikiwabo, fez um sublinhado às declarações do seu Presidente. A França, que apoiava o regime em 1994, deve “olhar a verdade de frente”, disse.

A Bélgica manteve os planos iniciais, apesar de ter marcado a distância para com as autoridades de Kigali. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Didier Reynders, invocou à televisão RTBF as conclusões de um inquérito belga que atribuiu a preparação do genocídio a “grupos extremistas ruandeses” e confirmou que estará em Kigali para “lembrar a memória das vítimas e das suas famílias” e não para “prestar homenagem ao actual Governo”. Com ele viajaram familiares de 22 vítimas belgas – dez paraquedistas mortos a 7 de Abril de 1994 juntamente com Agather Uwilingiyimana, o primeiro-ministro ruandês que protegiam, e 12 civis.

Ruanda genocidio

Mistério por esclarecer
Duas décadas depois está por esclarecer quem disparou o míssil que derrubou o Falcon 50 que o Presidente francês, François Mitterrand, oferecera Habyarimana, e em que também morreu Cyprien Ntaryamira, Presidente do Burundi. Sabe-se apenas que foi a queda do avião e a morte do chefe de Estado que precipitou um genocídio antecedido por semanas de propaganda assente no ódio.

As investigações em França têm, como explicava no sábado o diário Le Monde, explorado diferentes hipóteses de autoria da queda do avião: dos então rebeldes de Kagame, em plena ofensiva contra o governo; a extremistas hutu, descontentes com disponibilidade de Habyarimana para partilhar o poder com os tutsis.

Após 6 de Abril de 1994 sucederam-se meses de violência sem limites. “A escala de brutalidade do Ruanda continua a chocar: uma média de 10.000 mortos por dia, todos os dias, durante três meses”, recordou, citado pela AFP, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, que estará em Kigali.

fonte: http://www.publico.pt/

VEJA MAIS IMAGENS EM http://www.publico.pt/mundo/noticia/genocidio-de-1994-azeda-relacoes-entre-a-franca-e-o-ruanda-1631250#/0

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Campos de Concentração Indígenas na Ditadura

Ditadura criou campos de concentração indígenas

Índios foram submetidos a trabalhos forçados e torturas. Reparação de crimes cometidos nas aldeias ainda é pouco debatida. Veja minidocumentário

De 1969 até meados da década de 1970, a Fundação Nacional do Índio (Funai) manteve silenciosamente em Minas Gerais dois centros para a detenção de índios considerados “infratores”. Para lá foram levados mais de cem indivíduos de dezenas de etnias, oriundos de ao menos 11 estados das cinco regiões do país. O Reformatório Krenak, em Resplendor (MG), e a Fazenda Guarani, em Carmésia (MG), eram geridos e vigiados por policiais militares sobre os quais recaem diversas denúncias de torturas, trabalho escravo, desaparecimentos e intensa repressão cultural. Os presos incluíam até mesmo indivíduos que lutavam contra a invasão de áreas hoje oficialmente reconhecidas como território indígena.

Muito pouco se divulgou sobre o que de fato acontecia nesses campos de concentração étnicos. Se a reparação dos crimes cometidos pela ditadura nas cidades brasileiras ainda engatinha, nas aldeias situação é ainda pior. Até hoje, nenhum índio ou comunidade indígena foi indenizado pelos crimes de direitos humanos ocorridos nesses locais. Nunca houve qualquer manifestação formal do Estado brasileiro reconhecendo a existência de tais crimes.

Por André Campos

Acusações de vadiagem, consumo de álcool e pederastia jogaram índios em prisões durante o regime militar; para pesquisadores, sociedade deve reconhecê-los como presos políticos

Minidocumentário originalmente publicado em junho de 2013 na reportagem Ditadura criou cadeia para índios com trabalho forçado e torturas, do Concurso de Microbolsas de Reportagem da Pública.

Fonte Reporter Brasil

segunda-feira, 31 de março de 2014

Movimento Negro e a Ditadura Militar

 

A partir dos anos 1960, a ditadura militar brasileira inviabilizou todas as manifestações de cunho racial. Os militares transformaram o mito da "democracia racial" em peça-chave da sua propaganda oficial, e tacharam os militantes (e mesmo artistas) que insistiam em levantar o tema da discriminação como "impatrióticos", "racistas" e "imitadores baratos" dos ativistas nos Estados Unidos que lutavam pelos direitos civis.

 

Ditadura Movimento Negro

Fundação do Movimento Negro Unificado, 1978 nas escadarias do Teatro Municipal em São Paulo, enfrentando o racismo em plena Ditadura Militar! Saudação e respeito aos lutadores que ousaram e resistem!

O movimento negro, enquanto proposta política, só ressurgiria realmente em 7 de Julho de 1978, quando um ato público organizado em São Paulo contra a discriminação sofrida por quatro jovens negros no Clube de Regatas Tietê, deu origem ao Movimento Negro Unificado Contra a Discriminação Racial (MNU). A data, posteriormente, ficaria conhecida como o Dia Nacional de Luta Contra o Racismo.

terça-feira, 25 de março de 2014

Holanda fecha prisões

Holanda vai fechar prisões por falta de criminosos.

Com o declínio da criminalidade na Holanda, várias prisões vazias estão sendo fechadas. Acordos estão sendo feitos com outros países para uso das prisões.

Um artigo publicado em 2009 coloca o problema das demissões dos funcionários das prisões. A Suécia também está fechando prisões, devido à queda da criminalidade.

Prisão holandesa

Prisão de Scheveningen.

“O Ministério da Justiça holandês anunciou que vai fechar oito prisões e cortar 1.200 postos de trabalho no sistema prisional. Um declínio na criminalidade tem deixado muitas celas vazias.

Durante a década de 1990 a Holanda enfrentou uma faltas de celas de prisão, mas um declínio no crime, desde então, levou a excesso de capacidade no sistema prisional. O país agora tem capacidade para 14.000 presos, mas apenas 12.000 detentos.

Holanda fecha prisões

Vice-ministro da Justiça Nebahat Albayrak anunciou nesta terça-feira que oito prisões será fechada, resultando na perda de 1.200 postos de trabalho.

Os funcionários serão realocados em outras funções.

O excesso de capacidade é resultado da taxa de criminalidade em declínio, o que o departamento de pesquisa do ministério espera continuar por algum tempo

Prisioneiros belgas

Adiamento do fechamento poderá vir de um acordo com a Bélgica, que enfrenta a superpopulação em suas prisões. Os dois países estão a trabalhar a um acordo para abrigar prisioneiros belgas em prisões holandesas. Alguns quinhentos prisioneiros belgas poderiam ser transferidos para a prisão Tilburg em 2010.”

Publicado em 19-05-2009

Fonte http://vorige.nrc.nl/international/article2246821.ece/Netherlands_to_close_prisons_for_lack_of_criminals

domingo, 23 de março de 2014

Tomada do forte paraguaio de Curapaiti

23 de março de 1868 – Guerra do Paraguai

Tomada do forte paraguaio de Curapaiti

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A participação da população negra

“A guerra do extermínio” ou “Genocídio Sul Americano”

Após dois anos impedindo o progresso das forças aliadas, o forte paraguaio de Curupaiti é tomado pelas forças lideradas pelo comandante-em-chefe do Exército brasileiro no Paraguai, o então Marquês de Caxias.

Os voluntários da pátria?!

A proporção racial dos combatentes brasileiros chama a atenção. Os bravos nobres “voluntários da pátria” enviavam seus escravos para o campo de batalha. Para cada combatente branco existiam pelo menos 45 negros ou afro-descendentes.

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Batalha do Curapaiti 1866

Uma Guerra Impopular - com escravos negros brasileiros, "voluntários da pátria" indo a ferros para o front. Corrupção deslavada ao início da Guerra do Brasil contra o Paraguai (levando Uruguai e Argentina pela mão contra seu irmão de língua espanhola).

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Soldado Zuavo da Bahia

A mobilização das companhias negras na Bahia (e em Pernambuco) durante a Guerra do Paraguai (1864-70). A organização dessas companhias racialmente segregadas era muito semelhante ao resto da mobilização brasileira, mas também remontava ao legado da milícia negra colonial e ao serviço dos seus integrantes na guerra pela Independência na Bahia. Muitos soldados e oficiais negros se distinguiram nos combates de 1866, mas o governo e o Exército brasileiros relutavam em aceitar a identidade racial implícita dessas unidades, e elas foram extintas antes do final daquele ano. Além de corrigir os muitos equívocos sobre os zuavos baianos repetidos com frequência na bibliografia acadêmica e popular, este artigo reflete sobre a complexidade da política racial na sociedade brasileira imperial e a visão negra do serviço ao Estado (e de cidadania) estreitamente ligado ao serviço militar.

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José Júlio Chiavenatto faz um balanço final de quem ganhou e quem perdeu com o massacre genocida perpetrado pelo Brasil, Argentina e Uruguai contra o Paraguai. A maior beneficiária - de longe - foi a Inglaterra.

Cadaveres paraguaios 

Mortos paraguaios

O Paraguai perdeu mais de 90% de sua população masculina com muitas mulheres e crianças escravizadas no Brasil, no Uruguai e na Argentina. Os países "vencedores" estavam tão endividados para com a Inglaterra que muito do que chamamos de "dívida externa", recentemente "internalizada" no Brasil e na Argentina por ordem do FMI, começa com aquela guerra impopular da chamada "Tríplice Aliança" contra a única Nação industrializada da América Latina.

Para muitos, notadamente o historiador Júlio José Chiavenato, o grande número de homens negros nas fileiras brasileiras evidencia uma política genocida propositalmente executada pelos comandantes que usavam esses soldados como bucha de canhão, especialmente depois do começo do recrutamento sistemático de escravos em fins de 1866

Fontes: Os companheiros de Dom Obá: Os zuavos baianos e outras companhias negras na Guerra do Paraguai - Hendrik Kraay

A Guerra contra o Paraguai - Julio José Chiavenatto

A participação dos negros escravos na guerra do Paraguai - André Amaral de Toral

sexta-feira, 14 de março de 2014

“Abdias: Raça e Luta” Documentário

 

Retratando a trajetória de Abdias do Nascimento, o documentário “Abdias: Raça e Luta” homenageia um dos pioneiros do movimento negro no Brasil.

Documentário Abdias

“Abdias: Raça e Luta”. O documentário retrata a trajetória do professor, artista plástico, escritor, teatrólogo, político e poeta Abdias Nascimento.
A indignação, que o acompanhou desde a infância, foi a válvula propulsora que o transformou em um guerreiro das políticas de inclusão das populações afrodescendentes. A história de Abdias confunde-se com a história do Movimento Negro no Brasil. Criador do Teatro Experimental do Negro, responsável pela formação dos primeiros atores e atrizes dramáticos negros, Abdias esteve presente nas principais ações em prol da igualdade racial. Ao longo de sua vida política conquistou vitórias que se refletem na atual Constituição Federal. Graças a discussões iniciadas por ele no Congresso Nacional, em 1988, a Carta contempla, pela primeira vez, a natureza pluricultural e multiétnica do país.

 


Com direção de Maria Maia e produção de Cristina Monteiro, “Abdias:Raça e Luta” é uma homenagem a um dos pioneiros do movimento negro no Brasil. O documentário conta com a participação de Luiza Bairros, Ministra Chefe da SEPPIR; de Eloi Ferreira de Araújo, presidente da Fundação Palmares; de Elisa Larkin Nascimento, diretora do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros – IPEAFRO – da atriz Ruth de Souza, entre outras personalidades.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Identidade e Michael Jackson

Como Michael Jackson se pareceria sem cirurgia

Em 2008 quando comemorava-se os cinquenta anos de Michael Jackson, uma foto projeção do computador de como seria Michael sem cirurgias e sem mudança de cor, causou impacto.

Uma reflexão sobre assumir a imagem e origens. Na Islândia pais colonizado por vikings na sua maiora loiros, de olhos azuis, e cabelos lisos as moças pintam e encaracolam seus cabelos.

Relembrando num artigo da época (29/08/2008)

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“Como Michael Jackson se pareceria se nunca tivesse feito cirurgia plástica?

A imagem do computador acima é uma impressão artística do que o rosto de Jacko seria aos 50 anos sem a cirurgia no nariz, mudança da cor da pele, e todas as tranformações.

Michael sempre foi o mais quente do Jackson 5, e estava em seu auge de carreira quando embarcou em sua carreira solo.

Muito barulho foi feito sobre sua cirurgia no nariz de volta na década de 80, era um caso rara na época para um cara conseguir um emprego fazer uma cirurgia de nariz, especialmente um superfamoso. Mas uma cirurgia não foi suficiente para Jacko, que repetidamente fez cirurgias plásticas, evoluindo-se para o pop star mais incomum todos os tempos.

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Sem Cirurgia: Projeção como Michael Jackson se pareceria sem cirurgia aos 50 anos

Michael estranho e maravilhoso teve um infernal meio século -de estrelato. De criança a uma fama de cantor pop internacional a um fim controverso e isso é sem contar com a sua evolução física também.

Comemorando os 50 anos de Michael Jackson no verdadeiro estilo Fix com uma evolução de galeria rosto de Michael Jackson!

VEJA A GALERIA DE FOTOS

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Ao longo dos anos: A partir do rosto natural até o final, Michael certeza é o rei da reinvenção”.

Fonte Celebrities Fix

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Todo negro é suspeito = Herança da Escravidão

Uma historia ocorrida em Washington, mostra o preconceito e a violência, que ainda existe independente do presidente Obama ser negro. O preconceito e discriminação não foram superados.

“Professora algemada pela polícia numa excursão com alunos

Uma professora de Washington DC foi algemada na frente de seus alunos e mantido por 20 minutos pela Metro Transit Police (polícia de trânsito do Metrô) em um caso de identidade equivocada.

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NBC Washington relata que a professora Brandi Byrd da “Dunbar High School’ foi algemada depois de levar 15 dos seus alunos ao Museu do Holocausto em Washington DC Ao sair do trem na m *** t Station Square Vernon, Byrd foi empurrado contra uma parede e algemada por polícia.

"Gravem, porque eu não fiz nada", Byrd disse a seus alunos enquanto a polícia continuou a tratava duramente.

'Ela é uma mulher. Por que está sendo tão agressivo com ela? '", Disse Carlton Green NBC Washington.

A Polícia do Metro disse mais tarde que eles estavam respondendo a uma denúncia de assalto, mas eles não deram uma explicação a Byrd antes de algema-la.

"Em nenhum momento", diz Byrd, "os policiais que me colocaram as algemas falaram por que eu estava algemada."

Byrd diz que enquanto ela estava sendo mantida por 20 minutos, ela só foi informada de que a polícia estava conduzindo uma investigação.

"Eu disse a ele. Eu identifiquei quem eu era ", disse Byrd. "Eu sou um professora. Estes são os meus alunos. Estamos voltando de uma excursão à um museu. "

A polícia alega que Byrd tornou-se agitada, enquanto ela estava sendo abordada, mas nega que Byrd.

Byrd e seus alunos foram autorizados a sair depois que a polícia descobriu que tinha cometido um erro.

"Eu nunca tinha sido realizada contra a minha vontade em qualquer lugar", disse Byrd, que admite que se sente violada depois de seu confronto com a polícia.”

Fonte: http://www.yourblackworld.net/

Assista ao vídeo aqui:

“Prendam os suspeitos de sempre”

Ladrão branco usa máscara para parecer negro e enganar polícia de Ohio USA

Conrad Zdierak, à esquerda, usava máscara de um afro-americano no estilo de 'Hollywood', para realizou seis assaltos em Ohio

Parecia uma cena do filme Missão Impossível, mas era um roubo inusitado mesmo. Um ladrão de banco, que é branco, tentou enganar a polícia, realizando uma série de ataques usando uma máscara de borracha e luvas para parecer um homem negro.

Conrad Zdzierak, de 30 anos, roubou quatro bancos e uma farmácia apenas um dia, no intervalo de três horas.

Segundo o Daily Mail , a máscara era tão profissional que a policia divulgou as imagens do vídeo de segurança de um dos bancos com um apelo urgente para obter informações sobre o suspeito negro.

Zdzierak foi detido depois de receber uma denúncia de porte de arma, mas logo foi liberado sob fiança, já que os oficiais não tinham razão para pensar que ele era o responsável pela onde de assaltos na área.

A polícia só encontrou o marginal depois que avistaram seu carro estacionado na frente de um motel. Dentro dele, manchas de corante vermelho de um dos sacos que continha o dinheiro roubado.

Zdzierak foi encontrado no banheiro de um dos quartos. Na cama, encontraram a máscara, roupas usadas no assalto e dinheiro com números de série correspondentes ao dinheiro roubado.

By DAVID GARDNER

Fonte Daily Mail

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Atlântico Negro: nas rotas dos Orixás

O documentário Atlântico Negro: nas rotas dos Orixás, é um filme que retrata a importância do continente Africano na construção da sociedade brasileira. Esta estruturação cultural mostra a semelhança existente entre estes povos, dentre estes laços: a religiosidade, a musicalidade, a fala, hábitos alimentares, a estrutura familiar e as manifestações culturais.

Vídeo legendado
Durante as cenas do filme são desconstruídas visões etnocêntricas e de censo comum sobre o continente Africano. A idéia de um território que vive em constante estado de guerras étnicas e civis, de fome e total miséria é desmistificado para mostrar o lado cultural da África que deu origem ao candomblé, o Xangô e ao Tangô, religiões presentes no território brasileiro. Essa representação cinematográfica nos dimensiona a entender o início da mercantilização africana e de como a escravidão se tornou uma mera desculpa para a propagação das guerras civis, iniciando assim um intercâmbio biológico, econômico e cultural entre Brasil e África.
Nota-se, que ter um outro olhar da África nos ajuda a compreender a nossa própria história, tanto nos hábitos sociais, quanto nos costumes oriundos desta terra quase que desconhecida. Tendo a perspectiva que a cultura africana não é a unicamente baseada na história colonial e no expansionismo europeu, a África com reinos e império possui suas formas particulares de governar e agir como povo. A reconstrução da histórica africana nos permite entender como a escravidão se promulgou pelo espaço geográfico e social do Brasil, dissipando as misturas biológicas que originou a miscigenação nacional e a diversidade religiosa presentes nos terreiros de candomblé como o: ilê aié axé opô ofonjá e casa branca.
Todo o tema abordado no documentário, abre um leque de oportunidades para entender melhor a África e o Brasil e conhecer também que existe uma troca cultural entre os dois lugares referidos. Compreendendo que o retorno dos africanos escravizados para o continente de origem, representou também a ida de valores culturais, morais e sociais brasileiro como: a construção da igreja e da festa do Senhor do Bonfim, a construção (mesmo que em pequena escala) da arquitetura brasileira em solo africano e a vestimenta feminina das mulheres agudás. Além de entender que mesmo depois da escravidão, a cultura brasileira continua sendo preservada por este povo que se denominam brasileiros, mesmo tendo nascido em solo africano.
Esta perspectiva mostra a construção de nossas raízes, ajudando a fazer paralelos que melhorem o entendimento dessas aplicações no Brasil. Hoje em pleno século XXI a forma de vida dos afro-descendentes tornou-se uma luta política e social que visa a reparação da escravidão que aconteceu no país. Entretanto, este documentário ressalta a trajetória africana como um continente repleto de etnias e formas de vidas variadas, desconstruíndo a visão eurocêntrica e religiosa da igreja católica que foi desenvolvida na história ao longo dos séculos.

Ari Costa Junior

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Frederick Douglass uma história de vida

Temos pouca informação sobre nossa história na diáspora africana, sou de uma geração que nos anos sessenta saiu às ruas e  tinha uma profunda aversão pelo imperialismo norte-americano. Fazíamos questão de não absorver nada de sua cultura (não consigo até hoje tomar aquele refrigerante símbolo dos EUA). Quando assisti ao filme “Tempos de Glória” (“Glory” no original) de 1989 fiquei impressionado com minha falta de conhecimento, da participação de um batalhão negro na Guerra da Secessão entre o Norte e o Sul, um personagem negro secundário no filme chamava a atenção por aparecer em segundo plano falando com Abraham Lincoln. Não dá para deixar de fazer comparações com o Brasil e a Guerra do Paraguai e a participação de militares negros.

Um pouco da história de Frederick Douglass (dividada em capítulos). Nascido escravo, aprendeu a ler, fugiu para o Norte tornou-se professor, escritor e brilhante orador, foi assessor informal de Lincoln. Um negro lutando por direitos de igualdade entre todos. Foi o primeiro afro-americano indicado como candidato a vice-presidente.

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14 de fevereiro de 1818 data escolhida por Frederick Douglass como provável data de nascimento.

Frederick Douglass (nascido Frederick Augustus Washington Bailey, fevereiro 1818. - 20 de fevereiro, 1895) foi um reformador social afro-americano, orador, escritor e estadista. Depois de escapar da escravidão, tornou-se líder do movimento abolicionista, alcançando destaque com sua oratória deslumbrante e textos antiescravagista duros. Manteve-se como um exemplo vivo contra os argumentos dos escravocratas: Os escravos não tinham a capacidade intelectual para participar como cidadãos americanos independentes. Muitos nortistas também achavam difícil de acreditar que um grande orador tinha sido um escravo,

Douglass escreveu várias autobiografias, descrevendo suas experiências na escravidão de forma eloquente em sua autobiografia escrita em 1845, “Narrativa da vida de Frederick Douglass, um escravo americano”, tornou-se influente apoiador à abolição. Ele escreveu mais duas autobiografias, com seu passado, “Vida e tempos de Frederick Douglass”, publicado em 1881 e a cobertura de eventos de antes, durante e depois da Guerra Civil. Após a Guerra Civil, Douglass permaneceu ativo na luta dos Estados Unidos para atingir o seu potencial como uma "terra da liberdade". Douglass apoiou ativamente o “voto feminino”. Sem a sua aprovação, ele se tornou o primeiro afro-americano indicado na chapa para vice-presidente dos Estados Unidos, como o companheiro de chapa de Victoria Woodhull no impraticável e pequeno Partido dos Direitos Iguais. Douglass ocupou vários cargos públicos.

Douglass era um crente firme na igualdade de todas as pessoas, fosse negro, mulher, índio (nativo americano), ou imigrante recente, costantemente citado dizendo, “Eu me uniria com todas as pessoas para fazer o bem, e com nenhuma para fazer o mal”.

 

A vida como escravo

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Douglass com cerca de 29 anos de idade.

Frederick Augustus Washington Bailey nasceu na escravidão no Condado de Talbot, Maryland , e batizado por sua mãe, Harriet Bailey. Dizia-se que seu pai era o senhor da plantação. A plantação foi localizada entre Hillsboro e Cordova . Nasceu provavelmente no barraco de sua avó Anos mais tarde, depois de fugir da escravidão para o Norte, ele assumiu o sobrenome Douglass.A data exata do nascimento de Douglass é desconhecida. Ele escolheu para celebrá-lo em 14 de fevereiro. O ano exato também desconhecido (na primeira página da sua biografia, ele declarou: "Eu não tenho conhecimento exato da minha idade, nunca vi qualquer registro autêntico ").

Ele falou de suas primeiras conversas com sua mãe:

"Falava ... sussurrou que meu senhor (dono da plantação) era o meu pai, mas da verdade desta opinião eu não sei nada .... Minha mãe e eu fomos separados quando eu era apenas uma criança .... [era] um costume, em parte de Maryland, separar as crianças de suas mães em uma idade muito precoce.
"Não me recordo de ter visto minha mãe durante a luz do dia .... Ela se deitava comigo, e me fazia dormir, mas muito antes de eu levantar ela já havia saído para trabalhar

Separado de sua mãe muito novo, morava com a avó materna, Betty Bailey. Sua mãe morreu quando Douglass tinha uns dez anos. Aos sete anos, Douglass foi separado de sua avó e se mudou para a “plantação Wye House”, passou por vários donos até ir para Baltimore .

Quando Douglass tinha cerca de doze anos de idade, a mulher de Hugh Auld Sophia começou a ensinar-lhe o alfabeto, embora fosse ilegal ensinar os escravos a ler. Douglass descreveu-a como uma mulher de bom coração, que tratou bem o menino e mostrou o caminho que um ser humano deve tratar o outro. Quando Hugh Auld, seu dono, descobriu que estava se alfabetizando, ele desaprovou fortemente, dizendo que se um escravo aprendesse a ler, “ficaria insatisfeito com a sua condição e teria o desejo de liberdade”. Douglass mais tarde se referiu a esta declaração como a "primeira palestra verdadeiramente abolicionista", ele nunca tinha ouvido falar. Como disse em sua autobiografia, Douglass conseguiu aprender a ler com crianças brancas no bairro e, observando os escritos de homens com quem trabalhou. Sra. Auld um dia viu Douglass lendo um jornal, ela correu para ele e agarrou-se dele, com uma cara feia e disse que a educação e a escravidão eram incompatíveis entre si.

Frederick Douglass

Ele continuou, secretamente, a aprender sozinho como ler e escrever. Douglass uma das suas frases conhecidas é: "o conhecimento é o caminho da escravidão para a liberdade". Como Douglass começou a ler jornais, materiais políticos, e livros de todo tipo, ele foi exposto a um novo campo de pensamento que o levou a questionar e condenar a instituição da escravidão. Nos anos posteriores, Douglass escreveu no “The Columbian Orator “, que ele descobriu em cerca de doze anos de idade, como esclarecer e definir seus pontos de vista sobre a liberdade e os direitos humanos.

Fontes:

Frederick Douglass Resource Center; Wikipédia English; Legends of America;

CONTINUA…

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Bob Marley no Brasil

Bob Marley, o rei do reggae, esteve no Brasil uma única vez, em Março de 1980, e jogou no campo de Chico Buarque. Seu show não aconteceu proibido pela Ditadura Militar

Nasceu em 6 de fevereiro de 1945. VIVA BOB MARLEY A maior parte do seu trabalho lidava com os problemas dos pobres e oprimidos. Levou, através de sua música, o movimento rastafári e suas ideias de paz, irmandade, igualdade social, libertação, resistência, liberdade e amor universal ao mundo. A música de Marley foi fortemente influenciada pelas questões sociais e políticas de sua terra natal, fazendo com que considerassem-no a voz do povo negro, pobre e oprimido daJamaica. A África e seus problemas como a miséria, guerras e domínio europeu também foram centro de assunto de suas músicas, por tratar-se da terra sagrada do movimento rastafári.

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Bob Marley, Junior Marvin (guitarrista dos Wailers), Jacob Miller (vocalista do Inner Circle), Chris Blackwell (diretor da Island Records) e a esposa Blackwell, Nathalie, vieram ao Brasil em um jato particular para participar da festa que inaugurou as atividades do selo alemão Ariola no país. A Island, gravadora original dos Wailers, era então um selo da Ariola. Bob interrompeu as sessões de gravação que resultariam no álbum ‘Uprising’ para vir ao Brasil. Na descida em Manaus, para reabastecimento, o jato ficou retido por algumas horas. O governo militar certamente não estava vendo com bons olhos a vinda daquela comitiva enfumaçada. Depois de alguma negociação as autoridades acabaram cedendo, mas sem liberar vistos de trabalho, o que desestimulou os que pensaram em improvisar uma apresentação deles em solo brasileiro. Depois ainda desceram em Brasília e rapidamente decolaram em direção ao Rio de Janeiro.

No dia seguinte, pela manhã, eles trataram de dar algumas voltas pela cidade maravilhosa fizeram questão de conhecer a favela da Rocinha, que acharam bastante parecida com os guetos da Jamaica. Como não haviam trazido um cozinheiro para Ihes preparar a comida I-tal – cozinha natural seguida pelos rastafaris – Bob, Junior e Jacob só se alimentaram com sucos de frutas. Segundo um acompanhante brasileiro, cada um bebeu quinze copos de suco e Bob gostou mais dos de manga e maracujá. Depois os três partiram para as compras e percorreram as lojas de material esportivo atrás de uniformes e outros equipamentos. Os instrumentos musicais também não foram esquecidos e os três rastas levaram violões, maracas, atabaques e cuícas. Os artigos esportivos tiveram a sua estréia no famoso jogo no campo de Chico Buarque.

  O trio jamaicano chegou as 16h00 no km 18 da Avenida Sernambetiba – três horas atrasados – quando os funcionários da Ariola jogavam animadamente contra alguns dos contratados da gravadora no Brasil, como o anfitrião Chico Buarque, Toquinho, Alceu Valença e outros. Logo que eles chegaram os times foram rapidamente redistribuídos e ficaram assim: Bob Marley, Junior Marvin, Paulo César Caju, Toquinho, Chico e Jacob Miller de um lado; e do outro Alceu Valença, Chicão (músico da banda de Jorge – ainda Ben) e mais quatro funcionários da gravadora. Antes de começar o jogo Bob ganhou uma camisa 10 do Santos e sorriu, dizendo “Pelé” para depois explicar que jogava em qualquer posição. Mas ele foi mesmo para o ataque e seu time ganhou, com gols dele (documentado pela TV) e também de Chico Buarque. Paulo César, que jogou na Copa de 70, foi o mais festejado por Bob, que lhe disse: “Sou fã de seu futebol”, ao que Paulo César respondeu, “E eu de sua música”. Mas a principal razão para a vinda dos jamaicanos era a big festa da gravadora e logo que o jogo acabou eles voltaram para o hotel.

  O sonho de uma apresentação de Bob Marley no Brasil jamais se concretizou, mas ao menos tivemos a oportunidade de conhecer outro lado de sua personalidade, mostrando que longe dos palcos e dos estúdios ele era apenas uma pessoa como qualquer outra. Todos os jornais que cobriram sua visita destacaram o fato de que ele se mostrava sempre acessível e disposto, sem traço de estrelismo.

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bob_Marley
http://members.tripod.com/ma_sil.br/aloha/id14.html

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Hitler teria fugido para Mato Grosso?

Livro defende tese de que Hitler foi enterrado em cidade de Mato Grosso

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Foto obtida pela pesquisadora mostra o senhor Adolf Leipzig com a companheira em Livramento no ano de 1982, quando Hitler teria 93 anos de idade. (Foto: Simoni Guerreiro Dias / Arquivo Pessoal)

O ditador Adolf Hitler, marcado na história pela execução de milhões de judeus no século passado, pode ter escapado da invasão soviética a Berlim em 1945 e forjado o próprio suicídio a fim de fugir para a América do Sul, onde teria vivido e morrido com cerca de 95 anos na pequena cidade de Nossa Senhora do Livramento, a 42 km de Cuiabá. Pelo menos é o que defende o livro “Hitler no Brasil – Sua Vida e Sua Morte”, dissertação de mestrado em jornalismo de Simoni Renée Guerreiro Dias, que subverte a versão conhecida dos últimos dias do nazista. A pesquisadora deve realizar um exame de DNA em Israel com um suposto descendente do nazista.
Ainda em desenvolvimento, a dissertação segue a linha de outras pesquisas que apontam rastros de nazistas na Argentina após a Segunda Guerra, mas já recebeu críticas como a do professor de História Política e Contemporânea da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Cândido Moreira Rodrigues. Ele aponta falta de rigor científico no trabalho e afirma que não faltam referências na historiografia segundo as quais o ditador se suicidou ao ver-se encurralado pelos soviéticos em 1945.
A própria mestranda Simoni Dias, judia e residente em Cuiabá, conta que demorou dois anos para acreditar nos primeiros relatos que ouviu sobre a suposta passagem do Führer em território mato-grossense. “Eu zombava, dava risada, dizia que era blefe”, relata. Hoje, porém, ela se diz convicta e afirma que o austríaco não teria vindo parar em Mato Grosso por acaso.

 

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Autora do livro defende que Hitler tinha interesses
em Mato Grosso. (Foto: Renê Dióz/G1)

O livro
Graduada em Educação Artística, Simoni começou a pesquisar os últimos anos de Hitler após ouvir boatos de que ele, assim como outros nazistas de primeiro escalão, teria perambulado pela América do Sul após a guerra que derrubou o Reich na Europa. Em "Hitler no Brasil", a autora registrou a parte inicial da pesquisa e ligou as versões de passagem pela América do Sul a outra história, a de que o Vaticano teria oferecido ao ditador derrotado o direito de posse e o mapa para localização de um tesouro jesuíta escondido desde o século XVIII em uma caverna em Nobres, cidade turística a 151 km de Cuiabá.

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Pesquisa contou com abertura do túmulo em Livramento. (Foto: Simoni Guerreiro Dias / Arquivo Pessoal)Pesquisa contou com abertura do túmulo em Livramento.

O local é indicado apenas por um toco de madeira. (Foto: Simoni Guerreiro Dias / Arquivo Pessoal)
Hitler, portanto, teria escapado da invasão soviética e, com ajuda de Roma, viajou para Argentina, para o Paraguai, para o Rio Grande do Sul e, finalmente, para Mato Grosso, instalando-se numa cidade que hoje com pouco mais de 11 mil habitantes.
Na região, teria buscado sem sucesso o tal tesouro prometido pela igreja e morreu na década de 80, tendo sido enterrado com outro nome.
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Hitler na prisão em 1925. (Foto: Heinrich Hoffmann/
Keystone Features/Getty Images)

'Alemão velho'
No livro, Simoni diz que se intrigou pela existência de um idoso estrangeiro na cidade de Nossa Senhora do Livramento, na década de 80, que utilizava como sobrenome a cidade onde o compositor Bach, admirado pelo líder nazista, foi enterrado. Adolf Leipzig, conhecido pela vizinhança por “Alemão Velho”, seria o próprio Führer disfarçado e virou objeto de pesquisa de Simoni, que recolheu objetos, restos mortais e relatos sobre ele.
A pesquisadora obteve uma fotografia de 1982 de Adolf Leipzig com sua companheira "Cutinga" e quase se convenceu por supostas semelhanças fisionômicas com Hitler. 71k5axos 6

Ela conta que manipulou a foto, adicionando um bigode no rosto do sujeito, e a imagem alterada lhe teria convencido por completo. Já a relação com uma mulher fora dos padrões da chamada "raça ariana" seria mais um elemento de disfarce, supõe.

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Pesquisadora obteve roupas e material genético.
(Foto: Simoni Guerreiro Dias / Arquivo Pessoal)

Evidências
Outra suposta evidência considerada pela pesquisadora é o registro de uma internação para cirurgia na Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá no dia 29 de novembro de 1979. O registro, porém, é para um paciente chamado Adolfo Sopping, então com 81 anos de idade e natural do estado do Rio Grande do Sul. Em fevereiro do ano seguinte a Santa Casa registrou a entrada de Adolfo Lepping, de 82 anos e de mesma naturalidade. Simoni defende que trata-se da mesma pessoa.
Para daí afirmar que se tratava de Hitler, a pesquisadora relata uma outra suposta evidência: segundo uma fonte não identificada no livro, uma freira polonesa do hospital teria reconhecido a figura de Hitler.
"Aqui esse homem não entra! Ele é sanguinário! Matou muita gente! Tire-o daqui, por favor!", teria exclamado a religiosa. Um padre a teria repreendido afirmando que aquele doente deveria ser atendido por ordens do próprio Vaticano.
A publicação de Simoni traz ainda evidências de outras supostas relações de Hitler com grupos de europeus que se fixaram em Mato Grosso, como suíços, e explora a peculiaridade da arma e de vestimentas que pertenceriam ao tal Adolf Leipzig, cujos restos mortais foram retirados do cemitério em Livramento para a pesquisa de Simoni.
Ela pretende submeter parte dos restos mortais, como cabelo e fragmentos de ossos, a exames genéticos com base em material colhido de um suposto descendente de Hitler localizado, segundo Simoni, em Israel. Ela deve viajar para o país ainda este ano para realizar o exame de DNA e depois seguir para a Alemanha a fim de concluir o projeto de mestrado.
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Professor da UFMT critica critérios da pesquisa.
(Foto: Cândido Moreira Rodrigues/Arquivo Pessoal

Crítica
Apesar de se tratar de um trabalho acadêmico, o professor Moreira Rodrigues, da UFMT, afirma que não há qualquer evidência de que Hitler tenha sobrevivido à invasão soviética a Berlim e deixado o território alemão após a derrota dos nazistas. Ele também apontou falta de rigor científico e não enxergou os devidos critérios de apuração historiográfica na apuração de Simoni.
"Não é novidade o fato de que muitos que se dizem historiadores venham a levantar hipóteses as mais diversas sobre as possíveis estadias de Hitler na América do Sul e a sua consequente morte num dos países desta região do mundo", lembra o historiador, referindo-se a outras suposições já divulgadas sobre passagens de Hitler no Cone Sul.
Segundo ele, a historiografia é farta de evidências de que Hitler e sua companheira Eva Braun se suicidaram no bunker onde tentavam resistir aos ataques soviéticos. Subordinados, os próprios nazistas podem ter sido responsáveis pela incineração do corpo do líder antes que os soviéticos o capturassem. Segundo Rodrigues, esta é uma das únicas lacunas que ainda restam nesta história.

Fontes: G1; Hipernotícias; Contato Latino

sábado, 18 de janeiro de 2014

Chacinas e crianças-soldados no Sudão do Sul

Até o final deste mês, mais de 100 mil já terão abandonado o país rumo a nações vizinhas

O subsecretário-geral da ONU para os Direitos Humanos, Ivan Simonovic, afirmou que há crianças-soldados combatendo no Sudão do Sul e que foram registradas matanças em masssa.

— As informações que nos chegam nos dão conta de matanças em massa, execuções extrajudiciais, destruições em grande escala, saques e recrutamento de crianças-soldados.

A ONU também afirmou hoje que mais de 86 mil pessoas buscaram refúgio em países vizinhos para escapar dos confrontos no Sudão do Sul desde meados de dezembro, e que o número será superior a 100 mil até o final de janeiro.

Soldado criança

 

"Desde meados de dezembro, (...) mais de 86 mil sul-sudaneses fugiram para os países vizinhos. Se continuarem a chegar a uma taxa de cerca de mil pessoas por dia, esperamos que o número de refugiados supere os 100 mil até o final de janeiro", declarou um porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), Adrian Edwards, durante uma coletiva de imprensa em Genebra.

SOUTHSUDAN-UNREST/

Crianças comem em acampamento em Joda, na fronteira com o Sudão, onde aguardam permissão para deixar país  16.01.2014/Mohamed Nureldin Abdallah/Reuters

Metade de todos os refugiados, com menos de 18 anos, foram para Uganda — cerca de 46,5 mil pessoas.

Mais de 20,6 mil refugiados se encontram na Etiópia, pelo menos 8.900 estão no Quênia e cerca de 10 mil no Sudão, de acordo com a ACNUR, que indica necessitar de R$ 138 milhões (US$ 58,8 milhões) para satisfazer as necessidades humanitárias ligadas à crise.

Para lidar com a deterioração da situação, a agência da ONU planeja construir novos acampamentos e ampliar os já existentes em Uganda, Etiópia e Quênia.

No Sudão do Sul, milhares se deslocaram para perto das fronteiras e estão dispostos a partir para o exterior, se a situação piorar, indicou Edwards, sem dar números.

Segundo a ONU, cerca de 468 mil pessoas precisaram se deslocar por causa do conflito.

Os confrontos, que ameaçam mergulhar o Sudão do Sul em uma guerra civil, foi provocado por uma disputa de poder entre o presidente Salva Kiir e seu ex-vice-presidente Riek Machar.

Os confrontos entre os dois rivais causaram quase 10 mil mortes.

Fonte AFP

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Falso Anúncio de venda de negros Punido

Autor de falso anúncio de venda de negros a R$ 1 é apreendido no Rio
Segundo a polícia, adolescente de 16 anos confessou ter feito a publicação.
Ele será encaminhado à Vara de Infância e da Juventude.

Daniel SilveiraDo G1 Rio

Anúncio oferecia "negros com diversas utilidades" ao preço de R$ 1 (Foto: Reprodução / Mercado Livre)Anúncio oferecia "negros com diversas utilidades" ao preço de R$ 1 (Foto: Reprodução / Mercado Livre)

Um adolescente de 16 anos foi apreendido no Rio nesta quarta-feira (15) pela publicação de um falso anúncio no site Mercado Livre oferecendo a venda de negros a R$ 1. Ele foi localizado pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) após denúncia feita pela Ouvidoria Nacional da Igualdade Racial, que é vinculada à Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir).

De acordo com o delegado titular da DRCI, Gilson Perdigão, o menor prestou depoimento na unidade acompanhado pela mãe e confessou ser o autor da publicação. O teor do interrogatório não foi divulgado. O caso será encaminhado à Vara da Infância e da Juventude. Segundo a Polícia Civil, ele deverá responder por ato infracional análogo ao crime tipificado pelo artigo da Lei 7.716 (Praticar, induzir ou incitar a discriminação, o preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional).
O anúncio foi retirado do ar pelo Mercado Livre no dia 6 de janeiro, um dia depois de ser denunciado por usuários do site. Por meio de nota, o site repudiou a publicação e destacou que os anúncios publicados têm mecanismo para denúncias. Ao ser notificado pela Ouvidoria Nacional da Igualdade Racial, o site forneceu à polícia os dados cadastrais do autor da postagem.
A denúncia da Seppir foi encaminhada à Polícia Civil e ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Por meio de nota, o ouvidor Carlos Alberto Souza Junior ressaltou ser "inaceitável a tentativa de desumanização da população negra, enquadrando seus indivíduos como mercadoria e remetendo os mesmos de volta à escravidão”.

15/01/2014 21h07 - Atualizado em 15/01/2014 22h51

Postado por Hugo Ferreira Zambukaki à

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

A maior revolta escrava nos Estados Unidos

Revolta na Louisiana

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O medo de uma revolta dos negros dos proprietários de escravos da Louisiana materializou quando o feitor de escravos Charles Deslondes, de origem haitiana, liderou a maior rebelião de escravos na história dos Estados Unidos. Em 8 de janeiro de 1811, ele e várias centenas de homens participou de uma revolta no norte de Nova Orleans. Desafiador mas mal armados, eles estavam indo para a cidade de Nova Orleans, quando agentes federais atacaram. O governador Claiborne escreveu para o secretário de Estado, Robert Smith, "Os negros no município de Costa alemã ... estão em estado de insurreição;. Seus números são aproximadamente entre 180 à 500 pessoas. Esta insurreição começou na fazenda do coronel André cerca de 36 quilômetros acima da cidade .... Um destacamento de tropas norte-americanas e dois destacamentos marcharam contra os revoltosos. Toda a milícia da cidade são ordenadas, e você pode ter certeza de sua segurança ". Uma semana após a sua captura, Deslondes e vinte e poucos insurgentes foram julgados e executados. Suas cabeças foram penduradas em marcadores de milhas ao longo do caminho de São João para impedir revoltas futuras.

ory Scene, Abolition Slave Trade, Wikipédia

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Charles Deslondes foi um dos líderes da rebelião de escravos da Costa Alemã em 1811, no Território de Orleans. Ele levou mais de 200 rebeldes contra as plantações ao longo do rio Mississippi em direção à Nova Orleans. Plantadores brancos formaram milícias e acabaram caçando os rebeldes. Os insurgentes escravos mataram dois homens brancos, e as milícias e dos senhores de escravo matou 95 escravos. Nascido como escravo no Haiti, Deslondes foi descrito em algumas contas como mulatos ou mestiço. Ele foi trazido para o território da Louisiana por seu senhor após a Revolução do Haiti, quando milhares de franceses “crioulos” (franceses nascidos na América) imigraram para os Estados Unidos após a Revolução Negra no Haiti.

Fontes History Scene, Abolition Slave Trade, Wikipédia