sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Mãe Stella lança livro na ALB

Mãe Stella lança na ALB livro sobre a sabedoria do destino

Quando alguém é iniciado no candomblé, além de ganhar um novo nome, também fica sabendo o nome do seu orixá e o seu destino (odu). A sabedoria sobre o que a vida reserva a cada um e a melhor forma de os seres humanos conduzirem-se é o assunto que Mãe Stella de Oxóssi, 88, trata em seu novo livro lançado na Academia de Letras da Bahia (ALB).

Mãe Stela

Mãe Stella quer, com o livro, preservar o saber oral e evitar distorções na essência da religião

 

Ofún, dedicado ao odu de Oxalá, foi lançado nesta quarta-feira, 18, às 18 horas, na Academia de Letras da Bahia (ALB), e inaugura a Coleção Odu Àdajó (Coleção de Destinos). Cada um dos 16 volumes vai contemplar um odu, tal como são representados no oráculo de Ifá, transposto para o Brasil como Jogo de Búzios.
A ialorixá do Ilê Axé Opô Afonja e imortal da ALB, que tomou posse em 12 de setembro deste ano,  aprofunda seu conhecimento sobre o oráculo desde que foi iniciada, aos 14 anos.

Ela conta no prefácio que, assim como Bida de Iemanjá, numa época em que este saber era transmitido apenas oralmente pedia que ela anotasse as orientações, ela própria pediu que uma filha de Iemanjá do Opô Afonjá, Graziela Domini, recolhesse e organizasse o conhecimento que acumulou.

Assim, o livro preserva a energia da  tradição oral, com informações de Mãe Stella, e a sistematização da tradição escrita, a cargo de Graziela.

"Optei por fazer uso da tradição escrita para, respeitosamente, oferecer a riqueza da filosofia yorubá, que nos foi transmitida pela tradição oral (ìpita), sem, no entanto, expor fundamentos que não são de interesse de todos", escreve Mãe Stella.

A ialorixá também enfatiza que as informações que dissemina dizem respeito à prática  no Opô Afonjá, com objetivo de preservar a tradição, na modernidade, de "deturpações na essência da religião milenar".

Graziela explica a complexidade que envolve os odus: "É o caminho que a gente deve seguir e que coisas  deve fazer para que esse caminho seja o melhor possível, para   ter uma longa vida e cumprir a missão que tem na terra".

O odu, de acordo com a filha de Iemanjá,  também vai revelar  o seu gênero, em que ponto cardeal as oferendas devem ser depositadas, quais são os seus mitos e dizer quais os orixás que falam neste odu. Além disso, identificam elementos relacionados do reino mineral, vegetal, entre outras particularidades.

Na introdução, as autoras explicam a magnitude do odu  Ofún Méjè: "Öfun Méjì é o odu da unidade e, por isto, tem como instrumento a Cabaça-da-Existência, correspondente ao Ovo Cósmico de outras tradições, que comporta tudo o que foi ou que há de ser criado através do movimento dos diversos pares de opostos".

Fonte: Portal A Tarde

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Aperto de mão histórico entre Obama e Raúl Castro

Aperto de mão histórico entre Obama e Raúl Castro após 35 anos de rompimento de relações diplomáticas.

(COM VÍDEO) O Presidente dos EUA, Barack Obama, apertou a mão e trocou breves palavras com o seu homólogo cubano, Raúl Castro, durante a homenagem a Nelson Mandela, na África do Sul.

Aperto de mão histórico entre Obama e Raúl Castro

As relações entre EUA e Cuba estão cortadas desde 1961, depois da Revolução Cubana de 1959 e das nacionalizações dos bens norte-americanos na ilha. O embargo norte-americano total foi decretado em 1962, pelo então presidente John F. Kennedy, existindo ainda hoje sanções económicas contra a ilha.

Nos últimos anos tem havido contudo uma aproximação, tendo Obama defendido uma revisão da política com Cuba - mantendo sempre o objetivo de ajudar a uma liberalização da ilha.

Obama cumprimentou Raúl Castro depois de subir à tribuna, antes do seu discurso na cerimónia. O líder cubano irá também discursar.

O Presidente norte-americano cumprimentou ainda com dois beijos a sua homóloga brasileira, Dilma Rousseff, que tem sido crítica em relação ao programa de espionagem dos EUA e cancelou uma visita oficial a Washington em outubro.

 

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

O adeus do gigante Nelson Mandela

Nelson Mandela pediu há alguns anos para que na sua lápide apenas se escrevesse : "Aqui jaz um homem que fez o seu dever na Terra." A sua humildade cabe realmente numa frase gravada na última morada. Mas o seu exemplo de vida, esse, é incomensurável. Perdurará para a história muito mais tempo do que a sua lápide. Ontem morreu um homem cuja memória será eterna.

Camiseta Mandela (303x374)

Quando o Presidente Jacob Zuma veio anunciar ao mundo a morte do herói da luta contra o apartheid logo se sucederam as homenagens e os elogios de líderes mundiais e de tanta outra gente pelo mundo fora. Todos sabem o que significou para a evolução do mundo e das sociedades. A história dos homens registará um antes e um pós-Mandela. Algo que muito poucos conseguiram até hoje.

Nascido em Mvezo numa família de 13 irmãos de etnia xhosa, o primeiro presidente negro da África do Sul morreu aos 95 anos, após longos meses de luta contra a doença. Mas na memória de todos e para a história fica o homem que em 1990 saiu da prisão onde passara 27 anos (18 dos quais na temida Robben Island) de punho erguido. Enganou-se quem viu nesse gesto um desafio ao regime que o colocara atrás as grades. O antigo líder da ala armada do ANC deixara definitivamente para trás os tempos de violência e provou que o perdão também pode ser uma arma poderosa quando se procura alcançar a paz.

Empenhado em unir uma África do Sul dividida entre a minoria branca privilegiada e a larga maioria negra discriminada durante anos por um regime racista, quando chegou ao poder em 1994, nas primeiras eleições democráticas naquela que é hoje a maior economia de África e um gigante em termos de influência diplomática, não hesitou em recorrer ao seu engenho para acabar com as divisões. Até usou o râguebi, esse desporto de elites, através do qual conseguiu pôr todo um país a torcer pela vitória dos Springboks no campeonato do mundo organizado pela África do Sul em 1995.

Cumprido um mandato, Mandela voltou a mostrar porque é um dos políticos mais admirados em todo o mundo: decidiu deixar o poder. Um gesto ainda demasiado raro em África, mas que não tirou em nada a sua influência a "Madiba", o nome tribal que os sul-africanos usam com carinho para se referir ao seu primeiro presidente negro. Respeitado de forma quase unânime e globalmente, elogiado pela forma como soube unir a África do Sul, o Nobel da Paz 1993 (partilhado com Frederik de Klerk, o último presidente do apartheid) soube também revelar grandeza na sua vida pessoal. O homem que lançou as bases do que o arcebispo anglicano Desmond Tutu chamou a Nação Arco-Íris teve a seu lado, nestes últimos tempos de doença, toda a família.

Adorado pelo povo sul-africano, Mandela era visto como o cimento que mantinha a nação unida. Com a sua morte, surgem dúvidas sobre como vai ser o futuro de uma África do Sul onde a violência racial ainda não parece ter desaparecido totalmente, mas onde o exemplo conciliador de Mandela é um argumento tão forte que poucos ousam ignorar. Por agora, é tempo de o mundo chorar um grande homem, um exemplo tremendo para a humanidade. É tempo de dizer adeus a "Madiba", de dizer adeus a Mandela, um gigante e um herói.

Fonte Diário de Notícias PT

Desocupação em Belo Monte

Esta foto registra o momento que uma índia da etnia sateré-mawé, com uma criança no colo, se coloca na frente da tropa de choque, durante a reintegração de posse em Manaus.(Foto: Luiz Gonzaga de Vasconcelos / A Crítica - Manaus)
Manaus

Vale mais do que mil palavras ...

Uma mulher indígena segura seu filho enquanto tenta resistir ao avanço de policiais do estado do Amazonas que foram expulsar a mulher e cerca de 200 outros membros do Movimento dos Sem Terra a partir de um aparelho de propriedade privada da terra, nos arredores de Manaus, no coração do Brasil Amazon 11 março de 2008. Os camponeses sem terra tentaram em vão resistir ao despejo, com arcos e flechas contra a polícia usando gás lacrimogêneo e cães treinados. - [REUTERS / Luiz Vasconcelos-A Crítica / AE].

Cabelo crespo e blackpower proibido em colégio

Colégio em Guarulhos pede que aluno corte cabelo crespo. Mãe não cortou

Mãe não cortou cabelo diz que não conseguiu fazer rematrícula em escola. Colégio Cidade Jardim Cumbica diz que mãe perdeu prazo para matrícula.

Cabelo Black Power

Um colégio em Guarulhos, na Grande São Paulo, pediu que um dos seus alunos cortasse o cabelo crespo, a mãe não cortou e o filho não conseguiu fazer a rematrícula na escola Cidade Jardim Cumbica. A Polícia Civil abriu inquérito por racismo.

Segundo a mãe Maria Izabel Neiva, ela recebeu em agosto um bilhete da professora do filho Lucas Neiva, 8 anos, para que ele usasse um corte de cabelo mais adequado. Izabel decidiu não cortar o cabelo e mandou um bilhete para diretora que respondeu dizendo que “[esse tipo de] cabelo [black power] não é usado no colégio pelos alunos”.

“Vim conversar com ela [diretora] pessoalmente, passei umas duas ou três horas com ela porque eu falei pra ela assim ‘não atrapalha em nada o cabelo dele. Ele enxerga normalmente, o cabelo não está no olho, não atrapalha em nada’ e ela disse ´atrapalha os colegas a enxergar a lousa. Ela [diretora] falou ‘é crespo e é cheio. é inadequado esse cabelo. Venhamos e convenhamos, mãe’”, disse Izabel ao Bom Dia Brasil.

Ainda de acordo com a mãe, ela disse que não recebeu nenhum aviso sobre a rematrícula do filho e ao procurar a secretaria da escola foi informada que já não havia mais vaga para o menino.

Colégio Guarulhos

O colégio ainda anuncia que as matrículas estão abertas

Para o delegado do 3º Distrito Policial, Jorge Vidal Pereira, a conduta da escola pode ser qualificada como racismo.

“Toda vez que a pessoa é impedida ou é tolida de entrar em algum estabelecimento, inclusive estabelecimento de ensino, que tenha a conotação que é por causa da cor ou do cabelo está caracterizado dentro da lei que apura os crimes raciais”, disse Pereira .

De acordo com a polícia, a diretora da escola já foi notificada do inquérito e deve comparecer segunda-feira na delegacia para prestar depoimento.

Em nota, a direção do colégio Cidade Jardim Cumbica disse que a mãe perdeu o prazo da rematrícula e que foi orientada a colocar o nome do filho na lista de espera. Ainda de acordo com a escola, a professora havia orientado a mãe a cortar o cabelo do menino porque a franja estava atrapalhando a visão dele, mas que isso não tem relação com o fato do menino não poder ser rematriculado. A direção considerou o inquérito policial como “absurdo”.

Fonte G1

Veja o vídeo em http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2013/12/policia-vai-investigar-escola-que-pediu-para-aluno-cortar-cabelo-black-power.html

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Raça - Um Filme Sobre Igualdade

II Festival de Filmes Africanos leva produções de jovens cineastas à UFRN

O Núcleo de Antropologia Visual da UFRN promove, do dia 3 ao 5 de dezembro, debates, exibição de filmes e palestras com entrada Catraca Livre

Divulgação

Rastros, Pegadas de mulher’ aborda as pinturas murais das mulheres kassenas de Burkina Faso, perto da fronteira com Gana

Produções de novas gerações do universo cinematográfico africano desembarcam, de 3 a 5 de dezembro, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN.

Promovido pelo Núcleo de Antropologia Visual, o II Festival de Filmes Africanos traz trabalhos do Senegal, Níger, Burkina Faso e Tunísca, além de debates e palestras com entrada Catraca Livre.

Filmes como “Yiri Kan”, “Rastros, Pegadas de mulher” e “Uma risada a mais”, de jovens cineastas com destaque nos principais festivais do continente, integram a programação.

Raça – Um filme sobre igualdade

O primeiro dia da mostra conta com o lançamento do documentário “Raça” de Joel Zito Araújo e Megan Mylan às 19h00 no auditório da reitoria da UFRN. Em seguida, o público conta com a presença do Prof. Dr. Mahomed Bamba da Facom/UFBA, um dos organizadores do livro “Filmes da África e da Diáspora”, para ministrar um debate sobre a produção de documentários pelas novas gerações da África.

Fonte Catraca Livre

A morte do cacique Kaiowá

A morte de Ambrósio Kaiowá

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ambrósio Vilhalva, liderança Guarani Kaiowá do acampamento Guyraroká, morreu. Foi assassinado a facadas às oito e meia da noite do domingo, 1, em sua própria aldeia, a caminho de casa.

Sua morte é triste e complexa. Propomos aqui três apontamentos para refletir e para tentar compreender a morte de Ambrósio - e seus últimos anos de vida.

O primeiro está relacionado à terra. Guyraroká é um território retomado pelos Kaiowá. Em 1990, um grupo de 30 famílias que viviam confinadas na reserva Tey'kue, em Caarapó, conseguiu ocupar 60 hectares de uma das fazendas. Dali foram expulsos e permaneceram por quatro anos na beira da estrada, até que conseguiram voltar para a área.

Estudos antropológicos confirmaram a tradicionalidade do Guyraroká: 12 mil hectares foram identificados como terras originariamente ocupadas por àquelas famílias. Em 2009, o Ministério da Justiça publicou uma portaria declaratória, reconhecendo a área como efetivamente indígena.

O segundo apontamento está relacionado aos impactos do processo histórico imposto aos Guarani Kaiowá de perda de território e do confinamento nas reservas. Estas experiências foram traumáticas, transformaram abruptamente seus modos de viver a vida. Diminuiram e alteraram profundamente a qualidade e o sentido da vida destas pessoas.

Nesse contexto, bem como o suicídio, o uso compulsivo de bebidas alcoólicas proliferou com bastante força, atingindo centenas de Kaiowá desde então. Para suportar as tentativas de disciplinamento por parte do Estado e do capital, embriagar-se ou se matar forjaram-se como saídas. E Ambrósio bebia muito.

O terceiro apontamento tenta dar cabo do elemento mais trágico e grotesco da história: Ambrósio, segundo informaçãoes preliminares, teria sido assassinado por indígenas - e não por pistoleiros. No último período, a liderança vinha sendo alertada pela comunidade sobre os problemas que o uso compulsivo de bebidas alcoólicas traziam. Ambrósio vinha se tornando cada vez mais hostil com os indígenas da aldeia.

As memórias dão conta de que antes ele não era assim. Ambrósio era um bom yvyra'ja (aprendiz e auxiliar) do pai, seu Papito, tekoa’ruvixa (ou ñanderu, o rezador tradicional Kaiowá) da comunidade. Em 2008, Ambrósio foi um dos protagonistas do longa de ficção Terra Vermelha, co-produção italiana e brasileira sobre a tragédia Kaiowá. Bastante elogiado, o filme teve cinco nominações (entre elas, para o Festival de Veneza) e duas premiações. Ambrósio viajou bastante em função das agendas extensas de divulgação do filme (busque "Ambrósio Vilhalva" no Google para ter uma ideia).

Depois da exposição e da circulação do Kaiowá em festivais, espaços políticos e outras esferas, em diversos países, ele teria ficado assim, avesso, conforme indígenas que conviveram com Vilhalva. Sob severas privações em seu tekoha diminuto, a circulação de Ambrósio pelas extensas arenas por onde Terra Vermelha o levou teria acentuado as dissociações causadas pela invasão das terras Guarani Kaiowá, alçando Vilhalva a uma imagem difusa de si próprio.

Outros atores do filme também têm sofrido problemas semelhantes. Os produtores de Terra Vermelha possivelmente desconhecem esse fato, e muito menos anteviram os efeitos que a velocidade estonteante com que Ambrósio foi solapado provisoriamente de seu universo social causariam.

Expor grosseiramente os fatos relacionados à morte de Ambrósio apenas fragiliza a imagem dos indígenas e reforça os estereótipos que a hegemonia da elite agrária sul-mato-grossense insiste em vincular aos povos Guarani, com o intuito de reduzir as razões e a justeza que os levam a reivindicar seus territórios tradicionais. É preciso ser mais complexo e justo com a história, porque é exatamente o contrário disso.

Ruy Sposati, de Campo Grande (MS)

Fonte da notícia: Assessoria Cimi/MS

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Imigrantes bolivianos em São Paulo

Imigrantes bolivianos vivem como escravos em São Paulo

‘Morrer antes que viver como escravos’. Este é o lema da Bolívia, cantado no refrão do Hino Nacional do País. No entanto, é como ‘quase’ escravos que cerca de 50 mil bolivianos trabalham em fábricas de roupas em São Paulo.

Imigrantes bolivianos fazem jornada de trabalho de até 16 horas, em confecções escuras e com pouca ventilaçãoOs imigrantes fazem turnos de até 16 horas em confecções de roupas nos bairros do Brás, Pari e Bom Retiro. O ambiente de trabalho é fechado, sem janelas e com pouca luz. Os bolivianos moram nas fábricas e precisam pagar tudo para o patrão, desde a máquina de costura que trabalham até a água, luz e comida. Por isso, acabam endividados e ‘presos’ nas confecções. Para garantir que os imigrantes não fujam, além de trancarem as portas das fábricas, os patrões ameaçam chamar a Polícia Federal para deportar aqueles em situação ilegal.

A Bolívia ocupa a 113ª posição no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU, a pior da América do Sul, e vive uma crise política e econômica que força seus habitantes a imigrarem. Assim como os brasileiros que vão ilegalmente aos Estados Unidos, na ilusão de melhorar de vida, os bolivianos são recrutados por ‘coiotes’, que oferecem trabalho, moradia e um salário de 300 a 400 dólares por mês. As portas de entrada para o Brasil são as cidades de Corumbá (Mato Grosso do Sul), Cáceres (Mato Grosso), Guajará-Mirim (Amazonas, por via fluvial), Manaus (Amazonas, por via fluvial) e mais recentemente Foz do Iguaçú (Paraná), por onde entram ilegalmente pela Ponte da Amizade.

“Eles vêm porque a situação, apesar de precária no Brasil, chega a ser, muitas vezes, melhor que na Bolívia. Alguns poucos mandam cerca de cem reais por mês para a Bolívia, mas muitos ficam sem comunicação com os parentes de lá, o que facilita a vinda de mais bolivianos para São Paulo”, disse Paulo Illes, coordenador do Centro de Apoio ao Migrante, entidade ligada à Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) da Igreja Católica.

De acordo com Illes, o sonho de todo boliviano é poder abrir a própria confeccção, algo que poucos conseguem. O Centro de Apoio ao Migrante, além de ajudar os estrangeiros com assistência jurídica, cursos profissionalizantes e apoio às famílias, também promove uma campanha para a regularização dos ilegais.

Existem três maneiras para o cidadão estrangeiro tornar legal a sua permanência no Brasil. Casando com um(a) brasileiro(a), tendo filho brasileiro ou se tiver pais brasileiros. Recentemente, houve um acordo assinado pelo Brasil e pela Bolívia, o tratado prevê a legalização de todos os bolivianos que chegaram no País antes de 15 de agosto deste ano. Até agora nenhum boliviano se legalizou ajudado por esse acordo por causa do alto custo, de aproximadamente R$ 1.200 por pessoa. “O acordo foi de interesse puramente econômico e não humano. Estamos fazendo um abaixo-assinado para o Governo diminuir esse valor, ou cobrá-lo por família. Pedimos a regularização para eles poderem mudar de vida”, afirmou Illes.

A imigração boliviana começou nos anos 60. Os árabes, donos das confecções, empregavam os coreanos que começaram a abrir suas próprias confecções e a contratar bolivianos. No começo, os bolivianos eram só empregados. Hoje alguns já são donos de fábricas. “Muitos bolivianos conseguem superar, se inserir na sociedade brasileira e trazer valores culturais para o Brasil”, contou Illes.

Mas não são só bolivianos que entram ilegalmente no Brasil para trabalhar nas confecções. Muitos paraguaios e peruanos também estão vindo. “Os paraguaios, geralmente, vão morar em favelas e os peruanos alugam quitinetes para seis ou sete pessoas”, explicou o coordenador do Centro de Apoio ao Migrante.

Para Illes, os bolivianos são desprezados pelos brasileiros. Antigamente, a colônia se reunia todos os domingos na praça Padre Bento, no Pari, para fazer festa, vender comidas típicas e se divertir. Porém, os moradores do lugar os expulsaram, acusando-os de bagunça e de sujar o espaço. Hoje, a praça Cantuta, também no Pari, é o lugar escolhido por eles para promover sua festa, todos os domingos. “É uma praça menor, mas a festa é bonita. Tornouse símbolo do desprezo brasileiro pela cultura diferente”, disse Illes.

Thiago Varella

Fonte: Espaço Cidadania - Universidade Metodista de São Paulo

Imigração em massa de Haitianos no Acre

Imigração em massa de Haitianos é tratada por comissão de senadores que chega ao Acre

Hatiano Senadores

De acordo com o senador Jorge Viana, o objetivo da comissão é tentar minimizar o impacto que as cidades vêm sofrendo devido a imigração
O presidente da comissão de relações exteriores e defesa nacional do senado, senador Ricardo Ferraço, do Espírito Santo, lidera a comitiva no Acre

Para conferir a situação e solucionar a grande massa de imigrantes haitianos no acre, uma comissão formada por senadores chegaram ao estado nesta segunda-feira, 2, e visitaram a cidade de Brasiléia. Haitianos têm chegado ao Brasil e se instalado de forma precária nos municípios acreanos. O presidente da comissão de relações exteriores e defesa nacional do senado, senador Ricardo Ferraço, do Espírito Santo, lidera a comitiva no Acre e expõe quais medidas serão tomadas em relação à problemática.

De acordo com o senador Jorge Viana, o objetivo da comissão é tentar minimizar o impacto que as cidades vêm sofrendo devido a imigração, buscando uma forma de abrigar os haitianos sem malefícios para o Estado.

Senador Aníbal Diniz, que também participa das reuniões com a comissão, diz que o lado da população das cidades de Brasileia e Epitaciolândia, com maior número de imigração, também deve ser levado em consideração, já que segundo ele, há mais de três anos moradores dessa região sentem na pele as dificuldades encontradas depois da imigração em grande massa e providências serão tomadas.

Seg, 02 de Dezembro de 2013 18:21 Thais Farias

Fonte Agencia Senado

Imigrantes participarão no Conselho Municipal de SP

Imigrantes terão cadeiras no Conselho Participativo Municipal de São Paulo

Prefeitura faz eleição paralela para driblar regras do TSE que impedia a participação de estrangeiros. Prefeitura estima que 400 mil pessoas de outras nacionalidades vivam na cidade

 

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Festa popular boliviana em São Paulo, cidade que tenta ampliar reconhecimento da cidadania de imigrantes

São Paulo – Foi publicado  (30/11) no Diário Oficial da Cidade de São Paulo decreto do prefeito Fernando Haddad (PT) que possibilita que imigrantes residentes na capital paulista possam integrar os Conselhos Participativos Municipais das subprefeituras. Os representantes estrangeiros poderão votar e ser votados para cadeiras de conselheiros extraordinários das administrações regionais em que mais de 0,5% da população tenha outra nacionalidade. Vinte das 32 regiões administrativas da cidade devem eleger representantes. A escolha deles será realizada em 30 março, em um processo eleitoral posterior ao dos conselheiros ordinários, que será realizada no domingo (8).

A medida dribla as exigência do Tribunal Regional Eleitoral – que irá ceder 10 mil urnas eletrônicas para a realização da eleição do domingo –, de que todos os participantes do pleito estivessem inscritos como eleitores. Como o Brasil é o único país da América do Sul que não dá direitos políticos aos imigrantes, eles não podem ser inscritos em zonas e ter título de eleitor, o que impedia que os cerca de 400 mil estrangeiros residentes na capital cumprissem a regra.

O processo eleitoral que escolherá os imigrantes, no entanto, será realizado pela secretaria Municipal de Relações Governamentais. Vinte e dois conselheiros devem ser eleitos. As regiões com população entre 0,5% e 1% de estrangeiros poderão eleger um representante; as que tiverem mais do que isso, dois. Segundo o secretário municipal de Direitos Humanos, Rogério Sottili, apenas a Subprefeitura da Sé se enquadra nisso e deve eleger um par de conselheiros extraordinários.

A participação no Conselho era uma reivindicação dos imigrantes da cidade, que lutam por políticas públicas específicas e conquista de direitos políticos, dois dos principais temas que estão sendo discutidos na 1ª Conferência Municipal de Migrantes, que ocorre neste fim de semana, onde foi divulgado em primeira mão que o decreto havia sido assinado pelo prefeito no final da tarde de ontem.

Cada conselho participativo terá entre 19 e 53 pessoas, incluindo os representantes dos imigrantes. Todos os conselheiros terão mandatos de dois anos, não serão remunerados e terão a prerrogativa de fiscalizar a execução orçamentária e o cumprimento das metas para cada subprefeitura.

Desde o início de sua gestão, Haddad tem demonstrado interesse pela questão, ao criar uma coordenadoria específica para o assunto e incluir, em seu plano de metas, a elaboração de uma política municipal para imigrantes. Além disso, São Paulo deve engrossar uma campanha de mudanças na lei eleitoral para que os estrangeiros residentes no país possam participar de eleições.

Para a boliviana Mônica Rodriguez, uma provável candidata, a medida representa um grande avanço. “É só o primeiro passo para que o imigrante deixe de ser invisível”, acredita.

Para participar das eleições, os candidatos a conselheiros extraordinários terão que cumprir as mesmas regras que os brasileiros: ter mais de 18 anos, apresentar um comprovante de residência que ateste que reside na região da sub que quer representar, apresentar 100 assinaturas endossando a candidatura e um documento de identidade, que pode ser emitido no Brasil ou em seu país de origem. Para votar, os estrangeiros também têm de apresentar documento de identidade, comprovante de residência e assinar um documento garantindo que só irão votar em uma subprefeitura.

por Gisele Brito, da RBA - 30/11/2013

Fonte Rede Brasil Atual

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

A rota do escravo - a alma da resistência

 

A UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, o  Ensino e a Cultura - é um orgâo que visa promover a educação e cultura pelo mundo. No Brasil, é um escritório nacional da região da América Latina. Seu principal objetivo é auxiliar a formulação e operacionalização de políticas públicas que estejam em sintonia com asestratégias acordadas entre os Estados Membros da UNESCO. Disponibiliza em seu canal no Youtube vários vídeos que contribuem para essa objetivo.

A seguir veja o vídeo: A rota do escravo - a alma da resistência. Produzido pela UNESCO

A rota do escravo - a alma da resistência síntese do tema escravidão, detalhando todos os caminhos que levaram a humanidade a cometer essa crime até a sua abolição em vários países, com foco na América Latina.

A história do comércio de seres humanos é contada através das vozes de escravos, mas também dos mestres e comerciantes de escravos.
Cada um conta sua experiência: da deportação de homens e mulheres para as plantações até o cotidiano do trabalho e os movimentos de abolição.

A nova e a velha escravidão comparações

Comparação entre a nova escravidão e o antigo sistema

Nova escravidão 02

A assinatura da lei Áurea, em 13 de maio de 1888, decretou o fim do direito de propriedade de uma pessoa sob outra, porém o trabalho semelhante ao escravo se manteve de outra maneira. A forma mais encontrada no país é a da servidão, ou ‘peonagem’, por dívida. Nela, a pessoa empenha sua própria capacidade de trabalho ou a de pessoas sob sua responsabilidade (esposa, filhos, pais) para saldar uma conta. E isso acontece sem que o valor do serviço executado seja aplicado no abatimento da conta de forma razoável ou que a duração e a natureza do serviço estejam claramente definidas.

Nova escravidão 01

A nova escravidão é mais vantajosa para os empresários que a da época do Brasil Colônia e do Império, pelo menos do ponto de vista financeiro e operacional. O sociólogo norte-americano Kevin Bales, considerado um dos maiores especialistas no tema, traça em seu livro “Disposable People: New Slavery in the Global Economy” (Gente Descartável: A Nova Escravidão na Economia Mundial) paralelos entre esses dois sistemas que foram aqui adaptados pela Repórter Brasil para a realidade brasileira.

brasil

antiga escravidão

nova escravidão

propriedade legal

permitida

proibida

custo de aquisição de mão-de-obra

alto. a riqueza de uma pessoa podia ser medida pela quantidade de escravos

muito baixo. não há compra e, muitas vezes, gasta-se apenas o transporte

lucros

baixos. havia custos com a manutenção dos escravos

altos. se alguém fica doente pode ser mandado embora, sem nenhum direito

mão-de-obra

escassa. dependia de tráfico negreiro, prisão de índios ou reprodução. bales afirma que, em 1850, um escravo era vendido por uma quantia equivalente a r$ 120 mil

descartável. um grande contingente de trabalhadores desempregados. um homem foi levado por um gato por r$ 150,00 em eldorado dos carajás, sul do Pará

relacionamento

longo período. a vida inteira do escravo e até de seus descendentes

curto período. terminado o serviço, não é mais necessário prover o sustento

diferenças étnicas

relevantes para a escravização

pouco relevantes. qualquer pessoa pobre e miserável são os que se tornam escravos, independente da cor da pele

manutenção da ordem

ameaças, violência psicológica, coerção física, punições exemplares e até assassinatos

ameaças, violência psicológica, coerção física, punições exemplares e até assassinatos

Observação: As diferenças étnicas não são mais fundamentais para escolher a mão-de-obra. A seleção se dá pela capacidade da força física de trabalho e não pela cor. Qualquer pessoa miserável moradora nas regiões de grande incidência de aliciamento para a escravidão pode cair na rede da escravidão. Contudo, apesar de não haver um levantamento estatístico sobre isso, há uma grande incidência de afrodescendentes entre os libertados da escravidão de acordo com integrantes dos grupos móveis de fiscalização, em uma proporção maior do que a que ocorre no restante da população brasileira. O histórico de desigualdade da população negra não se alterou substancialmente após a assinatura da Lei Áurea, em maio de 1888. Apesar da escravidão ter se tornado oficialmente ilegal, o Estado e a sociedade não garantiram condições para os libertos poderem efetivar sua cidadania. Por fim, as estatísticas oficiais mostram que há mais negros pobres do que brancos pobres no Brasil. Outro fator a ser considerado é que o Maranhão, estado com maior quantidade de trabalhadores libertos da escravidão, é também a unidade da federação com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e a que possui a maior quantidade de comunidades quilombolas.

Fonte Reporter Brasil

"Iyalode - Damas da Sociedade",

"Iyalode - Damas da Sociedade",

Canal Curta! documentário sobre mães-de-santo de SP

No Canal Cura! documentário "Iyalode - Damas da Sociedade", dirigido pela jornalista e cineasta Maria Emília Coelho e pelo cientista social José Pedro da Silva Neto.
O filme histórico relata a vida de algumas das mães-de-santo mais antigas de São Paulo --Mãe Pulquéria, Mãe Juju, Mãe Ada e Mãe Sessu--, que no final dos anos 50 trouxeram o candomblé para a cidade. Elas contam como iniciaram na religião e como conseguiram fincar raízes na metrópole.
De dentro dos terreiros, os documentaristas mostram a rotina dessas mulheres e gravam depoimentos, mostrando como a escolha pelo candomblé determinou e transformou suas relações familiares e também com a sociedade que, segundo elas, não está acostumada a ver a mulher à frente de algo tão delicado como a religião.
O retrato dessas trajetórias de vida exprime também o crescimento da religião em São Paulo. Na época em que chegaram à cidade, incompreendidas pela maioria dos paulistanos, instalaram seus terreiros em casas, casebres e casarões, todos afastados da região central. Hoje eles são, além de lugar sagrado para seus adeptos, ponto de referência e de culto a uma das religiões mais tradicionais da cultura brasileira.
Ponto alto do filme é o inédito encontro das quatro mães-de-santo em uma praia paulista. Emocionadas, elas trocam experiências, cantam e homenageiam a mulher e os orixás, à beira do mar.

Dia internacional da Abolição da escravatura e…

Os novos escravos

Dia 2 de dezenbro

Hoje é o dia internacional que evoca a abolição da escravatura. Mas esta não pertence apenas ao passado. Por tradição, porque um dia contraíram uma dívida ou porque foram vendidos pelas famílias os escravos modernos estão condenados a uma existência que não lhes reconhece quaisquer direitos.Há alguns anos li „Gente Descartável” do sociólogo Kevin Bales. Trata-se de uma monografia sobre escravatura moderna. Conta histórias terríveis como a de Bilal, que vende água em Noualchott, a de Siri, vendida pelos pais e obrigada a aceitar 15 ou mais clientes por noite no bordel onde trabalha e as histórias dos meninos que trabalham em fábricas de fogo de artificio na Índia. Nessas fábricas a pólvora queima-lhes os dedos e as bolhas que se formam são rebentadas com carvão ou cigarros acesos para que as crianças não parem de trabalhar.

Alguns nunca viram uma casa,  nem uma cidade, nem o mar, nem um jardim. Dignidade, compaixão ou afecto são palavras desconhecidas nesse mapa de desumanidade.

Em pleno século XXI há ainda quase trinta milhões de pessoas condenadas a uma existência em que não lhe são concedidos quaisquer direitos. Abandonadas nos cantos mais inóspito do planeta : em África, na Ásia e, para nossa vergonha maior,  na Europa. Abominável.

Vozes de África

(…)

Qual Prometeu tu me amarraste um dia

Do deserto na rubra penedia — Infinito: galé! …

Por abutre — me deste o sol candente,

E a terra de Suez — foi a corrente

Que me ligaste ao pé…

O cavalo estafado do Beduíno

Sob a vergasta tomba ressupino

E morre no areal.

Minha garupa sangra, a dor poreja,

Quando o chicote do simoun dardeja

O teu braço eternal.

Castro Alves

Por Helena Ferro Gouveia

em Domadora de Camalões


“Noel Rosa, Poeta da Vila e do Povo”

Filme “Noel Rosa, Poeta da Vila e do Povo”, coproduzido pela TV Brasil, será lançado em DVD no Dia Nacional do Samba

Obra é resultado de reportagens musicais sobre Noel Rosa, exibidas em série coproduzida pela TV Brasil e a Cinemar Produções, e também marca a comemoração do sexto aniversário da emissora

As comemorações pelo Dia Nacional do Samba, celebrado no dia 02 de dezembro, terão um tempero especial: o lançamento, em DVD, do filme “Noel Rosa, Poeta da Vila e do Povo”, uma coprodução da TV Brasil e da Cinemar Produções, que homenageia um dos mais importantes e populares compositores brasileiros: Noel Rosa. O lançamento também marca o sexto aniversário da emissora pública, gerida pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), festejado na mesma data.

O lançamento acontece a partir das 17h30, na livraria Folha Seca, localizada num endereço que é reduto de apreciadores do samba de raiz, a Rua do Ouvidor, 37. Embalando os convidados, sambas de Noel interpretados pela cantora Marina Iris, que tem forte ligação com o gênero. Estarão presentes o diretor do filme, Dácio Malta, o produtor Roberto Faissal, a cantora Mariana Baltar, que interpreta a canção de abertura da obra, e representantes da TV Brasil.

“Noel Rosa, Poeta da Vila e do Povo” é originário da série homônima que homenageou o centenário de nascimento de Noel, cujos cinco episódios foram ao ar na TV Brasil em 2010. A reportagem destaca a obra do compositor, morto aos 26 anos de tuberculose, e que compôs, em sua curta carreira, 227 músicas, a maioria delas sambas, alguns considerados verdadeiras obras-primas. Noel já foi gravado pelos mais notáveis intérpretes da MPB, sendo que algumas de suas músicas, como “As Pastorinhas", conta hoje com cerca de duas centenas de gravações.

Dácio Malta estava escrevendo um espetáculo sobre o centenário de Noel e foi daí que surgiu a ideia do documentário que originou a série de cinco episódios exibida na TV. Segundo ele, guardada a modéstia, o documentário é definitivo porque, quando foi feito, em 2010, não tinha nenhum contemporâneo do Noel vivo. Tudo foi de arquivo. “Eu acho que o documentário sobre a vida e obra de Noel é definitivo. Quando fiz, já não tinha nenhum contemporâneo do Noel. Usei muita coisa de arquivo. Mesmo se alguém fizer vai ser impossível encontrar alguma coisa nova de Noel”, explica Dácio.

A produção reuniu mais de 60 horas de gravações, além de outras dezenas de arquivos sonoros, fotos, partituras e originais de Noel. Resultado de 20 meses de pesquisa, foi realizada em apenas seis semanas. No filme, expoentes da MPB, como Caetano Veloso e Zeca Pagodinho, entre outros, confessam a importância de Noel em suas vidas.

Além das gravações de Zé Renato, que é o diretor musical do filme, de Mariana Baltar, e dos entrevistados, foram utilizadas imagens de arquivos da TV Brasil, TV Cultura, TV Globo, Cinemateca Brasileira, Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, Biblioteca Nacional e Fundação de Artes Alves Penteado. Oito das músicas do documentário são paródias – uma faceta de Noel pouco conhecida do público.

Fonte EBC

sábado, 5 de outubro de 2013

Impérios da África Antiga

Pegue uma pá Porque o Discovery na escola está prestes a escavar Os Impérios da África Antiga. Primeiro vamos como as margens férteis do Nilo deram origem a uma das maiores civilizações do continente em: O Nilo - Onde o Egito Começou. Depois vamos revelar o reinado tumultuado de uma famosa rainha egípcia em: Nefertite Ressuscitada. A seguir, vamos saber como os impérios de Gana e Mali foram formados em: Estudo do Sub-Saara. Finalmente, vamos até Timbuktu para ver como um rei africano transformou a cidade num centro de aprendizado e cultura islâmicas em: O Islamismo chega a Timbuktu.
Múmias, mistérios e muito mais neste documentários...

 50 min. / Dublado em Português / Discovery Channel

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Anitta estrela funk acende debate sobre clareamento de pele

No dia 08/08/2013 o jornal britânico The Guardian publicou uma matéria, onde o debate à respeito do clareamento de pele artificial e do racismo existente no país. Uma publicação mostrou fotos da estrela do funk, Anitta antes e depois do sucesso.

Uma tradução livre da matéria do The Guardian:

“Anitta estrela brasileira do funk acende novo debate sobre clareamento da pele e raça

A última sensação do funk brasileiro, Anitta, conquistou milhões de fãs ao levar o som da favela ao mainstream, mas ela está agora à frente e no centro de um debate sobre cor de pele.

Ativistas de campanhas anti-discriminação e comentaristas sociais dizem que a mais rápida estrela ascendente da música industrial teve que sacrificar sua origem negra para ser bem sucedida na classe média predominantemente branca do mercado.

A polêmica foi motivada pela publicação dad fotografias antes e depois que mostra um clareamento dramático no tom de pele de Anita desde que ela assinou um contrato com a Warner.

Anitta Brazilian-music-

Anitta fotografada quando era relativamente desconhecida e no palco no Brasil no último mês. Foto: Mauricio Santana/Corbis

Na primeira, quando Anitta era relativamente desconhecida, ela parecia mais escura. Na segunda – uma foto de marketing após ela ter ficado famosa – ela aparece mais clara. Quer isso tenha sido resultado de produtos de clareamento de pele e cirurgias cosméticas ou – mais provável – ajustes no Photoshop, o contraste reacendeu a discussão sobre o quanto você necessita ser branco para ser reconhecido no Brasil.

Jarid Arraes, estudante de psicologia e blogueiro, escreveu um post criticando a discriminação latente na mídia e marketing que ela sentiu ter representado a mudança da imagem de Anitta. “As pessoas se negam a aceitar que são racistas e que vivem em uma democracia multirracial, mas as estatísticas mostram que isso está longe da verdade. O clareamento nos mostra uma sociedade profundamente intolerante que não suporta a diversidade… branco é a imagem do rico, do legal, do bem sucedido, do bom, enquanto as pessoas enxergam o preto como o oposto de tudo isso”.

Nascida Larissa de Macedo Machado, a pretendente a diva foi uma corista de igreja em sua infância. Durante a adolescência, fez o nome por si mesma no cenário do baile funk carioca como uma cantora e dançarina curvilínea, dançadora de bumbum... de bunda”.

Esse ano ela explodiu no conhecimento do público com um álbum e um enorme single de sucesso, Show das Poderosas , que liderou as paradas e atraiu 52 milhões de visitas no YouTube.

Apesar de ter sido adorada inicialmente como ídolo pop com uma mensagem forte e algumas melodias cativantes, seus apoiadores a projetam como uma ponte cultural entre as favelas predominantemente habitadas por pretos e mestiços nas encostas dos morros do Rio e os bairros mais ricos e brancos localizados morro abaixo.

Ela amenizou a dança sugestiva [sexo], referência gangsta e letras explícitas do baile funk e intensificou o R&B transglobal em vários vídeos promocionais mais suaves, inclusive um para Meiga e Abusada no qual ela janta com uma família branca.

Agora, no entanto, as perguntas estão sendo feitas se ela – ou sua equipe de marketing – ter ido tão longe ao reconstruir sua imagem para atrair uma demografia mais lucrativa. “Se eles tem cabelos crespos, vão se sentir coagidos a alisá-lo. Se eles tem um nariz grande, serão coagidos a fazer uma rinoplastia“, disse Arraes. “Isso cria um círculo vicioso de auto-estima”.

Este é um tema sensível nessa nação grande e altamente mestiça. Brasil – um dos últimos grandes países do mundo a banir a escravidão – tem a maior população de descendentes de africanos fora da África, mas raça e descendência são menos importantes aqui do que cor. E apesar do objetivo declarado da nação de ser uma democracia multirracial, há uma relação clara entre o tom da pele e a desigualdade.

Nas cidades brasileiras, trabalhadores brancos ganham quase o dobro do que os descendentes de africanos. Até 2011, estudantes pretos ou pardos também passavam dois anos a menos nas escolas do que a média dos estudantes.

O governo diz que essa diferença está diminuindo graças ao sistema de cotas raciais nas universidades e outras formas de ações afirmativas. Mas o abismo permanece flagrantemente aparente. A grande maioria dos executivos de negócio e do governo são brancos, enquanto a maior parte dos empregos mais braçais são feitos por pretos e pardos. Caminhe por Ipanema, Gávea ou outros bairros de luxo na Zona Sul do Rio e você estará mais propenso a ver babás negras empurrando carrinhos com bebês brancos do que o contrário.

Definição de cor é complexa. Pessoas que se definem como brancas estão em minoria pela primeira vez no censo mais recente realizado em 2010. Entre os 197 milhões de pessoas que vivem no Brasil, 82 milhões disseram que eram pardos, 15 milhões pretos, dois milhões asiáticos e 0,5% indígenas.

Sylvio Ferreira, professor de psicologia na Universidade Federal de Pernambuco, acredita que Anitta conquistou o coração da classe média por fazer um som rebelde e tornando-o mais domesticado e mais palatável a todos os estratos sociais.

“Isso foi conquistado a partir do clareamento racial? Não”, diz ele. “O que aconteceu foi uma mudança do espaço social onde Anitta produziu sua arte: da periferia para o centro”.

Outros concordam que a questão da cor da pele foi exagerada. Maycon de Mattos Batista, um analista financeiro que trabalhou com Anitta quando ela era uma estagiária na Vale, disse que houve uma grande transformação na imagem de Anitta, mas não de sua cor.

“Eu não acredito que se trate de clareamento; é mais a maneira como ela está sendo produzida com a maquiagem, estilistas de cabelo e o modo como se veste”, ele disse. “Eu não acho que foi por causa de pressão sobre ela. Ela sempre gostou de se mostrar, cantar e dançar. Isso é algo natural para ela. Acredito que é por conta de sua naturalidade que ela é está onde está hoje em dia”.

Leandro Silva de Souza, um ativista por igualdade racial na cidade nordestina de Salvador, disse que o preconceito reside não na sociedade, mas nos produtores musicais e executivos de mídia. O público, diz ele, provou que está interessado na música em si após ter escolhido Oléria – uma lésbica negra – como a mais recente vencedora do The Voice Brasil, um show similar ao Pop Idol.

Anitta ainda tem de ser ouvida à respeito desse debate e o The Guardian não conseguiu contatá-la para comentar o assunto. Contudo, em uma entrevista recente publicada no Blog Folha, ela descreveu a necessidade por identidade para ser bem definida.

“Toda poderosa é uma mulher que não precisa ser bonita, mas tem tanta atitude que é maravilhosa, é poderosa”, diz Anitta à apresentadora Sabrina Sato. “O que tento passar no meu trabalho para todo mundo é que nós podemos ser quem quisermos”.

Com reportagem adicional por Anna Kaiser.

Tradução Hugo Ferreira

Fonte: The Guardian

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Porque os médicos cubanos não são escravos

Entenda por que médicos cubanos não são escravos

Especialista em estudos cubanos, o jornalista Hélio Doyle explica por que a remuneração dos profissionais de saúde de Cuba é paga diretamente ao governo de Raúl Castro

Medicos Cubanos não são 2

Autor de uma série de artigos sobre a vinda dos médicos cubanos, reunidos no 247 sob o título "O que você precisa saber sobre médicos cubanos", o jornalista Hélio Doyle publicou neste domingo uma resposta clara aos jornalistas e críticos do programa Mais Médicos que apontam escravidão na vinda de profissionais de saúde daquele país. Leia abaixo:

UM POUCO MAIS SOBRE OS MÉDICOS CUBANOS

Parece que o último argumento contra a contratação dos médicos cubanos é a remuneração que vão receber. Pois é ridículo, quando prevalecem fatos, indicadores internacionais e números, falar mal do sistema de saúde e da qualidade dos médicos de Cuba. A revalidação dediploma também não é argumento, pois os médicos estrangeiros trabalharão em atividades definidas e por tempo determinado, nos termos do programa do governo federal. Não tem o menor sentido, também, dizer que os cubanos não se entenderão com os brasileiros por causa da língua – primeiro, porque vários deles falam o português e o portunhol, segundo porque os médicos cubanos estão acostumados a trabalhar em países em que a lingua falada é o inglês, o francês, o português e dialetos africanos, e nunca isso foi entrave.

Resta, assim, a forma de contratação e, mais uma vez sem medo do ridículo, falam até de trabalho escravo. Essa restrição também não tem procedência, nem por argumentos morais ou éticos (e em boa parte hipócritas), nem com base na legislação brasileira e internacional. Vamos a duas situações hipotéticas, embora ocorram rotineiramente.~

Imagem Ilustrativa

Imagem Ilustrativa

1 Uma empreiteira brasileira é contratada por um governo de país europeu para uma obra. Essa empreiteira vai receber euros por esse trabalho e levar àquele país, por tempo determinado, alguns engenheiros, geólogos, operários especializados e funcionários administrativos, todos eles empregados na empreiteira no Brasil. Encerrado o contrato no país europeu, todos voltarão ao Brasil com seus empregos assegurados. Quem vai definir a remuneração desses empregados da empreiteira e pagá-los, ela ou o governo do país europeu? É óbvio que é a empreiteira.

2 – Os governos do Brasil e de um país africano assinam um acordo para que uma empresa estatal brasileira envie profissionais de seu quadro àquele país para dar assistência técnica a pequenos agricultores. O governo brasileiro será remunerado em dólares pelo governo africano. A estatal brasileira designará alguns de seus funcionários para residir e trabalhar temporariamente no país africano. Quem vai definir a remuneração dos servidores da empresa estatal brasileira e lhes fará o pagamento, a estatal brasileira ou o governo do país africano? É óbvio que é a empresa estatal brasileira.

Por que, então, tem de ser diferente com os médicos cubanos? Eles não estão vindo para o Brasil como pessoas físicas, nem estão desempregados. São servidores públicos do governo de Cuba, trabalham para o Estado e por ele são remunerados. Quando termina a missão no Brasil (ou em qualquer outros dos mais de 60 países em que trabalham), voltam para Cuba e para seus empregos públicos.

Não teria o menor sentido, assim, que esses médicos, formados em Cuba e servidores públicos cubanos, fossem cedidos pelo governo de Cuba para trabalhar no Brasil como se fossem pessoas físicas sendo contratadas. Para isso, eles teriam de deixar seus postos no governo de Cuba. Como não faria sentido que os empregados da empreiteira contratada na Europa ou da estatal contratada na África assinassem contratos e fossem remunerados diretamente pelos governos desses países.  Trata-se de uma prestação de serviços por parte de Cuba, feita, como é natural, por profissionais dos quadros de saúde daquele país.

A outra crítica é quanto à remuneração dos médicos cubanos. Embora menor do que a que receberão os brasileiros e estrangeiros contratados como pessoas físicas, está dentro dos padrões de Cuba e não discrepa substancialmente do que recebem seus colegas que trabalham no arquipélago. É mais, mas não muito mais. Não tem o menor sentido, na realidade cubana, que um médico de seus serviços de saúde, trabalhando em outro país, receba R$ 10 mil mensais. E, embora os críticos não aceitem, há em Cuba uma clara aceitação, pela população, de que os recursos obtidos pela exportação de bens e serviços (entre os quais o turismo e os serviços de educação e saúde) sejam revertidos a todos, e não a uma minoria. O que Cuba ganha com suas exportações de bens e serviços, depois de pagar aos trabalhadores envolvidos, não vai para pessoas físicas, vai para o Estado. 

Padilha Mais Médicos

Programa Mais Médicos foi uma iniciativa do ministro da Saúde José Padilha (Foto: Agência Brasil)

A possibilidade de ganhar bem mais é que faz com que alguns médicos cubanos prefiram deixar Cuba e trabalhar em outros países como pessoas físicas. É normal que isso aconteça, em Cuba ou em qualquer país (não estamos recebendo portugueses e espanhóis?) e em qualquer atividade (quantos latino-americanos buscam emigrar para países mais desenvolvidos?). Como é normal que muitos dos médicos cubanos aprovem o sistema socialista em que vivem e se disponham a cumprir as “missões internacionalistas” em qualquer parte do mundo, independentemente de qual é o salário. Para eles, a medicina se caracteriza pelo humanismo e pela solidariedade, e não pelo lucro.

É difícil entender isso pelos que aceitam passivamente, aprovam ou se beneficiam da privatização e da mercantilização da medicina e da assistência à saúde no Brasil.

brasil247.com 26 Agosto de 2013 - 07:19

Fonte Tribuna Hoje

Imagens Internet

domingo, 25 de agosto de 2013

O sonho não realizado Martin Luther King III

Filho de Luther King pede continuação da luta do pai

Martin III

Fotografia © REUTERS/Kevin Lamarque

Martin Luther King III pediu hoje perante dezenas de milhares de pessoas a continuação da luta que a geração do seu pai iniciou há 50 anos, exatamente no mesmo local em que proferiu o discurso "I have a dream".

 

Martin Marcha 2

Luther King III, que seguiu exemplo do seu pai na defesa dos direitos civis, pediu aos manifestantes reunidos em Washington para não darem "sequer um passo atrás" na luta pelos seus direitos e disse que o sonho que Martin Luther King disse ter tido há 50 anos ainda está por realizar nos Estados Unidos.

"Estou aqui neste lugar sagrado sobre as pegadas do meu pai, comovido pela história intensa, mas mais do que isso gosto de saber que vocês continuam a sentir a sua presença, que continuam a ouvir a sua voz [de desejo de alcançar um sonho]. (...) Mas este não é o tempo para as comemorações nostálgicas, (...) é tempo para continuar a tarefa", afirmou.

Luther King III fez a defesa da reforma das leis da imigração, que se encontra atualmente no centro da discussão política nos Estados Unidos, sustentando que "deve ser adotada para que acabe o assédio que sofrem os irmãos e irmãs [sobretudo hispânicos] e para garantir-lhes o caminho da cidadania".

"Da mesma forma que estamos a recuperar da pior crise económica desde a Grande Depressão, os Estados Unidosprecisam de um novo Plano Marshall para gerar empregos nas suas cidades, melhorar as infraestruturas e criar um estímulo económico", acrescentou.

Luther King III invocou também o "imperativo fundamental do amor", um poder a que se referiu o seu pai no célebre discurso há meio século, para apelar ao fim da violência traduzida por episódios como os tiroteios de Columbine ou Newtown.

Fonte Diário de Notícias Globo – Portugal

Fotos montagen internet

sábado, 24 de agosto de 2013

Tráfico de Escravos e a Abolição UNESCO

Uma tragédia do passado que questiona o nosso presente

Devemos ensinar os nomes dos heróis dessa história, porque eles são os heróis de toda a humanidade. Ao homenagear anualmente, em 23 de agosto, as mulheres e os homens que lutaram contra essa opressão, a UNESCO busca encorajar a reflexão e o debate sobre uma tragédia que deixou sua marca no mundo assim como ele é hoje.

Algemas

Foto internet

Por meio de suas lutas, de sua aspiração por dignidade e liberdade, os escravos contribuíram para a universalização dos direitos humanos.

23 de agosto

Fotos de Conselho Nacional de Justiça (CNJ) · Página de Conselho Nacional de Justiça (CNJ)

Devemos ensinar os nomes dos heróis dessa história, porque eles são os heróis de toda a humanidade. Ao homenagear anualmente, em 23 de agosto, as mulheres e os homens que lutaram contra essa opressão, a UNESCO busca encorajar a reflexão e o debate sobre uma tragédia que deixou sua marca no mundo assim como ele é hoje.

Sob o Projeto A Rota do Escravo, a UNESCO visa a revelar a extensão e as consequências dessa tragédia humana e a retratar a riqueza das tradições culturais que povos africanos forjaram em meio a adversidades – na arte, na música, na dança e na cultura, em seu sentido mais amplo. Este ano, na véspera do vigésimo aniversário do Projeto A Rota do Escravo, designei, como um Artista da Paz da UNESCO, Marcus Miller, que terá a missão de promover o Projeto A Rota do Escravo da UNESCO e transmitir mensagem de respeito desse projeto por meio da música. Esse empenho contribuirá para os esforços para a Década dos Povos Afrodescendentes (2013-2022), proclamada pelas Nações Unidas em 2012.

O tráfico de escravos não é apenas algo do passado: é nossa história e tem moldado a face de muitas sociedades modernas, criando laços indissolúveis entre povos e continentes, e transformando, de forma irreversível, o destino, a economia e a cultura das nações. Estudar essa história equivale a homenagear os combatentes pela liberdade e reconhecer suas contribuições singulares para a afirmação dos direitos humanos universais. Eles estabeleceram um exemplo para continuarmos a luta pela liberdade, contra o preconceito racial herdado do passado e contra novas formas de escravidão que subsistem até hoje e afetam em torno de 21 milhões de pessoas.

Hoje, convido todos os governos, as organizações da sociedade civil e os parceiros privados a redobrar seus esforços para transmitir essa história. Que isso seja uma fonte de respeito e um chamamento universal em prol da liberdade para as futuras gerações.

Neste Dia de Comemoração, a UNESCO convida todos os povos a relembrar, refletir sobre as consequências do passado em nosso presente, sobre as novas exigências de viver-se em conjunto em nossas sociedades mutilculturais e sobre a luta contra as formas contemporâneas de escravidão, das quais milhões de seres humanos ainda são vítimas.

Irina Bokova

Mensagem de Irina Bokova, diretora-geral da UNESCO, por ocasião do Dia Internacional para Relembrar o Tráfico de Escravos e a Abolição, 23 de agosto 2013

Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial - Primeiras Impressões

III Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial de São Paulo.
Julio Conferencia

Baixada Santista presente!

Primeiras Impressões de Julio Tumbi Are

PRIMEIRAS IMPRESSÕES - Acabamos de chegar do primeiro dia de trabalhos da III Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial de São Paulo. A maior Conferência Estadual do Brasil teve início com uma aprovação de regulamento conturbada que mostra uma militância negra, mesmo com a ausência de quadros importantes , já dizendo a que veio. Ao meu ver teremos uma Conferência bastante técnica tendo em vista o fato do temário abordar questões acerca de Desenvolvimento e Democracia ressaltando o acúmulo importante que o Estado de São Paulo possui em experiências de gestão na área de promoção da igualdade racial.
As manifestações, legítimas, ocorridas na abertura dos trabalhos demonstram a criticidade do controle social nesse processo, em especial dos militantes que fazem a política de fato na ponta, ou seja, a negrada dos movimentos e conselhos de direitos que não deixam por menos neste momento de consulta popular, e por que não, de prestação de contas dos poderes constituídos.
Por outro lado, na fala dos integrantes da mesa de trabalhos, em especial nas falas das deputadas Leci Brandão (estadual) e Janete Pietá ( federal) e também da Excelentíssima Ministra de Estado da Promoção da Igualdade Racial Luiza Bairros, vemos agentes políticos preocupados com quais serão os próximos passos das políticas de promoção da igualdade racial, principalmente nos avanços que as mesmas necessitam para que entrem de vez em consonância com os ideais de equidade, justiça social e enfrentamento ao racismo tão bradados pelos quatro cantos do nosso país.
Ainda sobre a abertura, especial destaque para a juventude negra presente e preocupada com os espaços de poder representada em todas as delegações regionais e já previamente articuladas por conta daqueles e daquelas remanescentes do Fórum Nacional de Juventude Negra que em São Paulo sempre obteve fortíssima articulação no interior e litoral do Estado e que pelo visto, nesta Conferência não será diferente.
Mais que especial o destaque da atuação organizada e combativa, mas sempre na perspectiva da cultura de paz, dos militantes presentes das religiões de matriz africana, demonstrando mais uma vez, que são, sem dúvida, o segmento mais organizado estruturalmente dentro do movimento negro organizado contemporâneo.
Finalmente, vai meu ponto positivo aos gestores e gestoras presentes neste primeiro dia e que fortaleceram o processo de organização das conferências municipais e regionais. Presentes e participativos lideraram suas delegações e certamente contribuirão positivamente para o debate tendo em vista as vivências pelos gabinetes municipais em busca de arranjos institucionais adequados para que o enfrentamento ao racismo institucional ganhe força dentro do Estado Democrático de Direito nos três níveis da Federação.
Infelizmente não houve tempo para a palestra do Mestre Hélio Santos que ficará para amanhã e iniciará o segundo dia de trabalhos por aqui.
Por enquanto são as primeiras impressões. Bom descanso aos 515 delegados e delegados.
Amanhã escrevo mais.
Atenciosamente,
Júlio Tumbi Are de
Santos

Brasil refúgio de peregrinos perseguidos

Peregrinos da Jornada da Juventude pedem refúgio ao Brasil

  Peregrinos

 

 

Mais de 40 peregrinos que participaram da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que ocorreu no fim de julho na capital fluminense, formalizaram nesta semana pedido de refúgio ao governo brasileiro.

Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), a maioria está no Rio de Janeiro e um grupo em São Paulo, todos acolhidos pela Cáritas Arquidiocesana, entidade ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Entre os peregrinos que pediram refúgio, três são mulheres. Há solicitantes do Paquistão, de Serra Leoa e da República Democrática do Congo. Os peregrinos do Paquistão e de Serra Leoa alegam sofrer perseguições religiosas, já os do Congo pediram refúgio devido aos conflitos armados que assolam o país há décadas.

Os pedidos serão analisados pelo Comitê Nacional para Refugiados (Conare), do Ministério da Justiça, e o processo pode levar até aproximadamente oito meses. O porta-voz da Acnur, Luiz Fernando Godinho, explicou que enquanto esperam a resposta do Brasil, os solicitantes têm direito a tirar carteira de trabalho e CPF, além de todos os direitos civis garantidos aos brasileiros.

Primeiro desfile Papa

Primeiro desfile do Papa Francisco

“Eles poderão acessar as políticas públicas universais a todos os brasileiros, saúde, educação. Já é um avanço grande da legislação brasileira que garante essa regularização temporária para os solicitantes de refúgio, assim como o acesso às políticas públicas”, explicou. 

Godinho informou que os pedidos de refúgio com base em questões religiosas tornam a análise mais complexa, por terem cárater mais subjetivo. “Quando a pessoa pede refúgio por motivo de conflitos ou por guerra são fatos mais objetivos do que as questões religiosas que têm um caráter subjetivo maior”.

Uma das assistentes sociais do projeto de proteção a refugiados da Cáritas do Rio,  Débora Marques Alves, explicou que os congoleses já planejavam pedir o asilo antes de chegarem ao Brasil e aproveitaram o visto emitido para a JMJ para poderem entrar no país. “Já os que vieram do Paquistão e de Serra Leoa, sofriam perseguição e preconceito, ao chegarem ao Brasil perceberam que aqui é um ambiente seguro, onde não precisariam mais ter medo por sua escolha religiosa”, disse a assistente social.

Aprendendo portugues pergrinos

Segundo ela, as ações para refugiados, que têm o apoio da Acnur e do governo brasileiro, incluem aulas de português, cursos profissionalizantes e ajuda financeira. Para isso, os solicitantes precisam do protocolo confirmando o pedido de refúgio.

“Alguns já estão frequentando as aulas de português, que oferecemos duas vezes por semana”, contou, ao ressaltar que aprender o idioma é um dos primeiros passos para a inclusão na sociedade. 

Segundo a Acnur, cerca de 4.200 refugiados reconhecidos pelo governo federal vivem no país, provenientes de mais de 70 nacionalidades. Em 2013, cerca de 300 novos pedidos foram aceitos pelo Conare – sendo a maioria da Síria, Colômbia e da República Democrática do Congo.

Em abril, o Conare informou que o número de estrangeiros em busca de refúgio no Brasil triplicou. O refúgio pode ser solicitado por todo estrangeiro que comprove sofrer perseguição por motivos de raça, religião, opinião pública, nacionalidade ou por pertencer a grupo social específico. E também por pessoas que tenham sido obrigadas a deixar o país de origem devido a grave e generalizada violação de direitos humanos.

Agência Brasil

Fotos Web

Publicação: 23/08/2013

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Manifestação em São Paulo pede o fim da violência

Manifestação em São Paulo pede fim da violência contra jovens negros e pobres

Teatro Municipal

http://mancheteatual.com.br

São Paulo – Cerca de 100 pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar (PM), protestaram na noite de hoje (22) contra o extermínio de jovens negros e pobres. O grupo se concentrou em frente ao Theatro Municipal, na região central da capital paulista, e seguiu em passeata até a Câmara Municipal. Durante o trajeto, alguns participantes de marcha trocaram ofensas com um skinhead, que se refugiou dentro de uma loja de roupas, temendo ser agredido. Na confusão, manequins e cabides foram derrubados.

Segundo o membro do conselho geral da Uneafro Brasil, uma das entidades que organizaram o ato, Douglas Belchior, a principal reivindicação é a mudança na lógica das políticas de segurança pública. “Todos os governos reproduzem essa política de segurança pública que elege o jovem negro como principal alvo de sua repressão”, disse.

Como solução, Belchior defendeu a desmilitarização da polícia e o reconhecimento, pelo governo, da existência de milícias e grupos de extermínio em São Paulo. “É um debate amplo sobre uma nova política de segurança pública para o Brasil, que garante a cidadania, a convivência pacífica e o direito a vida”.

A estudante de história Ariane Reis comparou a repressão das manifestações com a violência usada pela polícia nas periferias. Na opinião dela, as armas menos letais são apenas uma amostra da força usada contra os mais pobres. “A gente sofre aqui nos atos com bala de borracha, enquanto todo dia a juventude negra está morrendo nas periferias”.

A rapper Sharylaine Siu acredita que as mortes causadas por agentes do Estado contra um determinado seguimento da população é uma ameaça a própria noção de democracia. “A juventude que morre hoje é a mesma que morria no tempo da escravidão, na ditadura e se nós vivemos em um país democrático, isso não poderia acontecer”.

Daniel Mello         22/08/2013 - 22h15
Repórter da Agência Brasil

Edição: Aécio Amado

Agência Brasil

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Racismo 10 filmes

10 Filmes sobre Racismo legado da escravidão

O tema que escolhido hoje é um dos mais prolíficos do cinema.
São inúmeros os bons filmes que falam sobre racismo.
Para facilitar, me concentrei apenas em racismo contra negros.
Muitos desses filmes se passam até a década de 60, mas é incrível notar que essa abominação, baseada em ignorância, o racismo, persiste até os dias de hoje.
Aqui vai minha lista de 10 feita em 2009 . Faltam vários filmes Aguardo seus comentários e sugestões de outros títulos.

1.  Amistad (negros escravizados se rebelam e tomam o navio espanhol na costa de Cuba, enganados pelos tripulantes restantes, acabam capturados por um navio americano e uma batalha judicial se inicia. não é dos melhores filmes de Spielberg, mas é didático na descrição do cruel transporte de escravos)

2.  Uma Outra História Americana (Edward Norton é o líder de um grupo de skinheads que mata dois negros que invadem sua casa e vai para a cadeia por 3 anos. na prisão percebe que o ódio racial que pregava só lhe traz prejuízos. quando sai, tenta desfazer sua imagem, mas suas antigas idéias ficaram impregnadas no seu grupo e no próprio irmão)

Malcon X

3.  Malcolm X (biografia de um dos grandes líderes negros americanos. Denzel Washington faz Malcolm X, que teve o pai morto pela Ku Kux Klan, a mãe internada por insanidade e acabou sendo um malandro de rua. quando esteve preso, converteu-se ao islamismo e iniciou sua pregação pela igualdade racial)

4.  A Autobiografia de Miss Jane Pittman (feito para TV e estrelado por Cicely Tyson, é um filme tocante. a história de uma mulher negra, que nasceu escrava em 1850 e viveu para fazer parte dos movimentos pelos direitos civis dos negros nos anos 1960. ganhou 8 prêmios Emmy)

5.  Tempo de Matar (uma garota negra de apenas 9 anos é estuprada por dois racistas brancos. eles são presos, mas quando estão sendo levados ao tribunal, são mortos pelo pai da garota. o caso atrai atenção nacional e a cidade vira um barril de pólvora)

6.  Mississipi em Chamas (em 1964, dois agentes do FBI vão a uma cidadezinha do Mississipi investigar os assassinatos de três militantes dos direitos civis, dois negros e um judeu. na cidade encontram um ambiente muito tenso, onde a segregação e o preconceito são a tônica)

 

7.  Adivinhe Quem Vem para Jantar (um casal esclarecido de classe média americana - Spencer Tracy e Katharine Hepburn - vai conhecer o noivo da filha num jantar, quando descobrem que ele é negro - Sidney Poitier. eles ficam chocados e procuram por algo que o desabone, mas encontram uma pessoa com muitas qualidades morais e profissionais. um tanto teatral, mas com um roteiro e interpretações brilhantes)

8.  As Barreiras do Amor (Michelle Pfeiffer é uma dona de casa obcecada pelo casal Kennedy e decide, contra a vontade do marido, ir de ônibus para o funeral do presidente. no ônibus, senta-se próxima a um negro, que viaja com a filha de 5 anos. ela desconfia que o homem está sequestrando a garota e aciona a polícia, mas vê que estava errada e acaba desenvolvendo uma forte amizade com eles. um retrato do preconceito nos anos 60)

9.  Um Grito de Liberdade (nos anos 70 na África do Sul, um jornalista branco - Kevin Kline - fica amigo de um ativista negro, Stephen Biko - vivido por Denzel Washington - que acaba morto na prisão. o jornalista então resolve divulgar o fato, as idéia de Biko e os horrores do apartheid, mas acaba virando alvo do regime e tem que fugir do país)

10.  Bopha! Á Flor da Pele (dirigido por Morgan Freeman o filme tem boas intenções em denunciar o regime do apartheid na África do Sul, através da história de um policial negro, que se orgulha de fazer parte do regime e acaba entrando em conflito com sua própria família)

Fonte: Lista de 10