sábado, 18 de janeiro de 2014

Chacinas e crianças-soldados no Sudão do Sul

Até o final deste mês, mais de 100 mil já terão abandonado o país rumo a nações vizinhas

O subsecretário-geral da ONU para os Direitos Humanos, Ivan Simonovic, afirmou que há crianças-soldados combatendo no Sudão do Sul e que foram registradas matanças em masssa.

— As informações que nos chegam nos dão conta de matanças em massa, execuções extrajudiciais, destruições em grande escala, saques e recrutamento de crianças-soldados.

A ONU também afirmou hoje que mais de 86 mil pessoas buscaram refúgio em países vizinhos para escapar dos confrontos no Sudão do Sul desde meados de dezembro, e que o número será superior a 100 mil até o final de janeiro.

Soldado criança

 

"Desde meados de dezembro, (...) mais de 86 mil sul-sudaneses fugiram para os países vizinhos. Se continuarem a chegar a uma taxa de cerca de mil pessoas por dia, esperamos que o número de refugiados supere os 100 mil até o final de janeiro", declarou um porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), Adrian Edwards, durante uma coletiva de imprensa em Genebra.

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Crianças comem em acampamento em Joda, na fronteira com o Sudão, onde aguardam permissão para deixar país  16.01.2014/Mohamed Nureldin Abdallah/Reuters

Metade de todos os refugiados, com menos de 18 anos, foram para Uganda — cerca de 46,5 mil pessoas.

Mais de 20,6 mil refugiados se encontram na Etiópia, pelo menos 8.900 estão no Quênia e cerca de 10 mil no Sudão, de acordo com a ACNUR, que indica necessitar de R$ 138 milhões (US$ 58,8 milhões) para satisfazer as necessidades humanitárias ligadas à crise.

Para lidar com a deterioração da situação, a agência da ONU planeja construir novos acampamentos e ampliar os já existentes em Uganda, Etiópia e Quênia.

No Sudão do Sul, milhares se deslocaram para perto das fronteiras e estão dispostos a partir para o exterior, se a situação piorar, indicou Edwards, sem dar números.

Segundo a ONU, cerca de 468 mil pessoas precisaram se deslocar por causa do conflito.

Os confrontos, que ameaçam mergulhar o Sudão do Sul em uma guerra civil, foi provocado por uma disputa de poder entre o presidente Salva Kiir e seu ex-vice-presidente Riek Machar.

Os confrontos entre os dois rivais causaram quase 10 mil mortes.

Fonte AFP

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