Em 2012 quando ocorreu o ataque aos estudantes angolanos no Brás, nossa irmã Zulmira Cardoso morreu assassinada com um tiro na cabeça. Nesse momento foram organizados protestos e surgiu uma "Mobilização Zulmira Somos Nós" outros casos de mortes e violências foram levantados na época contra africanos e caribenhos. No dia da manifestação em frente a Secretaria de Justiça, denúncias de morte e violências contra imigrantes latinos americanos em São Paulo, totalmente ignorados pela polícia e mídia tradicional.
Surge nas mortes a invisibilidade dos descendentes de escravisados: “Índios” nativos da América e africanos, todos escravisados pelos “colonizadores europeus” diferentes mas negros (termo usado para escravizados) : “negros da terra” (índios) e “negros da guiné”. Todos periféricos e excluídos do sistema.
Por serem negros (pretos) recebem o ódio de uma sociedade que ainda não sabe lidar com o passado de ter sido o maior país escravagista do mundo. O que fazer com os descendentes de ex-escravizados no Brasil? Exclui-los e confinar nas periferias, erguer grandes muros, guaritas, e uma força policial destinada a proteger à propriedade particular dos privilegiados. Erguer muros, barreiras em shoppings, condomínios e praias.
Os imigrantes e refugiados, não tem a "paciência" ou a malícia do negro brasileiro de não responder à provocações, quando reagem à essas provocações, são violentamente espancados ( caso dos estudantes angolanos na USP que roubados, foram reclamar para a polícia confundidos com ladrões apanharam da polícia) ou morrem como Zulmira Cardoso a angolana que iria voltar diplomada morta com um tiro na cabeça ou o haitiano Fetiere Sterlin morto recentemente com dez facadas no peito.
O haitiano Fetiere Sterlin
Os movimentos negros na sua retomada nos anos 70 tinham uma ampla articulação com os movimentos africanos e da Diápora africana. Havia contato com Angola, Moçambique, Cabo Verde, África do Sul, França e Estados Unidos.
Hoje muita coisa se perdeu, quando se fala em uma ação pan-africanista de solidariedade, há setores que dizem: “temos de nos preocupar com os nossos problemas, do genocídio da juventude negra no Brasil…” Esquecem que separados não somos tão fortes, e que o Brasil pouco ou nada aparece na mídia internacional. Essa visão de um projeto de união pan-africanista surge forte quando os movimentos contra a violência do estado contra a população negra, pobre e periférica (Amparar, Mães de Maio, Mães do Cárcere) se unem em apoio ao pedido de solidariedade aos presos políticos angolanos: Liberdade Já! #liberdadeja
O que apoiar em cenários políticos complexos e distantes. A mídia tradicional brasileira é voltada para uma visão eurocentrista e norte-americana. Nessas horas é que surge a voz forte do poeta Solano Trindade “pernambucano que se instalou no Embu das Artes em São Paulo).
Mães de Maio: Liberdade já! Aos jovens angolanos presos.
Cohab 2 Itaquera Zona Leste SP
Importantes organizações dos movimentos negros e periféricos unem-se no pedido da libertação dos jovens ativistas angolanos entre elas a OLPN (Organização pela Libertação do Povo Negro) , Círculo Palmarino, Conen (Coordenação Nacional de Entidades Negras), o SOS Racismo da Assembleia Legislativa de São Paulo através de sua coordenadora Eliane Dias. Vários rappers e músicos brasileiros se unem à luta dos rappers angolanos. Um deles é Chico César.
Luiza Erundina deputada brasileira apresentou em seu pronunciamento hoje, no parlamento federal, uma moção de apoio aos presos políticos angolanos e apelo à #LiberdadeJá dos 15+2. A moção será encaminhada ao Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos.
Hora de organizar uma frente, contra as violências racistas contra africanos e caribenhos no Brasil. É essa a proposta da Mobilização Diáspora SP."
Hugo Ferreira Zambukaki
Fontes:
Discurso da deputada Luiza Erundina https://www.youtube.com/watch?v=PcWtEbH0-jM
Estudantes estrangeiros da USP são espancados pela polícia militar, após reagirem a provocações racistas
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