quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Meias verdades, constroem grandes mentiras

 

Bom dia professora Márcia Ghalyella, interessante o vídeo: “Algumas mentiras sobre escravidão que você acreditou a vida inteira” do “Canal Fatos desconhecidos” que eu desconhecia

Mais a proposta de ter que dar uma resposta, para os alunos do Ensino Fundamental II , do 6 ano de escolaridade de Cubatão-

 

Acabamos de assistir Josiani e eu, somos professores, e a primeira impressão que fica é que esse vídeo não leva as pessoas à pensarem. Traz uma ideia pronta, feita para contestar algo.

Resumindo é uma peça de propaganda, vídeo bem feito tecnologicamente, produção, uma preocupação com o apresentador trazer a mistura racial brasileira. Todo um cuidado e preocupação, e aí vem a pergunta: “Quem está financiando e por quê? ”

O discurso ideológico desse vídeo, é o mesmo da Rede Globo, através do Ali Kamel e seus livros contra as Cotas e colocando os descendentes de africanos escravizados como acomodados e querendo algo indevido como Cotas e Reparações. Isso por si só é um debate de várias teses. Fico com as palavras do professor e doutor Milton Santos “A classe média não requer direitos, e sim privilégios. ”

U291099ACME

Uma peça de propaganda transforma meias verdades. Há um documentário sobre as propagandas nazistas antes da guerra, onde Hitler jogava a força e o desenvolvimento econômico e militar da Alemanha nazista da diretora Leni Riefenstahl, as mesmas imagens foram usadas num documentário norte-americano com outra mensagem contra o nazismo dirigidas pelo diretor Frank Capra.

Você pode ver um copo meio cheio, ou meio vazio ou informar que ele está pela metade, ou cheio de ar e líquido. Depende do que você defende, ou se quer que as pessoas desenvolvam o raciocínio e o livre arbítrio.

Copo pela metade

Hoje na historiografia brasileira contestam a visão do historiado Décio Freitas, que escreveu sobre Palmares e a Guerra do Paraguai. Alegam que é uma visão marxista, e o documentário entra nessa linha histórica de revisão. Há controvérsia no que o documentário apresenta no momento que apresenta o copo meio vazio, e as outras versões?

Hoje há revisões históricas de tudo. Questiona-se o papel de Tiradentes, dizem até que não foi enforcado e viveu na numa das Colônias portuguesas na África, questiona-se a existência histórica do “Aleijadinho” e o “History Channel” que muitas vezes é citado como fonte confiável, apresenta documentários questionando a história de Jesus, e até negando sua existência histórica. O canal “Discovery Channel” da mesma empresa apresentou há poucos um documentário “Sereias” sobre a existência de fósseis, um professor doutor apresentado evidências. E tudo falso, o professor doutor um ator, a história das sereias os fósseis uma farsa apresentada aos assinantes do canal como verdadeiro.

Sereias

Pseudo-Documentário Nermaids (Sereias) do Discovery Channel e Animal Planet

Como acreditar num documentário “Algumas mentiras sobre escravidão que você acreditou a vida inteira que usa fontes falsas?

Esse documentário é uma peça de propaganda para justificar as Cotas como indevidas.

Como está a situação dos descendentes dos escravizados, nativos da América e da África hoje no Brasil? Não há necessidade de compensar essa desigualdade histórica?

A escravidão africana e nativa americana foi usada para destruírem impérios e civilizações e tomarem a terra em nome do rei e do papa. Quem foi o papa Alexandre VI (Rodrigo Borgia) que assinou a divisão da América o papa mais corrupto, e devasso da história papal.

Houve escravidão em todos os povos, mas só em dois locais se usou de forma violenta para destruir e depois ocupar as terras, América e África.

Qual a diferença entre imigrantes que vieram para o Brasil e os escravizados ameríndios e africanos? No caso dos imigrantes a força era a unidade familiar (uma família 4 enxadas), no caso dos escravizados era a destruição da família e da cultura para exercer a opressão da escravidão

Esse documentário reforça a ideia com meias verdades, a como fosse mentira a afirmação e luta dos escravizados africanos e indígenas lutando contra a exclusão que vivemos.

Grande abraço Márcia, somos admiradores do seu trabalho

Hugo Ferreira Zambukaki

 

Fontes que podem ser consultadas:

Cinema, Propaganda e Ideologia http://www.pragmatismopolitico.com.br/2014/05/cinema-propaganda-e-ideologia.html

Lá vamos nós de novo: As incansáveis sereias que não morrem jamais

https://calmariatempestade.wordpress.com/2013/05/29/la-vamos-nos-de-novo-as-incansaveis-sereias-que-nao-morrem-jamais/

- Hugo Ferreira Zambukaki, é professor, advogado colaborador de diversas páginas Catorze de Maio, Zambukaki, Zulmira Somos Nós entre outras

- Márcia Ghalyella Professora na Prefeitura de Cubatão e Prefeitura Municipal de Guarujá

Participante da página Leis 10.639/03 e 11.645/08 - Material de apoio ao educador

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