Enquanto houver pobreza haverá escravidão…
Zambukaki
Sem qualquer pigmentação em seus cabelos ou pele, a novaiorquina que cresceu no Bronx, bairro de maioria negra, está acostumada a ser notada.
Pessoas albinas como a modelo são frequentemente perseguidas na África (Foto: Gringo Wotshela)
Na confusão de um camarim durante a Africa Fashion Week, realizada na semana passada em Joanesburgo, na África do Sul, uma mulher sentava-se em um canto, quieta.
No entanto, em meio ao vai e vem de modelos e estilistas de várias partes do continente africano, ninguém chamava mais a atenção no recinto do que a silenciosa supermodelo americana Diandra Forrest.
Sem qualquer pigmentação em seus cabelos ou pele, a novaiorquina que cresceu no Bronx, bairro de maioria negra, está acostumada a ser notada.
Cerca de uma em cada 17 mil pessoas no mundo nasce com o distúrbio genético que afeta Diandra, o albinismo. Ele é caracterizado pela ausência total ou parcial de pigmentação na pele, cabelos e olhos, e também pode estar associado a problemas de visão.
Em alguns países africanos, particularmente no leste do continente, albinos correm risco de sequestro e mutilação. Segundo crenças populares, as partes de seus corpos contribuem para tornar certos rituais e poções mágicas mais poderosos.
Diante dessa realidade terrível, Diandra tem consciência de que sua presença na Africa Fashion Week teve um papel mais importante, ao desafiar os conceitos tradicionais de beleza.
"É muito importante para mim estar aqui porque quero mudar a forma como as pessoas veem meninas com albinismo no continente", disse a modelo à BBC.
"Cresci achando que minha vida era dura, com as crianças rindo de mim o tempo todo. Eu voltava para casa chorando", ela recordou.
"Mas isso não é nada em comparação com o que as pessoas como eu enfrentam por aqui, particularmente nas áreas rurais".
"Quando descobri que em países como a Tanzânia albinos como eu correm o risco de ter seus membros amputados para o comércio fiquei tão chocada! Pessoas como eu vivem cada dia de suas vidas com medo. É terrível".
Nas passarelas internacionais, no entanto, Diandra Forrest está lançando uma tendência.
Como outros nomes do mundo da moda, o estilista sul-africano Jacob Kimmie, radicado na Grã-Bretanha, ficou impressionado quando viu Diandra.
"Ela não parece ser desse mundo, tinha de tê-la no meu desfile", ele disse.
"É verdade que usar modelos albinas é o quente no momento. Mas espero que o impacto de se usar pessoas que têm aparência muito diferente seja inspirar uma mudança a longo prazo".
A modelo sul-africana Refilwe Modiselle, uma albina que cresceu em Soweto, cidade contígua a Joanesburgo, concorda.
Ela iniciou sua carreira aos 13 anos de idade. Hoje, é garota propaganda da grife sul-africana Legit. E conta que o albinismo costumava ser visto de forma negativa, mas está se tornando parte da norma.
"Realmente sinto que o trabalho que Diandra e eu estamos fazendo é o início de uma mudança verdadeira".
No entanto, na província sul-africana de Kwazulu Natal, cerca de um dia de distância da passarela da Africa Fashion Week, a família de um menino albino desaparecido há mais de um ano teme que ele tenha sido sequestrado por pessoas envolvidas em bruxaria.
Mais recentemente, em Meru, na Tanzânia, o corpo de um albino com idade estimada em torno de 30 anos foi descoberto em junho. Várias partes de seu corpo estavam faltando.
As partes do corpo dos albinos são usadas em poções "medicinais" ou enterradas sob prédios comerciais. Segundo a crença, elas trazem prosperidade.
Seria uma modelo em uma passarela realmente capaz de mudar essa realidade?
Peter Ash, autor de um relatório sobre albinismo encomendado pela ONU em 2012, responde que sim.
"Quanto mais pessoas com albinismo são retratadas de forma positiva, melhor. Realmente ajuda", ele disse.
"O problema principal que encontramos é uma aceitação tácita da violência contra pessoas com albinismo porque elas são vistas como subumanas, uma representação do demônio, ou como portadoras de uma maldição".
"Então é crucial que sociedades africanas comecem a ver modelos positivos para que possamos mudar esse tipo de pensamento".
O relatório da ONU cita estimativas da ONG de apoio a albinos Under the Same Sun, segundo as qual 71 pessoas com albinismo teriam sido mortas e 31 teriam sobrevivido a ataques na Tanzânia entre 2006 e 2012.
Em Burundi, 17 albinos foram mortos. No Quênia, sete. Na Suazilândia, três.
Frequentemente, os casos não são denunciados ou investigados, disse Nomasonto Mazibuko, da Society for Albinism, uma associação de albinos da África do Sul.
Ela acha, no entanto, que a mudança tem de partir do próprio continente.
"O ponto crucial é que as pessoas não veem albinos como seres humanos. Cabe a nós na África falar sobre isso e trabalhar para combater o preconceito".
A voz de Mazibuko vai subindo de volume enquanto ela fala: "Não podemos ficar quietos, não podemos continuar escondidos".
"E qualquer garota com albinismo que está andando nas passarelas internacionais ou nas ruas com a cabeça erguida é um exemplo muito necessário".
A modelo Modiselle espera poder ser um desses agentes catalizadores, inspirando a sociedade sul-africana e o continente como um todo.
"Sou o símbolo de unidade racial. Sou uma garota negra que vive na pele de uma pessoa branca", ela disse à BBC.
"Eu gostaria de ser conhecida por ser uma modelo, e por todas as minhas outras realizações, não por ser albina".
Kate Forbes
BBC News, Joanesburgo
Atualizado em 30 de outubro, 2012 -
O caso está provocando polêmica nos Estados Unidos, pois os juízes terão de decidir se, ao ser criado por um homem que pregava o nazismo, o jovem conseguia discernir entre o bem e o mal.
Homem de 32 anos que foi morto liderava na costa oeste o maior grupo neonazista dos EUA
Um menino de 12 anos de idade que matou seu pai, um líder de um grupo neonazista nos Estados Unidos, está sendo julgado a partir desta terça-feira no Estado da Califórnia.
O incidente aconteceu em maio do ano passado, quando a criança ainda tinha 10 anos de idade. Na madrugada do dia 1º, o menino foi à sala de estar, onde seu pai dormia, e o matou a tiros. Desde então, a criança está em um centro de detenção para menores aguardando o julgamento.
O caso está provocando polêmica nos Estados Unidos, pois os juízes terão de decidir se, ao ser criado por um homem que pregava o nazismo, o jovem conseguia discernir entre o bem e o mal.
"Os fatos levantam diversas questões mais filosóficas que, dependendo de como forem levadas em consideração pelo juiz, poderão determinar o resultado do julgamento", afirma o jornal americano The New York Times.
"Entre elas: se racismo virulento pode ser considerado uma espécie de abuso; se uma criança exposta a tanto ódio pode entender a diferença entre o certo e o errado, e se alguém que cresce em circunstâncias tão tóxicas pode ser culpada por querer uma saída."
O homem morto tinha 32 anos e era encanador, mas estava desempregado. Ele liderava na costa oeste o grupo neonazista Movimento Nacional Socialista, a maior organização do tipo nos Estados Unidos, com 400 integrantes em 32 Estados.
No dia anterior à sua morte, ele organizou um encontro em sua casa para discutir um plano para formar esquadrões armados na fronteira dos Estados Unidos com o México.
Um repórter do New York Times, que escrevia um artigo sobre grupos neonazistas, esteve presente no encontro e testemunhou uma discussão do pai com o filho.
O promotor Michael Soccio diz que o filho foi espancado pelo pai após o encontro, e que a criança teria dito a um familiar que mataria seu pai.
Soccio disse ao jornal americano que as ações do menino não têm nenhuma relação com nazismo, e que o caso é apenas um assassinato.
"Se isso tivesse acontecido com qualquer pessoa, não haveria dúvida de que se trata de um assassinato. Foi planejado. Foi premeditado. Foi levado a cabo a sangue frio. É um assassinato", diz o promotor.
Já os advogados de defesa defendem que o menino tem problemas psicológicos agravados por sua exposição à ideologia nazista e às surras que recebia de tempos em tempos.
"Este menino está condicionado à violência. É preciso se perguntar: este menino realmente sabia que esse ato era equivocado, baseado em todas essas coisas? Ele achou que estava fazendo o correto", disse o advogado Matthew Hardy.
Atualizado em 30 de outubro, 2012
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/10/121030_neonazista_menino.shtml
Cerca de 60 policiais da Rota e outros 40 da Polícia Civil realizaram, na manhã desta quarta-feira, uma operação na favela São Remo
"Há muita novela em cima do 'salve' (ordem para matar policiais), se criou uma neurose.
Foto: Adriano Lima/Terra
O comandante da Tropa de Choque de São Paulo, coronel Cesar Augusto Morelli, procurou na tarde desta quarta-feira desmitificar as quadrilhas que atuam no Estado e que estariam por trás de uma onda com mais de 40 mortes. Para o oficial, os membros dos grupos criminosos "não sabem nem falar direito" e, portanto, não teriam capacidade de provocar mortes de forma organizada. "Há muita novela em cima do 'salve' (ordem para matar policiais), se criou uma neurose", declarou.
Morelli concedeu uma entrevista coletiva ao lado do titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Jorge Carrasco, que disse ter solucionado 23 das mortes ocorridas nos últimos meses. Carrasco foi taxativo na relação dos assassinatos com a atividade policial de repressão ao crime, em especial ao tráfico, mas também engrossou o coro de que as facções não seriam articuladas a ponto de conseguirem provocar uma reação em cadeia. "Muitas pessoas estão aproveitando a situação para cobrar dívidas de jogo, de drogas, e quem não tem dinheiro paga com a vida", declarou.
Sobre uma lista, encontrada na tarde de terça-feira em Paraisópolis, os policiais afirmaram que contém "muita gíria", e que não seria possível ainda determinar se seriam mesmo nomes de policiais marcados para morrer. Entre os documentos, haveria até um plano de previdência de criminosos mortos durante a onda de assassinatos de 2006. Morelli voltou a desqualificar o material.
"Qualquer irmandade pode fazer uma gincana pra comprar feijão", disse. Ele afirma que a tropa está tranquila e que as recomendações são "as mesmas de sempre". "A principal é 'pôs arma na cinta, fica esperto'. Tem alguém que não gosta de você. Estando em situação de desvantagem, mesmo sem haver ataques, vai levar bala. 'Se desligar o cachimbo cai'", falou.
Para o comandante do Choque, não existe sequer o conceito de "crime organizado" em São Paulo, uma vez que as organizações criminosas deveriam estar infiltradas na sociedade civil, com penetração em partidos políticos, polícia e imprensa, o que para ele não está comprovado no caso da facção que atua em presídios paulistas e em áreas carentes do Estado. "Não é nenhuma máfia italiana, muitas vezes eles não sabem nem falar. Estão criando um glamour em cima disso, vamos glamourizar a família", pregou.
Quilombolas começam a receber pagamento do PAA
Mais de R$ 100 mil vão ser repassados a agricultores familiares de comunidade remanescente de quilombo em Cavalcante (GO) que venderam sua produção ao governo federal
Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA).
Ubirajara Machado/MDS
Recursos do PAA garantem comercialização da produção dos agricultores familiares da comunidade quilombola Kalunga
Ubirajara Machado/MDS
Áurea dos Santos, 28: “Muitas vezes a banana que eu levava vinha ralando, porque a gente trazia da roça a cavalo. Aí o pessoal achava que estava estragado”.
Brasília, 31 – Os agricultores familiares da comunidade quilombola Kalunga, no município de Cavalcante, no noroeste do Goiás, já começaram a receber o pagamento do Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA). Os recursos liberados pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), que serão pagos até o fim deste ano, chegam a R$ 103 mil e vão beneficiar mais de 20 famílias.
Dona Lourença, que também recebe o Bolsa Família, é uma das beneficiadas. A produção dela é variada. No terreno que possui, ela planta alface, couve, banana e abóbora. Antes do PAA, parte da produção da agricultora era perdida. “A gente não conseguia vender, ou dava para os vizinhos ou perdia tudo, porque até mesmo pra gente era muita comida.”
Com a venda garantida, dona Lourença está recebendo aproximadamente R$ 1,3 mil por mês. O plano dela é investir cada vez mais no cultivo e aumentar a renda. “Eu quero juntar pra ver consigo produzir mais. Quero investir, preciso comprar os canos de irrigação e, então, a cada ano aumentar a produção.”
Áurea dos Santos, de 28 anos, também está conseguindo garantir a comercialização do que produz no campo. “Tem pepino, couve, cenoura”, conta. Assim como dona Lourença, ela tinha dificuldades em vender o que produzia. “Era muito difícil vender, o pessoal não comprava. Muitas vezes a banana que eu levava vinha ralando, porque a gente trazia da roça a cavalo. Aí o pessoal achava que estava estragado.”
De acordo com o secretário de Agricultura do município, Ricardo Galvão, 40% do público beneficiado com os recursos são mulheres. “O PAA incentivou bastante, principalmente as mulheres. 40% das produtoras são mulheres, que estão cada vez mais motivadas a trabalhar no campo.”
Destinação – Os alimentos são diretamente doados às escolas públicas, entidades socioassistenciais e redes de proteção a pessoas em situação de vulnerabilidade social. “Temos o Peti que é beneficiado. Estamos melhorando cada vez mais a alimentação nas nossas escolas. E também doamos às entidades, como o Centro Espírita, que fornece janta em três dias da semana às pessoas mais pobres”, conta o secretário.
Para o presidente da Associação Kalunga de Cavalcante, Florentino Xavier, a entrada do PAA na vida da comunidade está contribuindo para reduzir a situação de extrema pobreza local, estimulando o trabalho e combatendo a insegurança alimentar. “Está sendo muito importante para nós. As coisas finalmente começaram a funcionar. As pessoas estão mais motivadas, elas agora pensam em expandir, produzir cada vez mais em suas terras. Antes, quando a gente não conseguia vender o que produzia, ficava desanimado. Quanto mais produzirmos e comercializarmos, melhor pra gente e para as pessoas beneficiadas com esses alimentos de qualidade, produzidos sem agrotóxicos.”
31/10/2012 10:25
Mitt Romney fez ato para ajudar vítimas em Ohio, Estado crucial na disputa eleitoral
A supertempestade Sandy que arrasou a costa leste dos Estados Unidos também interrompeu a campanha de democratas e republicanos rumo à Casa Branca a uma semana das eleições presidenciais.
O presidente Barack Obama cancelou sua programação eleitoral na quarta-feira para trabalhar nos esforços de reconstrução e ajuda às vítimas.
A corrida eleitoral foi interrompida em um dos momentos mais importantes da disputa. As pesquisas de opinião mostram que ambos os candidatos estão tecnicamente empatados.
Romney lidera algumas pesquisas de voto popular, mas Obama leva ligeira vantagem nos Estados indecisos que – pelo sistema eleitoral americano – definirão o resultado no pleito do próximo dia 6.
Para o editor da BBC nos Estados Unidos, Mark Mardell, ao mostrar liderança em um momento nacional de crise, Obama pode ser favorecido nas urnas por seu desempenho diante da tempestade.
Nesta semana, o presidente foi até elogiado por um importante republicano, o governador Chris Christie, de Nova Jersey, um dos Estados mais afetados pelo Sandy. Geralmente muito crítico do governo federal, Christie disse que Obama foi excepcional e merece grande crédito por superar toda a burocracia e levar ajuda rápida ao Estado.
Obama percorrerá nesta quarta-feira algumas das áreas atingidas pelo desastre ao lado do governador de Nova Jersey, que é visto como potencial nome entre os republicanos para concorrer à Casa Branca em 2016. Neste momento isso pode beneficiar Obama, segundo analistas políticos.
Romney, que vinha ganhando votos nas últimas semanas, tem poucas ferramentas para competir neste cenário. No entanto, ele mostrou que tem bom senso ao interromper sua campanha em Ohio para realizar atos de ajuda às vítimas.
O republicano conclamou seus partidários a levar comida enlatada e alimentos não perecíveis aos necessitados. No curto discurso que fez em Ohio, o republicano não falou de política.
Para analistas, Obama ganhará mais votos se aparecer como presidente, e não candidato
"Agradeço ao fato do povo [da cidade] de Dayton ter se levantado esta manhã. Alguns foram ao mercado, como vejo, e compraram algumas coisas para essas famílias que necessitam", disse Romney.
"É parte do espírito americano dar aos que necessitam, e sua generosidade esta manhã me tocou o coração."
Ainda assim, o ato de Romney não foi totalmente apolítico. O presidenciável apresentou um vídeo com sua biografia, e trouxe até mesmo uma cantora de música country para se apresentar no local.
Agora as táticas de Obama e Romney devem mudar. O republicano deve retomar já nesta quarta-feira sua campanha pela eleição.
Já o presidente americano não retomará ainda o trabalho eleitoral. Na avaliação dos especialistas, o presidente pode ganhar muito mais votos neste momento se for visto trabalhando como presidente, em vez de candidato.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/10/121031_usa2012_sandy_campanhas_dg.shtml
por Chico Nunes*
Os movimentos culturais que escolheram o Saci como representante daqueles que lutam “por uma outra globalização”, levaram em consideração diversas qualidades atribuídas a este mito brasileiro. No dia 31 de outubro, apresentando-se como alternativa para o “Raloim”, o perneta expressa: a importância da diversidade étnica e a luta por uma sociedade economicamente mais equânime, culturalmente plural e politicamente democrática.
Os “Saciólogos” sabem que as bruxas sempre foram vítimas do patriarcalismo, do machismo e da misoginia. Portanto, não se trata de uma nova “caça às bruxas”, mas de um enfrentamento crítico ao imperialismo cultural, que não respeita as culturas locais e nem aceita a reciprocidade.
Algumas das travessuras do Saci estão relacionadas ao cavalo, porque no Brasil do período Colonial, quem andava a cavalo era a elite. Por isso, o Saci sempre dá tombos nos poderosos e embaraça a crina do cavalo para fazer montaria.
A figura do Saci remete a uma série de demandas sociais prioritárias para o Século XXI: a reparação dos danos causados pelo período de escravidão dos negros; a defesa das florestas e do meio ambiente; o respeito pelos portadores de deficiência; e a valorização da cultura popular.
Enfim, para crianças, jovens e adultos, o Saci firma-se como um dos principais símbolos das lutas sociais: passando rasteiras nos "de cima” e motivando os “de baixo” a não abandonarem o sonho de uma sociedade onde caibam todos!
*Mestre em Ciências Sociais e bacharel em Filosofia, matéria que leciona na faculdade Cásper Líbero. Chico coordena o "Café Filosófico” e é ativista de movimentos sociais e culturais, dentre eles, a "Sociedade dos Observadores de Saci".
http://umacascadenoz.blogspot.com.br/2012/10/dia-do-saci-com-travessuras-e-gostosuras.html
Exposição Panteon aberta até o dia 30 de novembro, das 9h às 17h.
Aconteceu nesta quarta-feira (30) a exposição Panteon, na Casa do Benin, no Pelourinho, do artista plástico Francisco Santos. O baiano faz uma homenagem a Zumbi do Palmares, Jorge Amando e ao mês da Consciência Negra, através de 27 telas com os deuses do Candomblé e todo o mistério da religião africana. O evento é gratuito e fica aberto até o dia 30 de novembro, das 9h às 17h.
No mesmo local e na mesma hora, acontece também gratuitamente Indumentária Sagrada das Irmandades Negras: Uma Estética da Devoção, exposição de Mônica Silva.
Já nos dias 30 e 31, a Companhia de Teatro Metamorfose traz o espetáculo Rebento, às 20h, no Espaço Cultural, com entrada franca. Na peça são mostradas lendas africanas, valorização da cultura, tradições e afirmação étnica. De acordo com o site da Secretária de Comunicação da Prefeitura (SECOM), estas iniciativas são oferecidas pelo órgão, através da Fundação Gregório de Mattos (FGM).
Todas as peças acontecem em homenagem ao mês da Consciência Negra.
PELA DEMARCAÇÃO DAS TERRAS
Guarani Kaiowá no MS
DEFENDA ESSA IDÉIA!
Liminar determinando saída dos
Guarani Kaiowá em MS é suspensa
Somos todos Guarani Kaiowa – Somos todos Zulmira
SUSPENSA SAÍDA dos Guarani Kaiowá VITÓRIA!
Liminar que determinava saída dos Guarani Kaiowá em MS é suspensa
AGORA É LUTAR PELA DEMARCAÇÃO
Início de uma vitória do Povo Guarani Kaiowá com a ajuda de todos que se envolveram e pressionaram o governo através das redes sociais e atos de apoio pelo Brasil todo.
Pelo menos três pessoas foram mortas entre a noite desta terça (30) e a madrugada desta quarta-feira (31) em São Paulo. Os crimes aconteceram nas zonas Sul, Norte e Oeste da cidade.
Na Zona Sul, o garçon Josué Manoel do Nascimento, de 37 anos, foi assassinado quando chegava ao condomínio onde morava, no Campo Limpo. Ele foi atingido dentro do carro. Um homem que estava em um veículo desceu, atirou pelo menos 12 vezes e fugiu. “Ele não tinha nada de inimigos mesmo. Era uma pessoa super tranquila. Uma pessoa do bem”, disse um familiar.
Na Zona Norte, Márcio Alves do Nascimento, de 31 anos, também foi alvo de vários disparos no Jaçanã. A polícia não sabe quantos suspeitos participaram do crime.
Na Zona Oeste da capital paulista, um comerciante foi assassinado na porta do próprio bar, no Jardim Arpoador. A polícia contou que homens passaram de carro e atiraram. O comerciante ainda tentou correr, mas não resistiu.
Fafá M. Araújo em 26/07/2008
Contribuição de Ney Guarani-Kaiowá Didãn
Ana Liési Thurler “Parece que não são muitas as "Zulmiras". Mas são marcantes, fortes, maravilhosas, quase sempre heróínas anônimas, mil vezes "desdobráveis" - como dizia nossa Clarice Lispector -, capazes de segurar ondas de que até Deus duvida... Poderosas e doces. "Minha" Zulmira e eu fomos um caso de amor lindo, pq profundamente correspondido. E o milagre no amor é a reciprocidade. Morávamos longe, mas ela sempre me esperava com uma ambrosia realmente celestial, d@s deus@s. E a derradeira vez que fui até ela, surpreendendo-a, ela lamentou: "Minha filha, como vc veio assim? Eu nem tive tempo de fazer a ambrosia". Se passaram 23 anos, mas ainda hoje, o perfume e a visão de uma ambrosia dourada aceleram meu coração. Abraço carinhoso para vcs do Zulmira somos nós.”
Texto CONTRIBUIÇÃO DE ANA LIÉSIA THURLER
Robson ( esquerda) e Raunir (direita) são irmãos da vítima e estavam no carro | Foto: Fábio Gonçalves / Agência O Dia
Rio - O corpo de Rafael Costa foi enterrado nesta segunda-feira à tarde no Cemitério de Irajá. Cerca de 350 pessoas, entre amigos e familiares, participaram do cortejo, marcado por muita emoção e revolta.
Muito abalada, a mãe do jovem, Rosana Thomas da Costa, desmaiou durante o velório. Pai de Rafael, Valmir não poupou críticas à PM do Rio.
“Eles têm que passar por uma reciclagem. Muitos não sabem manusear um fuzil. Mataram meu filho e eu não dou 30 dias para matarem outro”, disse Valmir.
Ele questionou ainda a falta de apoio das autoridades: “Mesmo com a grande repercussão, ninguém nos procurou. O comandante disse que era lamentável. E se fosse o filho dele? Seria lamentável também?”.
Irmão de Rafael, Raoni, 16, gritou no funeral: “O cara está preso, bebendo água, e meu irmão, morto”. Após o enterro, houve protesto na Estrada do Quitungo, altura da Vila da Penha.
O som do estouro de um pneu pôs fim ao sonho de Rafael Costa da Silva, de 17 anos, de tornar-se salva-vidas do Corpo de Bombeiros.
Ele foi morto com um tiro de fuzil no pescoço, em Cordovil, pelo sargento Marcio Perez de Oliveira, de 36 anos, do 16º BPM (Olaria), que confundiu o barulho e abriu fogo contra o carro onde a vítima estava com outras cinco pessoas. Perez acabou preso e vai responder por homicídio doloso (quando há intenção de matar).
O comandante-geral da PM, coronel Erir Ribeiro Costa Filho, classificou o fato como ‘lamentável’ e afirmou que ‘os policiais só devem atirar quando há segurança, já que a principal missão da corporação é a preservação da vida’.
Pai de Rafael, Valmir Miguel da Silva, 53, acusou ainda um PM de colocar o dedo no ferimento do filho para tentar achar o projétil, além de desfazer a cena do crime.
“Foi uma covardia. O policial tinha que ter parado para ajudá-los, mas eles atiram antes de perguntar ou pedir para parar”, desabafou o pai, que é motorista da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e tem outros cinco filhos, sendo que dois deles, Raunir e Róbson Fernandes, de 17 e 19 anos, estavam no carro.
“Eles (PMs) não atiraram nem para o alto. Já vieram com fuzil pra cima da gente”, corroborou Róbson.
Na Divisão de Homicídios (DH), onde o caso é investigado, o sargento Marcio Perez confessou que confundiu o som do pneu com o de um tiro e disparou apenas duas vezes, embora o veículo estivesse com quatro marcas de bala (na coluna da porta do motorista, que atingiu Rafael; próxima ao para-lama direito; no vidro traseiro; e no vidro lateral esquerdo).
O policial foi encaminhado à Unidade Prisional de Benfica, antigo Batalhão Especial Prisional (BEP). Todas as armas dos policiais foram apreendidas e serão periciadas. Os investigadores também confirmaram que o disparo que acertou o estudante partiu do local informado pelo PM. Dez pessoas, entre elas os oito policiais, já foram ouvidas.
Na hora do tragédia, Rafael, que completou 17 anos recentemente, estava acompanhado dos irmãos por parte de pai e outros dois amigos, Rafael e Felipe — este chegou a ser atingido por estilhaços, mas passa bem.
Segundo Valmir, a mãe do rapaz, Rosana, havia emprestado o Fiat Idea para que ele fosse da Penha Circular, onde morava, até Cordovil, onde iria encontrar a namorada.
Advogado diz que família quer processar o Estado
De acordo com o advogado da família, Marcelo Branco, a intenção dos pais de Rafael é processar o Estado. Irmão da vítima fatal, Róbson Fernandes fez críticas à ação desastrada dos policiais militares:
“Não me lembro de nada, só ouvi os tiros. Saí do carro e me identifiquei como militar do Exército. Os outros também saíram, e fomos obrigados a deitar no chão. Vi o policial mexendo no meu irmão baleado dentro do carro. Eles encostaram a viatura para socorrê-lo. Aí eu disse: ‘Meu irmão não vai na caçapa, não. Ele não é bandido’. A população também não deixou que tirassem ele do carro”, relatou.
Valmir Miguel, pai do jovem morto, contou que, no local, um dos policiais, pelo telefone, avisava a seu interlocutor que caso alguém questionasse o que teria ocorrido, a informação que deveria ser passada era de troca de tiros. Além disso, disse ter sido vítima da ironia dos PMs, que debocharam da situação.
Perto da faixa-preta de boxe tailandês
Estudante do último ano do Ensino Médio, Rafael Costa era vice campeão brasileiro de boxe tailandês, segundo contaram amigos e familiares, e estava prestes a pegar a faixa-preta desta luta, conhecida mundialmente como muay thai.
“Poderia ter perdido três irmãos numa noite só. Não é a prisão do policial que vai tirar isso de mim, ainda me lembro do meu irmão caído no carro. Perdi um companheiro, uma pessoa que todo mundo gostava”, completou outro irmão da vítima, Rômulo, 22, na porta do Instituto Médico-Legal (IML), em São Cristóvão.
Rafael dirigia o Fiat Idea da mãe, na companhia de outros dois irmãos paternos e dois colegas, quando, ao passar por um buraco, furou o pneu. Encurralado por duas viaturas, ocupadas por oito PMs, os disparos começaram repentinamente.
POR FELIPE FREIRE / MARCELLO VICTOR / PALOMA SAVEDRA
A menos de um mês do dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, o monumento em homenagem a Zumbi dos Palmares, na Avenida Presidente Vargas, na Praça Onze, foi flagrado com a lateral direita pichada e xingamentos na manhã desta segunda-feira (29). A estátua, que simboliza a luta contra o preconceito racial, já tinha sofrido atos de vandalismo em 2010. (Foto: Thiago Lara/Honopix/Folhapress)
29/10/2012
Uma carioca de nome “Kenya Mayrink” jamais iria imaginar o reboliço que poderia causar um ‘simples’ comentário, em tom de desabafo, em seu perfil do Facebook. Sem entrar em detalhes, ela publicou:
“#odeiocentrode qqcidade
#odeioesselugar
As vezes entendo o preconceito tem gente que devia permanecer no tronco ! Pessoas ingnorantesssss
ECA”
Pronto! Mais de 100 pessoas compartilharam a publicação indignadas com o posicionamento da garota. Na tentativa de se justificar, Kenya se complicou ainda mais:
“Tenho muitos amigos afro descendentes e não generalizei em momento algum !!! Não tenho preconceito , disse q entendo algumas vezes ... Saiba ler as coisas antes de criticar ... Mas tenho pavor a ignorância e infelizmente tem alguns negros q n podem msm ter nenhuma posicao ... E todos nos sabemos disso ! Não sejamos hipócritas !!!!”
Kenya Mayrink não poupou críticas aos negros no Facebook
É, mas de acordo com a desembargadora Luislinda de Valois, além de Kenya ter sim, generalizado a situação, diante da Justiça o comentário da moça é visto como injúria racial. “Ela não só acabou atingindo todas as pessoas negras, como no meu entendimento, foi racista. Quer dizer então que toda a nossa luta não serve para nada? Isso não pode passar em branco!”, desabafou a primeira juíza negra do Brasil.
"Vou levar este caso para o mundo inteiro", garante Luislinda
Ainda de acordo com a desembargadora, as imagens que comprovam a injúria cometida pela carioca, precisam ser encaminhadas para a Promotoria da Igualdade Racial com urgência. “Eu vou levar este caso para o mundo inteiro. Inclusive, vou receber um prêmio em Viena, na Áustria, como Embaixadora da Paz, título concedido graças ao meu trabalho em prol dos excluídos, dos negros, dos índios e tudo o mais e vou falar disso lá. É de se lamentar a existência de pessoas assim”, concluiu Luislinda.
A garota excluiu a publicação quando o comentário já ultrapassava os 150 compartilhamentos na rede social. A reportagem do Bocão News levará o caso para a Promotoria da Igualdade Racial, que deve agir junto ao Ministério Público, conforme orientação da desembargadora Luislinda de Valois.
Postada 11h55 do dia 26 de outubro
Fotos: Globo e Arquivo pessoal
Por: Terena Cardoso (Twitter: @Terena_Cardoso) - 27 de Outubro - 06h02
Data: 26/10/2012
Confira o novo calendário
Organizações da sociedade civil têm agora até o dia 31 de outubro para se inscreverem na seleção e concorrer a uma cadeira no Conselhor Nacional de Promoção da Igualdade Racial, o CNPIR, para o biênio 2012/2014. A finalidade é o preenchimento de 19 vagas por redes e organizações sem fins lucrativos. A prorrogação foi publicada hoje no Diário Oficial da União e o novo cronograma encontra-se em tabela abaixo.
Os documentos deverão ser enviados para o seguinte endereço: Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial/Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial - Esplanada dos Ministérios - Bloco A - Sala 525, 5º andar, CEP: 70.054-906, Brasília-DF, com indicação do número do Edital (3/2012) no envelope.
Poderão inscrever-se as redes e organizações que comprovarem atuação no enfrentamento ao racismo, na promoção da igualdade racial e na defesa, garantia e ampliação dos direitos da população negra e de outros segmentos étnico-raciais. Além disso, as entidades deverão ter pelo menos três anos de funcionamento, com atuação nacional ou regional comprovada.
No ato da inscrição, as entidades deverão especificar a categoria em que se candidatam: organizações do movimento negro, representações de terreiro e de juventude, mulheres, quilombolas, trabalhadores, povos indígenas, comunidades cigana, judaica e árabe. Cada rede ou organização temática poderá concorrer a apenas uma categoria de vaga. As redes, as organizações nacionais ou regionais e as entidades a elas filiadas não podem participar simultaneamente do processo.
O processo será composto de três etapas: inscrição, habilitação e eleição, na qual votam e são votadas as redes e organizações inscritas e consideradas habilitadas. As entidades habilitadas estarão aptas a votar e ser votadas no processo de escolha do representante da sociedade civil no CNPIR.
A eleição será realizada conforme orientações disponíveis no site da SEPPIR: www.seppir.gov.br, a partir da data provável de 31/10/2012.
Ano | Inscritos | Matriculados | Dif. |
2007 | 21,5% | 13,7% | 7,8 |
2008 | 20,1% | 13,9% | 6,2 |
2009 | 18,6% | 14,5% | 4,1 |
2010 | 16,6% | 12,5% | 4,1 |
2011 | 16,9% | 13,6% | 3,3 |
2012 | 18,4% | 14,1% | 4,3 |
Extensão Ufpe
O correu no dia Irá 25/10 quinta-feira no auditório do CE uma conversa com Mia Couto, conhecedor da da literatura moçambicana.05-07-1955
Mia Couto (Beira, Moçambique, 1955) é um dos escritores moçambicanos mais conhecidos no estrangeiro. António Emílio Leite Couto ganhou o nome Mia do irmãozinho que não conseguia dizer "Emílio". Segundo o próprio autor a utilização deste apelido tem a ver com sua paixão pelos gatos e desde pequeno dizia a sua família que queria ser um deles.
Nasceu na Beira, a segunda cidade de Moçambique, em 1955. Ele disse uma vez que não tinha uma "terra-mãe" - tinha uma "água-mãe", referindo-se à tendência daquela cidade baixa e localizada à beira do Oceano Índico para ficar inundada.
Iniciou o curso de Medicina ao mesmo tempo que se iniciava no jornalismo e abandonou aquele curso para se dedicar a tempo inteiro à segunda ocupação. Foi director da Agência de Informação de Moçambique e mais tarde tirou o curso de Biologia, profissão que exerce até agora. Foi recentemente entrevistado pela revista ISTOÉ.
Estreou-se no prelo com um livro de Poesia - Raiz de Orvalho, publicado em 1983. Mas já antes tinha sido antologiado por outro dos grandes poetas moçambicanos, Orlando Mendes (outro biólogo), em1980, numa edição do Instituto Nacional do Livro e do Disco, resultante duma palestra na Organização Nacional dos Jornalistas (actual Sindicato), intitulada "Sobre Literatura Moçambicana".
Em 1999, a Editorial Caminho (que publica em Portugal as obras de Mia) relançou Raiz de Orvalho e outros poemas que, em 2001 teve sua 3ª edição.
Estreou-se nos contos e numa nova maneira de falar - ou "falinventar" - português, que continua a ser o seu "ex-libris". Nesta categoria de contos publicou:
Para além disso, publicou em livros, algumas das suas crónicas, que continuam a ser coluna num dos semanários publicados em Maputo, capital de Moçambique:
Em 2007 foi o vencedor do prêmio Zaffari & Bourbon de Literatura, na Jornada Nacional de Literatura.
O escritor Mia Couto foi escolhido para ocupar, na categoria de Sócio Correspondente[1], a Cadeira número 5, que tem por Patrono Dom Francisco de Sousa. Sua eleição deu-se em 1998, sendo ali o sexto ocupante
Adaptado de http://cinema.sapo.pt/pessoa/mia-couto/biografia
Foto: Mariana Serafini
Mais de 700 alunos realizaram seu exame de faixa e puderam assistir a shows de grandes mestres de capoeira
Na tarde de sábado (27) o ginásio da faculdade Uniamérica recebeu o Encontro Pedagógico de Capoeira da escola Muzenza. Mais de 700 alunos de 15 escolas da cidade participaram da atividade e realizaram o exame de faixa.
O encontro reuniou mais de 700 criaças e suas famílias
O evento contou ainda com uma apresentação especial de Makulelê, outra de birimbau, e um show com grandes mestres de várias partes do Brasil. De acordo com o coordenador do projeto de capoeira pedagógica, Fabio Castilha, o objetivo deste evento é incentivar as crianças, “hoje elas vão ver alguns dos melhores mestres do Brasil dando um show de capoeira, elas percebem que qualquer um pode ser um mestre, basta ter força de vontade e não desistir”.
O projeto que leva capoeira para as escolas como parte da grade escolar já acontece há três anos. Os professores ensinam a tradição e os valores da capoeira para os pequenos que já se sentem motivados a continuar se dedicando a essa arte.
Domingo, 28/10/2012 :Mariana Serafini
Pelo menos 11 pessoas foram mortas a tiros entre a noite de sexta-feira e a madrugada de ontem na cidade de São Paulo e seu entorno. O número é muito maior que a média diária de seis mortes registrada este ano na região. Foi o terceiro dia seguido de violência na Grande São Paulo - entre a noite de quinta-feira e o final da tarde de sexta, ao menos 20 pessoas já haviam sido assassinadas.
Dos 11 assassinatos ocorridos desde a noite de sexta, cinco foram na capital, todos na zona leste. Mas o caso com maior número de mortes foi registrado em Carapicuíba, onde quatro homens morreram depois de serem atingidos por tiros disparados por um grupo que passou de carro em frente ao bar onde as vítimas estavam. Essa foi a 12ª chacina do ano na Grande São Paulo.
A polícia não informou se as vítimas tinham antecedentes criminais. Como no caso da chacina, boa parte dos crimes foi praticada por homens em motos ou carros, que passaram atirando. O primeiro assassinato ocorreu por volta das 22h45 de sexta. Quatro pessoas foram baleadas na esquina da rua General Dias com a rua Paracanã, Jardim Concórdia, na região da Penha (zona leste).
Segundo a polícia, dois homens em uma moto atiraram contra um grupo em um bar. Os feridos foram socorridos pela Polícia Militar e por testemunhas e levados a hospitais da região, mas dois morreram. Cerca de meia hora depois, no Cangaíba, também na zona leste, ocupantes de uma moto atiraram contra dois homens que conversavam na rua. Os dois morreram. A polícia investiga se os dois casos têm relação.
No Jardim Aurora, bairro do Lajeado, também na zona leste, policiais militares encontraram um homem já morto, ao lado de um córrego, no começo da madrugada.
Já em Barueri, cidade vizinha a Carapicuíba, onde ocorreu a chacina, dois homens passaram em uma moto e atiraram contra um casal de namorados e uma garota de 16 anos. O casal morreu na hora e a adolescente permane internada. A Secretaria da Segurança Pública informou apenas que os crimes já estão sendo investigados.
28.10.2012
FESTIVAL COMUNITÁRIO NEGRO ZUMBÍ – FECONEZU 2012
Aparecida Sâo Paulo
Surgimento seu significado e compromisso.
Foto: Lívia Stumpf / Agencia RBS
Negra, bonita, elegante e, a partir de 1º de janeiro, nova prefeita de Dois Irmãos. Não é pouca coisa. Numa cidade de colonização alemã com 93,3% da população formada por brancos e apenas 1,1% de pretos declarados, Tânia Terezinha da Silva (PMDB) entrou para a história. E agora agradece aos eleitores:
- Danke Schön (obrigado, em alemão).
Vereadora no terceiro mandato, um deles como suplente, ela se elegeu prefeita com 9.450 votos (51,67%), 610 a mais que o adversário. Aos 49 anos, a técnica em enfermagem será a primeira mulher a ocupar o cargo no município de 27.522 habitantes, no Vale do Rio dos Sinos.
Nas ruas, acenos, beijos e abraços
Após a consagração nas urnas, Tânia reassumiu sua função na Unidade Básica de Saúde do Bairro Travessão. Ao mesmo tempo, finaliza a montagem do secretariado. Esta semana, num passeio pelas ruas do Centro, a mulher que será a mais poderosa da cidade em 2013 quase não conseguiu andar. Reconhecida por eleitores, Tânia acenava e esbanjava atenção e simpatia, qualidades notadas pela comunidade desde a sua chegada na cidade, em 1991.
"Nasci para ser feliz"
- O alemão é uma pessoa fechada, mas eu trato as pessoas com afetividade. Nasci para ser feliz. Acho que assim fui cativando a comunidade - diz a eleita, que já fala quase como uma alemã.
Natural de Novo Hamburgo, Tânia se formou em 1981. Dez anos depois, começou a trabalhar em Dois Irmãos. Foi a primeira colocada no concurso público da prefeitura para técnica em enfermagem, função que exerce até hoje.
Saúde foi a porta de entrada
Em 1994, fixou residência no município. No ano seguinte, filiou-se ao PMDB e começou sua carreira política. Num período de 12 anos, graças ao trabalho na área da Saúde, elegeu-se duas vezes vereadora e uma como suplente.
A futura prefeita é divorciada e mãe de dois filhos: Pablo, 24 anos, estudante de Biomedicina, e Hohana, 20 anos, aluna do curso de Enfermagem da Universidade Feevale.
Felicidade com os pés no chão
Embora o clima seja de festa, ela sabe a responsabilidade que herdará:
- Fizemos uma campanha franciscana, de casa em casa, de fábrica em fábrica levando as propostas, pedindo apoio. Agora, é começar a trabalhar.
Além de fortalecer a rede básica de saúde, Tânia pretende investir no hospital. Gestão financeira transparente e exemplar é outro objetivo dela e do futuro vice-prefeito, Jerri Adriani Meneghetti (vereador do PP).
O orçamento previsto de Dois Irmãos para o próximo ano é de R$ 60 milhões.
Uma trajetória de sucesso
Da filiação no PMDB, em 1995, à eleição para a prefeitura foram 17 anos. Tânia ingressou na política estimulada por amigos. Daí em diante, sua carreira decolou. Em 1996, elegeu-se vereadora. Em 2000, foi suplente. Voltou em 2008 para a primeira consagração, elegendo-se a vereadora mais votada. Em 2012, a escolha de seu nome para disputar a prefeitura foi uma aposta dos partidos da coligação (PMDB, PP e PTB) no trabalho desenvolvido pela técnica de enfermagem.
As urnas, como se sabe, mostraram que foi um acerto.
Estranha no ninho
Quando chegou na cidade na década de 90, Tânia lembra que havia poucas famílias negras. E, mesmo sendo uma estranha no ninho, afirma que ela e os filhos nunca sofreram preconceito.
- No começo, as pessoas me olhavam meio assim (faz um gesto com o rosto que sugere desconfiança...), mas nunca ao ponto de dizer alguma coisa ou deixar de me atender em algum lugar. Costumo dizer que entrei pela porta da frente - conta.
Nas horas de lazer, gosta de ouvir MPB, jogar vôlei e dançar. Vaidosa como toda a mulher, chega a passar oito horas no salão de beleza para cuidar dos cabelos. E a eleição ajudou a candidata a manter a forma. Durante a campanha, perdeu cinco quilos. Até agora, a única derrota comemorada numa vida coroada por grandes conquistas.
O que diz o povo
- Fiquei feliz que ela ganhou. É uma pessoa humilde, vamos ter uma mudança na prefeitura.
Catarina Meinhardt, 33 anos, balconista
- Conheço o trabalho dela na saúde. Foi uma coisa emocionante, ela merece. É simpática e muito comunicativa.
Marlisa Fleck, 50 anos, comerciante
- Quando cheguei aqui, tive problemas, e ela me deu força. Disse: faz que nem gato, cai em pé.
Maitê Krommeyer, 40 anos, técnica em enfermagem
- A gente sente orgulho, ela é uma pessoa maravilhosa, querida e batalhadora.
Jocélia Riboli, 50 anos, técnica em enfermagem
19/10/2012 | 07h04
Eduardo Rodrigues
O Enem ocorre no próximo fim de semana, dias 3 e 4, com 5.791.290 inscritos. Trata-se da maior edição do exame, que nasceu como avaliação da última etapa da educação básica e se tornou vestibular em 2009. Atualmente, a nota do exame é o caminho de ingresso para quase todas as universidades e institutos federais.
Entre os 5,7 milhões de inscritos, 1,5 milhão terminou este ano o ensino médio. Desse grupo específico, 80% (mais de 1,2 milhão) vêm da escola pública e poderão se beneficiar da reserva de vagas que a lei garante.
Em 2013, 12,5% das vagas nas federais deverão ser ocupadas por alunos da rede pública. Em quatro anos, a taxa deve chegar a 50%. As universidades ainda precisam respeitar critérios econômicos (com reserva para candidatos com renda familiar de 1,5 salário mínimo per capita) e raciais para a distribuição das vagas - no caso racial, terá de seguir a proporção da população por Estado. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
Foto 1 de 11 - Mais de 5,7 milhões de estudantes devem realizar as provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2012 nos dias 3 e 4 de novembro. O coordenador de vestibular do Anglo, Alberto Francisco do Nascimento, selecionou dez dicas que podem ajudar os candidatos a obter um bom resultado no exame. Confira as dicas do professor nas próximas páginas Mais Rodolfo Buhrer/UOL
Tânia Terezinha da Silva comandará Dois Irmãos. Clique e veja mais fotos
Crédito: Vinicius Roratto
Depois de quatro anos de guerra, envolvendo milhares de posseiros, pequenos proprietários, comerciantes, autoridades municipais, índios, negros, imigrantes europeus e fanáticos religiosos versus forças militares, coronéis e seus jagunços, sobrou o trágico saldo de mais de 20 mil mortos.
Um filme de Sylvio Back
Milícia a serviço dos "coronéis" do Contestado. Foto de Claro Jansson
O Contestado - Restos Mortais" é o registro detalhado sobre esta guerra centenária, ocorrido no estado do Paraná e de Santa Catarina. O documentário dirigido por Sylvio Back conta com os depoimentos de historiadores e médiuns incorporados, relatando as batalhas de um povo
O Ministério Público Federal (MPF) em Dourados, no Mato Grosso do Sul, recorreu contra a decisão de retirar um grupo de 170 índios da etnia guarani-kaiowá, incluindo 50 crianças, da fazenda onde estão acampados há mais de um ano, em Iguatemi, no sul do Estado.
A decisão foi da 1ª Vara Federal em Naviraí (MS) e o recurso foi feito ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região.
A Fundação Nacional do Índio (Funai), por meio da procuradoria jurídica, também já tinha ingressado, no último dia 10, com recurso no mesmo tribunal contra a decisão judicial.
O procurador da República em Dourados, Marco Antonio Delfino de Almeida, pede a revisão da decisão de 17 de setembro. O juiz federal Sergio Henrique Bonachela determinou, em primeira instância, a reintegração de posse da área aos responsáveis da fazenda Cambará.
O procurador pede que os índios permaneçam na área até que sejam concluídos os estudos antropológicos necessários para verificar se a terra é ou não tradicionalmente indígena.
O recurso do MPF foi ajuizado no dia 16 de outubro, antes do assunto ganhar ampla repercussão, inclusive internacional, devido à interpretação de que os índios estariam dispostos a cometer suicídio coletivo em protesto contra a decisão judicial.
Em carta endereçada ao governo e à Justiça brasileira, os líderes da comunidade falam em “morte coletiva” ao se referir aos possíveis efeitos da decisão da Justiça Federal. E revelam que o grupo já perdeu a esperança de sobreviver “dignamente e sem violência” na área onde afirmam estar enterrados seus antepassados.
“Moramos na margem do Rio Hovy há mais de um ano e estamos sem nenhuma assistência, isolados, cercado de pistoleiros e resistimos até hoje. Passamos tudo isso para recuperar o nosso território antigo […]. E decidimos integralmente a não sairmos daqui com vida e nem mortos”, narram os índios na carta.
Para o MPF, a decisão da Justiça Federal não levou em consideração a ocupação tradicional pelos indígenas da área em disputa, chegando o juiz ao ponto de afirmar que “perde qualquer relevância para o deslinde da controvérsia saber se as terras em litígio são ou foram tradicionalmente ocupadas pelos índios ou se o título dominial do autor é ou foi formado de maneira ilegítima”.
Segundo o MPF, os índios ocupam apenas dois hectares dos 762 hectares totais da propriedade (um hectare corresponde às medidas de um campo de futebol oficial). Ainda de acordo com o órgão, a área ocupada faz parte de uma reserva de mata nativa, não podendo ser explorada economicamente.
Conforme o Ministério Público, em Mato Grosso do Sul, vivem cerca de 44 mil guaranis e kaiowás, confinados em uma área de pouco mais de 30 mil hectares. Para o MPF, a situação de confinamento impossibilita aos índios a reprodução da vida social, econômica e cultural, condição agravada pela precariedade das áreas ocupadas.
Foto 9 de 11 - 19.out.2012 - Manifestantes colocam cruzes que simbolizam os mortos no conflito entre indígenas da etnia guarani-kaiowá com fazendeiros no Mato Grosso do Sul. Eles protestaram em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, pedindo proteção aos índios ameaçados de expulsão em territórios sul-matogrossenses por fazendeiros Mais Wilson Dias/Agência Brasil
Fonte: Blog da Cidinha da Silva