por Chico Nunes*
Os movimentos culturais que escolheram o Saci como representante daqueles que lutam “por uma outra globalização”, levaram em consideração diversas qualidades atribuídas a este mito brasileiro. No dia 31 de outubro, apresentando-se como alternativa para o “Raloim”, o perneta expressa: a importância da diversidade étnica e a luta por uma sociedade economicamente mais equânime, culturalmente plural e politicamente democrática.
Os “Saciólogos” sabem que as bruxas sempre foram vítimas do patriarcalismo, do machismo e da misoginia. Portanto, não se trata de uma nova “caça às bruxas”, mas de um enfrentamento crítico ao imperialismo cultural, que não respeita as culturas locais e nem aceita a reciprocidade.
Algumas das travessuras do Saci estão relacionadas ao cavalo, porque no Brasil do período Colonial, quem andava a cavalo era a elite. Por isso, o Saci sempre dá tombos nos poderosos e embaraça a crina do cavalo para fazer montaria.
A figura do Saci remete a uma série de demandas sociais prioritárias para o Século XXI: a reparação dos danos causados pelo período de escravidão dos negros; a defesa das florestas e do meio ambiente; o respeito pelos portadores de deficiência; e a valorização da cultura popular.
Enfim, para crianças, jovens e adultos, o Saci firma-se como um dos principais símbolos das lutas sociais: passando rasteiras nos "de cima” e motivando os “de baixo” a não abandonarem o sonho de uma sociedade onde caibam todos!
*Mestre em Ciências Sociais e bacharel em Filosofia, matéria que leciona na faculdade Cásper Líbero. Chico coordena o "Café Filosófico” e é ativista de movimentos sociais e culturais, dentre eles, a "Sociedade dos Observadores de Saci".
http://umacascadenoz.blogspot.com.br/2012/10/dia-do-saci-com-travessuras-e-gostosuras.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário