MEC vai elaborar modelo nacional de políticas de acolhimento para cotistas
O Ministério da Educação (MEC) pretende encaminhar às 59 instituições federais de ensino superior do país um modelo nacional de políticas de acolhimento para alunos que ingressarem por meio das cotas sociais. De acordo com a regulamentação da Lei de Cotas (Lei nº 12.711), as universidades precisarão pensar em formas de orientar os novos estudantes durante o ensino superior.
O acompanhamento poderá ser feito por meio de comissões, provas de nivelamento, tutorias com alunos bolsistas da pós-graduação, monitorias, nivelamento de disciplinas, e até mesmo aumento de distribuição de bolsas e auxílios sociais.
No modelo nacional constarão orientações de acompanhamento e assistência para os alunos. "Existe um modelo de aplicativo de universidades coreanas, por exemplo, que indica em que áreas os alunos estão defasados e mostra a disciplina que o estudante deve fazer. É algo de grande valia e que podemos implementar aqui", disse o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, em entrevista na tarde desta segunda-feira (15). Ele esclareceu que um dos objetivos do programa de cotas sociais é estimular o crescimento da educação e aprimorar as políticas de assistência estudantil.
A preocupação do ministério é de que os estudantes contemplados pelo processo tenham dificuldade em acompanhar o ritmo de atividades da universidade devido à defasagem nos estudos durante o ensino médio. Confiante com o sucesso da Lei, no entanto, Mercadante afirmou que os alunos vão ter que estudar muito, mas que terão uma oportunidade única de obter excelente desempenho e se sobressaírem. “Vai ser a conquista de famílias que nunca tiveram muitas oportunidades. Motivo de sucesso e de orgulho”, defendeu.
Além disso, segundo a portaria que regulamenta a Lei, o MEC instituirá o Comitê de Acompanhamento e Avaliação das Reservas de Vagas nas Instituições Federais de Educação Superior e de Ensino Técnico de Nível Médio. O comitê será composto por representantes do MEC, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República e da Fundação Nacional do Índio (Funai). Anualmente, o grupo deverá enviar relatório de avaliação de implementação das reservas de vagas da Lei.
Brasília
A Universidade de Brasília (UnB) já definiu a forma de acompanhamento dos alunos que entrarão pelo novo processo de cotas. Eles serão acompanhados por um grupo de monitoramento, supervisionado pelos decanatos de Ensino de Graduação e de Assuntos Comunitários da instituição. O objetivo é evitar que os alunos cotistas oriundos de escolas públicas, em especial aqueles de baixa renda, deixem a universidade. Será preciso, por exemplo, aumentar a oferta de moradia, alimentação subsidiada e bolsas de tutoria.
Publicação: 15/10/2012
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