USP decide promover debate sobre inclusão social e cotas nas unidades
Conselho Universitário se reuniu nesta terça-feira dia 25 para deliberar o assunto.
Em nota, reitoria afirma que vai promover um grande seminário.
O Conselho Universitário da USP se reuniu nesta terça-feira (25), na sede da reitoria da Universidade de São Paulo, para discutir, entre outras coisas, se adotaria ou não o sistema de cotas no vestibular da Fuvest. Após mais de três horas de reunião, ficou decidido que a universidade vai promover o debate sobre o tema em cada uma de suas unidades de ensino (faculdades e institutos). Por enquanto, nada muda. A USP vai seguir sem reserva de vagas para estudantes cotistas.
Em nota divulgada no início desta noite, a reitoria da USP afirmou: "Como resultado da ampla discussão sobre o tema “Inclusão Social / Cotas”, que fez parte da pauta da sessão do Conselho Universitário,dentre as sugestões apresentadas pelos conselheiros e pelos convidados externos presentes à reunião, houve consenso quanto à promoção de amplo debate sobre inclusão social na USP nos Órgãos Centrais e nas Unidades de Ensino e Pesquisa, bem como a realização de um grande seminário, em que a questão da inclusão social será discutida com maior profundidade e detalhamento junto à comunidade universitária". Ainda não há datas de quando os novos debates serão promovidos.
Estudantes da USP fazem manifestação a favor de cotas sociais e raciais na universidade
A reuniãou levou um grupo de estudantes favoráveis à adoção das cotas a promover um manifesto na frente da sede da reitoria da USP. A universidade não tem sistema de cotas raciais ou sociais que garantiria uma porcentagem das vagas para estudantes cotistas. A USP, por sua vez, dá bônus para candidatos vindos da rede pública pelo Programa de Inclusão Social (Inclusp). Neste ano, 28% dos novos alunos vieram de escolas públicas.
Foi a primeira vez que o Conselho Universitário (composto por representantes das unidades da USP, de professores, funcionários e alunos) debateu o tema desde a criação do Inclusp, em 2005. Em maio deste ano, a Faculdade de Direito da USP aprovou o encaminhamento de uma recomendação para que a USP adote o sistema de cotas raciais. O colegiado, que é o órgão máximo da tradicional faculdade do Largo São Francisco, considera o programa de bônus para estudantes de escolas públicas insuficiente para permitir o acesso de estudantes de negros e de baixa renda a cursos mais concorridos como direito e medicina, por exemplo.
Em abril, o Supremo Tribunal Federal (STF) votou pela constitucionalidade do sistema de cotas raciais aplicados por outras instituições, como a Universidade de Brasília e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e estendeu a decisão para todo o país.
Há pouco menos de um mês, a presidente Dilma Rousseff sancionou uma lei que destina 50% das vagas em universidades federais para estudantes oriundos de escolas públicas. De acordo com a lei, metade das vagas oferecidas serão de ampla concorrência, já a outra metade será reservada por critério de cor, rede de ensino e renda familiar. As universidades terão quatro anos para se adaptarem à lei. Atualmente, não existe cota social em 27 das 59 universidades federais. Além disso, apenas 25 delas possuem reserva de vagas ou sistema de bonificação para estudantes negros, pardos e indígenas.
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