quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Movimentos ocupam Secretaria da Justiça pelo fim da violência

Comitê divulgou uma carta assinada por mais de 80 organizações, exigindo que “todos os casos de mortes de civis por policiais sob alegação de confronto sejam registrados e investigados como homicídios”


As mortes causadas por policiais foram o principal

objetivo do protesto. Foto: Beatriz Lourenço

Cerca de 300 integrantes do “Comitê contra o genocídio da população negra, pobre e periférica" ocuparam a sede da Secretaria de Justiça de São Paulo, nesta quinta-feira (22). A ação ocorreu por volta das 11h30, no dia em que o novo secretário de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, assumiu o cargo. As operações policiais nas periferias da capital e municípios da Grande São Paulo são o principal alvo do protesto.

O confronto entre policiais e crime organizado fez disparar os índices de violência no estado. Somente nas três primeiras semanas deste mês, 130 pessoas foram mortas na capital. Já a Região Metropolitana registrou pelo menos 18 chacinas em 2012.

O Comitê divulgou uma carta assinada por mais de 80 organizações, exigindo que “todos os casos de mortes de civis por policiais sob alegação de confronto sejam registrados e investigados como homicídios”. O fim dos “autos de resistência” ou “resistência seguida de morte” é uma das principais demandas apresentadas pelos movimentos às autoridades públicas. (Leia a carta na íntegra).

Entre outras pautas, as organizações defendem o fim da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) e desmilitarização das Polícias; levantamento das identidades, boletins de ocorrência e Certidões de Óbito de todos os civis assassinados no estado em 2012; e o controle popular e externo de toda atividade policial – por meio de Ouvidorias, Corregedorias e Defensoria Pública.

Os movimentos ainda exigem a responsabilização do governador Geraldo Alckmin e a abertura da “CPI das Polícias e dos Grupos de Extermínio”.

O Comitê é formado por redes de familiares de vítimas diretas da violência, organizações do movimento social e negro, cursinhos comunitários, sindicatos, associações, saraus periféricos, posses de hip-hop, entre outras entidades representativas da sociedade civil.

22/11/2012

Jorge Américo

da Rádioagencia NP

http://www.brasildefato.com.br/node/11205

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