quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Instauração de CPI das Polícias em São Paulo

Parlamentares se articulam para instaurar CPI das Polícias em São Paulo

Pressão partiu do Comitê Contra o Genocídio da Juventude Negra e Periférica de SP; CPI precisa de 32 assinaturas dos atuais 94 deputados estaduais para ser instaurada

Parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) se articulam para instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará os homicídios cometidos por policiais. Entre julho e setembro deste ano, 95 pessoas foram assassinadas por agentes das Polícias Militar e Civil, de acordo com o Diário Oficial do Estado de São Paulo. Segundo o Instituto Sou da Paz, nenhum crime teve um aumento tão grande na comparação entre o 3º trimestre de 2012 e o mesmo período de 2011.
Defendida pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alesp, deputado Adriano Diogo (PT), a CPI precisa de 32 assinaturas dos atuais 94 parlamentares para ser instaurada. “Nós estamos fazendo algumas movimentações. A situação está fora de controle, por isso estamos coletando as assinaturas para a tentativa da implantação da CPI”, ressalta Diogo.
A pressão pela instalação da CPI das Polícias partiu do Comitê Contra o Genocídio da Juventude Negra e Periférica de SP, que conta com a adesão de centenas de organizações sociais.
Entre outras pautas, a organização defende o fim da Rota (Ronda Ostensiva Tobias de Aguiar) e desmilitarização das Polícias; a abolição imediata dos "autos de resistência" e "resistência seguida de morte"; levantamento das identidades, B.O.s, Certidões de Óbitos e Causa Morte de “todas as vítimas civis assassinadas à bala” no estado em 2012; e o controle popular, externo e independente de toda atividade policial em São Paulo – por meio de Ouvidorias, Corregedorias e Defensoria Pública. (leia a carta do Comitê na íntegra)
Reivindicações e demissão
Nesta quinta-feira (22), cerca de 300 integrantes do Comitê ocuparam a sede da Secretaria de Justiça de São Paulo. A ação ocorreu por volta das 11h30, no dia em que o novo secretário de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, assumiu o cargo no lugar de Antônio Ferreira Pinto, que comandou por sete anos a secretaria.
O anúncio de que Ferreira Pinto deixaria o cargo foi feito após mais uma noite de altos índices de criminalidade na região metropolitana.
176 mortes em outubro
Segundo dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública, o mês de outubro foi o mais violento na capital paulista até agora. Com um aumento de 114% em comparação ao mesmo período do ano passado, foram registradas 176 mortes.
Apenas nas três primeiras semanas deste mês, 140 pessoas já foram mortas na capital paulista. Este ano foram registradas 18 chacinas na região metropolitana de São Paulo.
Colaborou Jorge Américo, da Rádioagencia NP
22/11/2012
José Francisco Neto
da Redação

http://www.brasildefato.com.br/node/11204

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