quarta-feira, 24 de outubro de 2012

REPARE BEM documentário estréia em 4 salas em SP

Documentário de Maria de Medeiros mergulha no período da ditadura militar brasileira

Como um convite à verdade e ao passado submerso de histórias pessoais atravessadas pelo regime ditatorial brasileiro nos anos 1970, o documentário “Repare Bem”, de Maria de Medeiros, chega às telas de cinema dentro da 36ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. O filme estreia nesta terça (23), no Espaço Itaú de Cinema Frei Caneca, segue para a sala 1 da Livraria Cultura na quarta (24), para a Sala BNDES da Cinemateca no sábado (27) e, por último, para o Cinesesc na segunda (29).

Veja horários e outras informações no serviço.

O filme, de noventa e cinco minutos, foi gravado no Brasil, Itália e Holanda, entre janeiro e outubro de 2011, resgatando a trajetória da família de Denise Crispim, sua filha Eduarda Ditta Crispim Leite e seu ex-companheiro Eduardo Leite, o “Bacuri”, torturado por 109 dias e assassinado pelos militares. Os relatos e personagens da trama desvelam os aspectos mais cruéis desse período da história brasileira, em um documentário que contribui para os crescentes debates sobre o resgate da memória no Brasil e a reparação das famílias brutalizadas pelo Estado.

Realizado pelo Instituto Via BR com recursos da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça do Brasil, o documentário também expõe a atuação dessa Comissão, seus desafios e prioridades no processo de reparação das famílias das vítimas da ditadura.

“Repare Bem” integra o projeto “Marcas da Memória” da Comissão de Anistia, tem parceria da Cinemateca Brasileira e apoios da Fadepe-JF (Fundação de Apoio e Desenvolvimento do Ensino da Pesquisa e Extensão de Juiz de Fora), CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), Fitee (Federação Interestadual dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino), Sindicomerciários Caxias do Sul (Sindicato dos Empregados no Comércio de Caxias do Sul) e Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul e Região.

SINOPSE

Tratou-se de postar as câmaras diante de Denise Crispim e de sua filha, Eduarda Ditta Crispim Leite, e de receber com enorme emoção os seus extraordinários testemunhos. Foi em Roma e em Joure, no norte da Holanda, bem longe do Brasil. No entanto, as suas palavras, que falam de exílio e de memória, levam-nos a um mergulho profundo na história brasileira, dos anos 70 até a atualidade.

Denise Crispim já nasce clandestina em 1949. Seus pais, extremamente politizados, toda a vida lutaram por uma sociedade mais justa e são por isso perseguidos por sucessivas ditaduras. Aos 20 anos, Denise conhece o jovem guerrilheiro Eduardo Leite, “Bacuri”, famoso por sua valentia e audácia, e com ele entra em uma militância mais arriscada. Denise está grávida de seis meses quando cai nas mãos do aparelho repressivo. Seu irmão Joelson acaba de ser assassinado aos 22 anos pela polícia, sua mãe, Encarnación, está presa.

Pouco antes do nascimento da pequena Eduarda num hospital militar, rodeada de policiais, Eduardo Leite, seu pai, é também preso, torturado barbaramente durante 109 dias e assassinado. Com a sua criança recém nascida nos braços, Denise consegue asilo político na embaixada chilena e de lá viaja para Santiago, onde reencontra seus pais, ambos exilados nesse momento. Porém, a família é de novo apanhada por um golpe de Estado militar, o de Augusto Pinochet. Cada um se refugia como pode em diversas embaixadas e Denise e Eduarda acabam por fugir para a Itália.

Denise, sobrepondo-se a muito sofrimento, reconstrói sua vida em Roma onde Eduarda cresce como uma jovem italiana. Hoje, ambas foram anistiadas pela Comissão de Anistia e Reparação no Brasil. Eduarda, mãe de duas meninas e residente na Holanda, recebe o valor simbólico desta “Reparação” como o dom de uma nova vida. O relato de suas histórias convida-nos a uma reflexão sobre os movimentos ideológicos e a luta pela justiça entre a “Velha Europa” e as Américas.

SOBRE MARIA DE MEDEIROS

Cineasta, atriz e cantora, a portuguesa Maria de Meadeiros, é reconhecida no cinema por estrelar clássicos como Pulp Fiction (1994), Henry & June (1990), por dirigir o premiado Capitães de Abril (2000) e outros quatro filmes. Já recebeu o Globo de Ouro nos Estados Unidos e a Coppa Volpi em Veneza, ambos como melhor atriz.

Interessada no tema dos direitos humanos e das resistências populares, teve Capitães de Abril indicado ao festival de Cannes, vencedor do Globo de Ouro (2001) e da Mostra Internacional de São Paulo (2000) como melhor filme. O longa retrata a Revolução dos Cravos em Portugal. Maria de Medeiros foi nomeada Artista da UNESCO para a Paz em 2008, sendo a primeira portuguesa a assumir este papel.

SOBRE INSTITUTO VIA BR

O Instituto Via BR é uma entidade sem fins lucrativos que tem como objetivo criar e desenvolver ações e projetos nas áreas da cultura, educação, cidadania, trabalho, esporte, saúde e meio ambiente. Fundado pelo anseio de alguns jovens interessados em discutir políticas públicas e preocupados com a questão social brasileira, o Via BR tem o Brasil como eixo central de participação e atua em suas mais diversas esferas.

SOBRE A COMISSÃO DE ANISTIA

O Ministério da Justiça criou, em 2001, um órgão responsável pela reparação às vítimas na época de opressão no Brasil. Trata-se da Comissão de Anistia. Ela tem como objetivo analisar os pedidos de indenização formulados pelas pessoas que foram impedidas de exercer atividades dentro do país por motivação exclusivamente política desde setembro de 1946 até outubro de 1988. A comissão tem vínculo direto ao Gabinete do Ministro da Justiça, é composta por 24 conselheiros nomeados (e presidida pelo professor universitário e doutorando na PUC/RJ Paulo Abrão Pires Júnior.

SERVIÇO

Estréia do documentário “Repare Bem” de Maria de Medeiros

2012, 95 minutos (Brasil– França – Itália)

36ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

23 de outubro às 21h no Espaço Itaú de Cinema – frei Caneca Sala 1

24 de outubro as 17h40 na Livraria Cultura – Sala 1

27 de outubro as 19h50 na Cinemateca – Sala BNDES

29 de outubro às 14h no CINESESC

Ingressos Individuais

Segundas, terças, quartas e quintas: R$ 15,00 (inteira) / R$ 7,50 (meia)

Sextas, Sábados e Domingos: R$ 19,00 (inteira) / R$ 9,50 (meia)

http://www.une.org.br/2012/10/um-convite-a-verdade-repare-bem-estreia-em-sp-em-quatro-salas/

Nenhum comentário:

Postar um comentário